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quarta-feira, 4 de junho de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

RISCO


                    "Risco de morte" ou "risco de vida"? Ao pé da letra, se o risco é sempre de coisa ruim ("risco de infecção"), "risco de contaminação", "risco de não se classificar para a fase final do campeonato", "risco de ficar desempregado", "risco de adoecer" etc), parece cabível que se deem como legítimas as construções "risco de morte" e "risco de morrer" (Fulano ainda corre risco de morte"; "Fulano ainda corre risco de morrer"). Mas há pelo menos duas explicações para o emprego de "risco de vida" no lugar de "risco de morte". A primeira delas se baseia no inegável horror que a palavra "morte" causa, o que talvez nos faça fugir dela como o diabo foge da cruz. A segunda explicação (talvez mais plausível) se assenta na ideia no cruzamento de construções ("Sua vida corre risco" com "Ele corre risco de vida", por exemplo) ou ainda na pura e simples omissão ("Correr o risco de [perder a] vida. O nome técnico dessa omissão é "elipse". O fato é que,nesses casos, não parece sensato remar contra a maré. O largo uso da expressão "risco de vida" é motivo maias do que suficiente para que a aceitemos pacificamente.



ROER



                  Filhotes de cão roem o que encontram pela frente. Pois bem, filhotes roem, e um só; "rói" ou "roe"? Não esqueça: os poucos verbos portugueses terminados em "-oer" ("doer", "roer", "moer", "condoer", "corroer", "remoer" etc,) apresentam a terminação "ói" (com acento agudo no "o") na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: "mói", "dói", "rói", "remói" etc. Então, nada de "moe","roe", "doe", "remoe" etc. Na terceira pessoa do plural, usa-se "e", sem acento no "o": "moem", "remoem", "roem", doem" etc.



ROMA


            Em "Quero ir a histórica Roma", o 'a' recebe acento? Em 'Quero ir a Roma", não há acento, e você já sabe por quê? Em 'Quero ir a histórica Roma', o 'a' tem acento, sim. Afinal, eu venho "de Roma" mas venho "da histórica Roma", o que prova que, com o adjetivo ("histórica"), Roma passa a pedir o artigo: "Quero ir à histórica Roma". Cuidado: em "Os turistas sujam a histórica Roma", acontece a mesma coisa? Não, não e não!Agora, não há preposição. Suja-se algo, e não a algo.


                                                Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                              Dicionário da Língua Portuguesa


                                             Gold Editora Ltda

quarta-feira, 14 de maio de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

REVÉS


          Um leitor disse que pecou por confiar num corretor ortográfico do computador. "Em um relatório, escrevi 'revezes' ("Os revezes que a empresa sofreu nas últimas concorrências públicas de que participou..."). Dias depois, fui advertido por um colega, que me disse que se escreve 'reveses' com 's'. Não se pode confiar nos corretores?", perguntou.  De fato, o corretor não é capaz de distinguir 'reveses' de "revezes". As duas palavras existem e, por isso, passam "batidas" pelo corretor, que não em conta o contexto. Na frase do leitor, deveria ter sido usada a forma 'reveses' com 's'. Trata-se de plural de 'revés', sinônimo de contratempo, infortúnio. "Revezes" é a segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo "revezar", que se escreve com "z" porque é de mesma família de "vez".


RIDÍCULO


                    O que significa "ridículo"? Os comediantes nos fazem rir. E o que faz rir é...É risível, ridículo. Então os comediantes são ridículos? Ao pé da letra, sim, mas é melhor ver isso com calma. Na prática, quando dizemos que algo ou alguém é ridículo, normalmente queremos atribuir a essa coisa ou pessoa os piores conceitos possíveis. Usamos "ridículo" com o sentido de "digno de escárnio, gozação, zombaria", ou "grotesco", "vulgar", ou ainda "destituído de bom senso, de ponderação". Ao pé da letra, no entanto, "ridículo" é apenas e tão somente o que faz rir, o que é digno de riso. "Ridículo" é da mesma família de "rir" (que vem do latim "ridere".


