Os números em nossa linguagem diária

Em quase todas as atividades humanas, a pessoa sempre tem como objetivo principal ser o número 1, ou seja, ser reconhecida como uma pessoa especial e notável, importante. Já quando alguém em algum lugar toma uma atitude sem nenhuma relevância, costuma-se dizer que tal pessoa não criou nenhuma novidade e simplesmente trocou 6 por meia dúzia. Continua tudo como estava. Agora, sempre que uma criança faz alguma peripécia exagerada e, principalmente fora de hora, costuma-se dizer que ela está pintando o 7. Ou seja, trata-se de uma criança inquieta, danada e que exige bastante cuidado e atenção. Dizer então que algo ou uma pessoa é 10 simplesmente significa que ela é excepcional, maravilhosa, enfim, fora de série. E quem não gostaria de ter essas qualidades, quem? Isso também, ou seja, a expressão, é 10 também pode ser relacionada a objetos, shows, etc. Já quando se diz que uma determinada pessoa do sexo feminino é uma mulher de 30, simplesmente queremos dizer que ela está iniciando a sua idade adulta, ou noutras palavras, está se transformando numa balzaquiana, em referência direta ao romance do renomado escritor Honoré de Balzac. Finalmente tem aquele modo de dizer que tal produto é muito bom, pois o mesmo tem 1001 e utilidades! Já que o assunto é número, existe uma centena que ninguém gostaria de chamado, que é a fatídica 171, que sintetiza trambique, engodo, mentiras, etc, etc, etc...

João Bosco de Andrade Araújo
São Paulo, 27/07/2008