                                                             Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                                    Dicionário da Língua Portuguesa

                                                                      Gold Editora Ltda

quinta-feira, 24 de abril de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

RESERVISTA


                       Não é difícil entender por que reservista tem esse nome. A razão é simples: ele pertence à reserva (das forças militares do país). O que talvez seja difícil é relacionar "reservar" com "observar", "conservar" e "preservar". Pois pode relacionar, porque tudo isso é vinho da mesma pipa. A raiz dessa família ("-serv-") é latina. Vão para a reserva o cidadão que serviu e o que foi dispensado de servir. Por falar em "servir". qual é a regência desse verbo? O que se diz: "servir ao Exército" ou "servir no Exército"? Anote aí: " Ele queria servir na Aeronáutica,mas acabou servindo na Marinha".


REVER


                   Um leitor mandou este trecho, extraído de jornal: "Se os Estados Unidos reverem sua política;;;" No caso, o certo não é "revirem?", perguntou o leitor. Ele tem toda a razão. Temos aí o futuro do subjuntivo do verbo "rever". que deriva de "ver". "Rever" significa tornar a ver. Não custa relembrar a maneira mais simples de chegar ao futuro do subjuntivo de "eles fizeram", obtém-se "quando/se eu/ele fizer"; de "eles foram", obtém-se "quando/se eu/ ele for; de "eles deram", obtém-se "quando/se eu/ ele der". Como se vê, "o segredo" é eliminar as duas últimas letras ("am) da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito. Isso vale para todos os verbos da língua portuguesa, sem exceção.




sexta-feira, 21 de março de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

REMEDIAR


                      O que significa "prevenção"? Trata-se do "ato ou efeito de prevenir". E quem não previne...Como é mesmo o ditado? Bem, na verdade o ditado é um pouco diferente. Salvo engano, é assim: "É melhor prevenir do que remediar". Vamos mudá-lo um pouco: "Quem não previne reme..." E então, como é? Prepare-se: "Quem não previne remedeia". Sim, "remedeia"! "Remediar" é um dos poucos verbos terminados em "iar" que não apresentam conjugação regular. Anote aí: "M(ediar), A(nsiar), R(emediar), I(ncendiar), O(diar). Percebeu? Nosso amigo MARIO está por trás disso tudo. Pois bem, quem sabe conjugar o verbo "odiar" sabe conjugar qualquer dos que formam o "MARIO": eu odeio, eu incendeio, eu remedeio, eu anseio, eu medeio". E, antes que eu me esqueça, o verbo "intermediar" (derivado de "mediar") segue o mesmo caminho ("eu intermedeio"). Vamos à nossa adaptação do ditado: "Quem não previne remedeia".


REPÓRTER


                     As palavras terminadas em "r" fazem o plural com o acréscimo de "es". "bar/bares", mulher/mulheres, "dólar/dólares", "pulôver/pulôveres", "lar/lares", "suéter/suéteres", "pôster/pôsteres", "mar/mares" etc. O plural de repórter, portanto, é repórteres. Convém lembrar que o plural de "júnior" e "sênior" (que terminam em "r") também se faz com o acréscimo de "es", mas com alteração de sílaba tônica, que deixa de ser "jú" e "sê",  respectivamente. O plural de "júnior é "juniores"; o de sênior é seniores. Nos dois plurais, a tonicidade recai sobre o "o".


                                                          Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                             Dicionário da Língua Portuguesa

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terça-feira, 11 de março de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

REFRÃO


                  Um aluno disse que estranhou "refrãos", que viu num texto sobre literatura. "O plural de refrão não é refrões?, perguntou. O plural das palavras terminadas em "ão" muitas vezes é uma caixinha de surpresas. A maior parte desses vocábulos faz o plural em "ões":  "coração/corações", "portão/portões", "sabão/sabões", "balão/balões", "avião/aviões" etc. Outras, no entanto, fazem o plural em "ães": "cão/cães, "alemão/alemães", "pão/pães" etc.) ou em "ãos" ("irmão/irmãos", "mão/mãos", "cidadão/cidadãos", "grão/grãos etc). Pois bem, o plural o plural de refrão é...Não é "refrões", no qual talvez apostássemos todas as nossas fichas. O plural de refrão pode ser "refrães" ou "refrãos".


                 Comentário do Professor Pasquale Cipro Neto

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

RECORDE


                   Se você prestar atenção, vai perceber que a palavra "recorde" é vítima de uma verdadeira salada. Nas emissoras de rádio e televisão, a palavra é pronunciada de acordo com o gosto do freguês. Ora se ouve "récorde", ora "recórde". Pois bem. A palavra é paroxítona, ou seja, a sílaba tônica é "cor", a penúltima. Portanto você deve pronunciar "recórde", com o "o" aberto e tônico. Mas nada de colocar acento na hora de escrever.


REDOR


                 Por onde andam os astronautas? pelo cosmos, é claro. Viajam, por exemplo, ao redor da Terra.  Viajam "ao redor" da Terra ou "em redor da Terra"? As duas expressões são válidas. E não são as únicas que podem traduzir essa ideia: existem, entre outras, as expressões "em torno a ", "em torno de", "em derredor de" "ao derredor de" etc. Sim! "Derredor" (com "rr").



REDUZIDA


                  Vale a pena citar três adjetivos pátrios que têm forma reduzida: "japonês", "chinês" e "alemão", que se transformam, respectivamente em "nipo", "sino" e "teuto". Então um acordo "nipo-europeu" nada mais é do que um acordo entre o Japão e a Europa. "Sino-brasileiro" se refere a algo que envolve a China e o Brasil. Já um tratado "teuto-argentino",  obviamente envolve a Alemanha e a Argentina. Leve em conta que, de preferência, o adjetivo pátrio mais curto vem antes. Portanto "teuto-argentino" é preferível a "argentino-alemão".



                                      Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                      Dicionário da Língua Portuguesa

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

REAL


          Uma leitora quis saber se é correto dizer "Trinta reais é muito". "O verbo não deve concordar com o número de reais?", perguntou. Bom, a frase é correta. Quando acompanhado das palavras "muito" e "pouco" em casos em que se estabelece julgamento sobre determinada quantidade de dinheiro, de horas, de dias, de meses ou do que quer que seja, o verbo "ser" não é conjugado no plural: "Trinta dias é muito". "Duas hora é pouco"; "Vinte anos foi muito", "Dois milhões de reais é pouco para terminar a obra"; "Dois litros de leite é pouco para tanta gente"; "Mil dólares é muito dinheiro".



REAVER


          Você viu como é o pretérito perfeito de "reaver"? Não confunda "reaver" com "rever". "Reaver" significa recuperar, recobrar" e, em sua forma mais primitiva, "haver de novo". "Rever", por sua vez, significa "tornar a ver". "Reaver", além de defectivo, é irregular. Cabe aqui uma explicação:  um dos significados de "haver", hoje em desuso, é "possuir, ter". Ninguém diz "Quero haver uma casa melhor". E por que a referência a esse sentido quase arcaico do verbo haver? Porque isso explica a conjugação do pretérito perfeito de "reaver". Como o pretérito perfeito de "haver" é "eu houve, tu houveste, ele houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram", para conjugar o verbo "reaver" nesse tempo basta acrescentar o prefixo "re- (que significa "de novo") e - é claro- eliminar o "h".


RECEAR


         Ouço um cronista esportivo dizer que Ronaldinho, contundido, "está receioso, tem medo de dividir bola". É compreensível a confusão. A palavra primitiva  é "receio", com "i" no meio. Isso faz muita gente julgar que todas as palavras dessa família devem manter esse "i". Tome cuidado! O substantivo é "receio", mas no adjetivo e em algumas formas do verbo o "i" some (receamos, receais). O ajetivo é "receoso", "receosa".

                                            Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

RADAR


                 
                           São muito comum placas "Velocidade controlada por rada eletrônico". Existe radar que não seja eletrônico? A palavra "radar" vem das iniciais inglesas de "radio detection and ranging", ou seja, algo como "detecção e alcance por rádio". A julgar pelo significado literal da expressão, há redundância em "radar eletrônico". Basta dizer "Velocidade controlada por radar". E pronto.


RADIOAMADOR


                                 "Radioamador" ou "radiamador"? A forma mais usada certamente é "radioamador", palavra que resulta de "rádio" + "amador". Os estudiosos, no entanto, registram também a forma "radiamador", em que se suprime a última letra ("o") do primeiro elemento (rádio). É bom lembrar que, qualquer que seja a escolha, o acento de "rádio" não permanece na palavra composta. Tanto em "radiamador" quanto em "radioamador", a sílaba tônica é "dor". Veja outros exemplos de palavras que admitem duas formas: "hidroelétrica" e "hidrelétrica", "gastroenterologista" e "gastrenterologista", "hidroavião" e "hidrovião" etc.



                                            Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto


                                                            Dicionário da Língua Portuguesa


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sábado, 4 de janeiro de 2014

TRIANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

QUÍMICA


                      "Cobre" vem do latim "cupru". O adjetivo relativo a esse elemento químico é "cúprico". É bom lembrar que os símbolos dos elementos químicos têm estreita relação com a origem de seus nomes. O do cobre, por exemplo, é "Cu"; o do chumbo é "Pb". Não custa aproveitar a ocasião para lembrar que o adjetivo erudito relativo ao "ouro" é "áureo" e que o relativo à "prata" é argênteo". O símbolo químico do ouro  ("aurum", em latim) é "Au"; o da prata ("argentum, em latim) é "Ag". Em português, por sinal, existe a forma "argento", sinônimo de "´prata".



QUIRERA


                                 "Quirera de milho" ou "quirela de milho?" Parece que a forma mais usada pelo povo é "quirela". Tanto faz na linguagem coloquial.. Seu registro formal,no entanto, é "quirera". A palavra é brasileira, de origem tupi, e normalmente é usada para nomear o milho quebrado que se dá às aves, mas muita gente também a usa em relação ai arroz ou outros cereais. E nada de confundir "quirera" ou "quirela" com "querela". Além de ter aplicação específica em linguagem jurídica, "querela" significa "discussão, pendência".


                                          Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

QUE

            "Com que" ou "com quem"? O pronome "que" ´pode referir-se a pessoas ("As moças que me atenderam"; "As professoras de que mais gosto") ou a coisas ("Os livros que comprei"; "Os pratos em que comi"), portanto não há erro nenhum na frase "O corretor com que fiz o seguro". A forma ""corretor com quem fiz o seguro" também é indiscutivelmente correta, já que é mais do que legítimo ouso do pronome "quem" em relação a pessoas. Vale lembrar que haveria ainda uma terceira possibilidade: "O corretor com o qual fiz o seguro"


QUERER

            Uma loja de uma grande rede estampava o cartaz: "Leve o que quizer e pague como puder". É melhor não levar nada. O verbo "querer" simplesmente não apresenta a letra "z" em nenhuma de suas formas. Esqueça o "z" quando conjugar esse verbo: "quis", "quiseram", quisesse", "quiser", "quisemos", "quisessem", "quiserem", "quisemos". E cuidado quando usar o nome de Deus. Escreva "Se Deus quiser", com "s". Com "z" Deus não quer.


QUILO


            "Pelo amor de Deus, professor! Pelas minhas pesquisas recentes, TODOS (!) os jovens acreditam piamente que "quilo" se escreve com "K". A profusão de restaurantes que anunciam "a kilo" deve estar causando esse desconhecimento geral". O desabafo é de um leitor. Este protesto me lembra o que me relataram recentemente. Interessada nos conhecimentos ortográficos de seu interlocutor, uma pessoa perguntou a um rapaz como ele escreveria "comida por quilo" em um restaurante. Depois de pensar muito, o mancebo disparou: "Self-service"! Caso clássico de ruído na comunicação. Que fique claro: "kg" é o símbolo de "quilo", assim como "km" é de quilômetro.


                                             Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                                Dicionário da Língua Portuguesa

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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PUXAR


                 A ´palavra inglesa "push" parece ser da mesma família do nosso verbo "puxar". Parece, nas não é. "Push" significa "empurrar", "pressionar". Num shopping center da Jundiaí (SP), colocaram uma saboneteira nova no banheiro usado pelos clientes. Muitas pessoas puxavam a lingueta da saboneteira e nada de sabão! Até que um mais afoito deu uma puxada mais forte e..Você já imagina o que ocorreu.Num país chamado Brasil, cuja língua oficial é o português, não faz o menor sentido colocar num banheiro público uma saboneteira cuja instrução vem escrita em inglês. Isso é um absurdo!


QUALQUER


                     Certa vez, num dos nossos jornais, foi publicada a seguinte frase: "O dia de Nossa Senhora dos Navegantes foi comemorado em todo país", O que se entende nesta informação? Que a data foi comemorada em todos os países, ou seja, no planeta inteiro. Quando não é seguido de artigo, o pronome "todo"  equivale a "qualquer". Se o que se quer dizer é que o dia foi comemorado em todos os cantos do país, no país inteiro, deve-se dizer que foi comemorado "em todo o país". Seguido de artigo, o pronome "todo" significa "inteiro"


QUANTO


                       "Quanto às" ou "quanto as"? Uma leitora quis saber se o acento indicador de crase foi bem empregado neste trecho "...e que o novo século seja tão produtivo quanto às nossas ações". Não foi não. Nessa estrutura comparativa, o "as" é apenas artigo, o que se comprova com a troca do termo feminino "ações" por um masculino, como "projetos: "...tão produtivo quanto nossos projetos". Deve ter ocorrido confusão com a expressão "quanto a", que significa "no que diz respeito a" (Quanto às nossas ações..."/ "Quanto aos nossos projetos"...)


                                      Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PROJÉTIL

              "Projétil" ou "projetil"? As duas formas são corretas. Na literatura militar, predomina a forma oxítona (projetil", sem acento). No uso comum, predomina a forma paroxítona "projétil".


PROSÓDIA


            "E quero me dedicar a criar confusões de prosódia..." Essa frase está na genial canção "Língua", de Caetano Veloso. Que vem a ser "prosódia"? Como você pode ver, é "pronúncia correta das palavras de acordo com a acentuação", a "parte da gramática que se ocupa das pronúncias das palavras". É a prosódia que se ocupa, por exemplo, de ensinar que a palavra "gratuito" se lê com força no "u" (e não no i"). Lê-se "gratuito" como se lê "cuido", "descuido", "intuito" etc. Sabe o que é uma silabada? É simplesmente um erro de prosódia. Quem pronuncia a palavra "ibero" com força no "i", por exemplo, comete uma silabada. Em tempo: a palavra "ibero" é paroxítona: sua vogal tônica é o "e".


PSIQUE


               Talvez você já tenha presenciado discussões entre pessoas interessadas nas reações humanas em geral. No meio da conversa, alguém, com ar de entendido, diz "Isso é da psiquê humana". Epa! Nada de "psiquê". A forma correta é "psique". Pouca gente sabe, mas a "psique" é a própria alma, o espírito, a mente. Repito: psique sem acento, com força no "i".


                                 Comentários dos Professor Pasquale Cipro Neto

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PROBO

             Muitos políticos adoram usar as palavras "probidade" e "improbidade", sobretudo na expressão "(im)probidade administrativa". O substantivo abstrato "probidade" nomeia a qualidade de quem é "probo", ou seja, "de caráter íntegro; honesto, justo, reto". Quem age com "probidade" é "probo". "Probidade", portanto, é sinônimo de "integridade de caráter", retidão", e, por conseguinte, de "honestidade; honradez". A palavra "probo vem do latim e, na origem, significa "que é bom", "que é de boa qualidade".


PRÓDIGO


              Uma rápida consulta às pessoas que estiverem perto de você será suficiente para constatar que a maioria acha que "pródigo" tem valor positivo. Muita gente até liga "pródigo" a "prodígio". É muito conhecida a frase "O filho pródigo a casa torna". E por que volta? Por que é bom e não esquece os seus?" Nada disto. Volta por ter gastado tudo o que recebeu do pai como antecipação da herança. Isso está no Evangelho. É exatamente a parábola do filho pródigo. O filho pródigo torna a casa por ter esbanjado. Só lhe resta a alternativa de voltar ao aconchego da casa paterna.


PROFESSOR


               Você sabe o que faz o "professor"? É muito simples: professa, do verbo "professar", que tem muitos significados. Convém não esquecer que o "ato de professar" é "profissão": "Perante todos e na hora marcada, fez a prometida profissão". O professor, portanto, carrega no nome de sua atividade o que faz a cada instante. Viva o professor!


                                                   PROFESSOR PASQUALE CIPRO NETO

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

*PRIMAVERA

           
           Não são poucas as flores que têm nome composto: "amor-perfeito", "sempre-viva", "boca-de-leão", "brinco-de-princesa", "copo-de-leite" etc. Como se faz o plural desses nomes? O caso de "amor-perfeito" é simples: trata-se de um substantivo composto formado por um substantivo ("amor") e um adjetivo ("perfeito"). O plural é feito com a flexão dos dois elementos: "amores-perfeitos". A nossa "sempre-viva" é exemplo de composto formado por uma palavra invariável ("sempre") e um adjetivo: ("viva"). Só se flexiona o adjetivo: "sempre-vivas". Os demais exemplos se encaixam no mesmo caso. Trata-se de substantivos compostos formados por substantivo + preposição+ substantivo. Nesses casos, só se flexiona o primeiro elemento: "bocas-de leão", "brincos-de princesa", "copos-de -leite".


PRINCÍPIO


                         "Em princípio" ou "a princípio"? Depende. Essas expressões são parecidas, mas não são equivalentes. "Em princípio" significa "em tese", "antes de qualquer consideração", "antes de mais nada": "Em princípio, sou favorável à sua participação no projeto"; "Em princípio, devo ir amanhã". A expressão "a princípio" significa "no começo, no início": "A princípio. o namoro ia bem, mas depois tudo se complicou". Existe também a expressão "por princípio", que significa "por convicção, por norma de conduta": "O motorista deve ter por princípio o respeito ao pedestre".  Em  "A princípio, eu queria ser médica, temos, portanto, a ideia de que, num primeiro momento, ela queria ser médica.


                                       Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

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sábado, 21 de setembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

* PRESTAÇÃO

                     A frase a seguir estava numa peça publicitária do consórcio de uma das grandes fábricas de automóveis do país: "Prestações menores que um plano normal". O que se compara? Teoricamente, comparam-se as prestações de um plano de consórcio com as prestações de outro de consórcio.. Ao pé da letra, no entanto, nessa mensagem publicitária comparam-se coisas diferentes: prestações e plano. Vamos corrigir o texto: "Prestações menores que as ( prestações) de um plano normal." Na frase publicitária, portanto, basta pôr "as de". Parece que a indústria automobilística adora cair nessa armadilha. Uma peça publicitária de uma delas dizia isto: "Nunca o conforto de uma picape se aproximou tanto de um automóvel". O que se compara? Ao pé da letra, compara-se conforto de picape com automóvel. É bom repetir:, ao pé da letra, compara-se conforto com automóvel. É óbvio que a intenção é comparar conforto com  conforto, ou seja, conforto de picape com conforto de automóvel, mas "de boas intenções o inferno está cheio", diz o ditado popular. Vamos corrigir o texto: "Nunca o conforto de uma picape se aproximou tanto do de um automóvel".



PRETENSIOSO


                 "Só porque conheceu a família real, tornou-se pretensioso". Notou bem? "Pretensioso" se escreve com "s", embora muita gente sapeque um "c" nessa palavrinha danada. De onde vem a confusão? Certamente vem da grafia de "malicioso", "tendencioso", "ganancioso" etc., que se escrevem com "c" porque, porque derivam de "malícia", "tendência", e "ganância", respectivamente. O caso de "pretensioso" é um pouco diferente: essa palavra vem de "pretensão", que se escreve com "s". Moral da história: "pretensioso" se escreve com "s".

     
                                               Comentários dos Professor Pasquale Cipro Neto

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domingo, 15 de setembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PREMIAR

       
                Durante uma transmissão do Oscar, Arnaldo Jabor disse algo como "a academia premeia". Grande alvoroço. Palpites não faltaram: "É isso mesmo, está mais do que certo"; "É um analfabeto, deveria ser proibido de falar na televisão", O fato é que nos diversos registros da língua ocorrem as formas "premia" e "premeia", por isso esse verbo é considerado abundante, isto é, verbo que admite mais de uma forma para um mesmo caso, isso se deve ao uso verificado em Portugal. Lá são comuns as formas "premeio, premeia". Na língua culta do Brasil, são mais frequentes as formas "premio, premia".


PROPOSIÇÃO


                   As palavras que atuam exclusivamente como preposições são chamadas "preposições essenciais". São elas: "a", "ante", "após", "até", "com", "contra", "de", "desde", "em", "sob", "sobre", "trás". Conjuntos de duas ou mais palavras com o valor de uma preposição são chamados "locuções prepositivas", tais como:abaixo de, acerca de, dentro de, junto a, perto de, por causa de, de acordo com, por trás de, ao lado de etc.


PRESÍDIO


                 Rebelião vai, rebelião vem, e a televisão sempre mostra uma placa que há numa das entradas do presídio do Bangu. O que se lê ali? "Bangú", com um imenso acento agudo no pobre do "u". Acontece que esse acento não existe, não, porque a palavra é oxítona terminada em "u". Portanto, não se coloca acento em "Bangu", "zebu", "Xingu", "urubu", "Paiçandu", "pirarucu", "Pacaembu", !Iguaçu" etc. Não se deve confundir o caso dessas palavras com o de "baú" ou "Grajaú" que recebem acento porque o "u", tônico, se separa da vogal anterior, fato que configura a ocorrência de hiato.


                                                      Professor Pasquale Cipro Neto

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sábado, 7 de setembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

*PRECISO


          O verbo "haver" apresenta muitos significados. Seguida de infinitivo, a expressão "haver que" equivale a "ser preciso". "Há que cumprimentar"., portanto, equivale a "É preciso cumprimentar". Em Para viver uma grande amor, de Vinícius de Moraes, encontramos este exemplo. "Há que fazer do corpo uma morada..." O texto foi musicado por Toquinho.


PREÇO


            No rádio, na TV e nos jornais, são comuns as expressões "preço caro" e "preço barato". Cuidado, pois "cara" ou "barata" é a mercadoria. (O carro é caro"; "O livro é barato" e o preço é que é "alto" ou "baixo". ("Esse produto tem preço muito alto"); "Nesta época do ano, os preços são baixos")


PREFIXO


            Prefixos são elementos morfológicos que se colocam antes dos radicais para modificar-lhes o sentido. Radical é a parte comum, invariável, das palavras de uma mesma família. O radical dos vocábulos do grupo "governo, governar",, desgoverno" é "govern-". Em "desgoverno", acrescenta-se o prefixo de negação "des-" ao radical e obtém-se a palavra cujo sentido, entre outros, é "falta de governo" ou "governo desviado de seus propósitos".



                                                      Comentários dos Professor Pasquale Cipro Neto

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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

POSSÍVEL


               Na língua do dia a dia, o pronome "tu" é usado em várias regiões do Brasil com o verbo na terceira pessoal do singular: "tu foi", "tu fez"; "tu riu"; "tu abusou" etc. No Rio Grande do Sul, sobretudo entre os jovens, também ocorre esse uso. Os gaúchos mais velhos, no entanto, costumam empregar o pronome "tu" com o verbo na segunda pessoa do singular, o que vai ao encontro do que preceitua a língua culta: "tu vais, ele vai"; "tu foste, ele foi"; "tu riste, ele riu".  Não custa lembrar que, quando se acrescenta "s" a "foste", "falaste", "trouxeste", o que se faz é conjugar a segunda pessoa do plural: "vós fostes, vós falastes, vós trouxestes".


POTIGUAR


               Um aluno quis saber por que quem nasce no Rio Grande do Norte é também chamado de "potiguar". O adjetivo que indica o lugar de origem chama-se "pátrio", mesmo que se refira a uma cidade ou estado. Alguns dos nossos têm origem indígena; outros estão ligados a algum fato histórico. Um catarinense, por exemplo, pode ser chamado de "barriga-verde", porque em determinada batalha os combatentes usavam uma espécie de lenço verde na barriga. "Potiguar" vem do tupi e significa"comedor de camarão"", crustáceo que não falta por lá.


PRAZER



               A terminação "-oso" indica ideia de abundância, de excesso. Lugar "perigoso" é lugar cheio de perigo; comida "gostosa" é cheia de gosto. E mulher "fogosa" é cheia de fogo. É bom lembrar que essa terminação se escreve com "s". Nada de "saborozo", "gostozo". Então, se de calor se faz "caloroso", e não "caloiroso", se de fervor se faz "fervoroso" e não "fevroiroso"; de prazer só se pode fazer "prazeroso" sem "i": um lugar "prazeroso".


                                             Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PORTA-AVIÕES


                      "Esquadra" é o conjunto de navios de guerra de um país. Um desses navios é o "porta-aviões, forma reduzida de  "navio porta-aviões", que, por sua vez equivale a "navio-aeródromo". Pois bem, "porta-aviões é uma das tantas palavras da nossa língua que se usam com "s" no final, tanto no singular quanto no plural. Diz-se, portanto, "o porta-aviões" e "os porta-aviões". Veja outros exemplos: "o/os guarda-costas", "o/os porta-luvas", "o/os porta-malas", "o/os tira-dúvidas".



PORTANTO


                       Nem tudo em língua tem justificativa lógica. Como explicar que "por isso" é separado e "portanto" é junto? Grava-se a grafia e pronto. "Portanto" e "por isso" têm significado equivalente, mas grafia diferente.



PORTENHO


                        Alguns comentaristas esportivos chamam a seleção nacional da Argentina de "equipe portenha". "Portenho" diz respeito a Buenos Aires, cidade portuária, capital da Argentina. todo "portenho" é argentino, mas nem todo argentino é "portenho".



POSSE



                   É preciso observar que nem sempre o emprego ou a omissão do artigo definido antes de possessivos tem valor estilístico. Em alguns casos, trata-se de fazer clara distinção significativa, como em: "Este cinto é meu"/"Este cinto é o meu". Na primeira frase, indica-se a simples ideia de posse, na segunda, evidencia-se que o objeto possuído distingue-se de outros da mesma espécie, que não pertencem à pessoa que fala. Note-se, ainda, que, se o possessivo estiver posposto ao substantivo, este virá normalmente precedido de artigo. "Não esqueço o brilho dos olhos teus".



                                                      Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto


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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

POLIR


                        Panelas muitas vezes precisam de polimento. E como se conjuga o verbo "polir"? Esse verbo tem conjugação completa. No presente do indicativo, quatro flexões trocam o "o" do radical "u": "eu pulo, tu pules, ele pule, nós polimos, vós polis, eles pulem". No presente do subjuntivo, cuja base é a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, o "u" aparece em toda as flexões: "que eu pula, que tu pulas, que ele pula, que nós pulamos, que vós pulais, que eles pulam". Nos demais tempo, o verbo "polir" é regular: "eu polia", "nós políamos", eles poliam", "eu poli", "ele poliu", eles poliram", "ele polirá", "se eu polisse" etc. Que ninguém nos ouça: eta verbinho danado de feio, não?


POLÍTICO


                          A Organização dos Estados Americanos (OEA) é o grande centro de discussão dos problemas dos países das três Américas. Esses problemas podem ser sociais, econômicos, políticos...E se forem ao mesmo tempo políticos e econômicos? Temos aí a possibilidade de empregar um adjetivo composto formado por dois adjetivos. Em "problema político-econômico", por exemplo, temos o substantivo "problema" qualificado pelo adjetivo composto "político-econômico". Nestes casos, só se flexiona o segundo elemento do composto, tanto em gênero (masculino/feminino) quanto em número (singular/plural): "questão político-econômica", "acordos político-econômicos", "questões político-econômicas".



PÔR


                             Muita gente acha estranho o plural de "pôr do sol": "pores do sol". Talvez seja mesmo estranho, mas é assim. Apesar da estranheza que a forma "pores" causa, o plural de "pôr do sol" é mesmo "pores do sol", visto que, nesse caso,  ocorre a substantivação da forma verbal "pôr": "São belos os pores do sol em Petrópolis".



                               Comentários do Professor Pasquale Cipro  Neto

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