domingo, 8 de junho de 2014

MENTIRA INOFENSIVA

               “Apareça lá em casa!”

       Este é o tipo de frase que uma pessoa fala quando encontra alguém, aleatoriamente, em qualquer lugar, geralmente depois que trocam algumas ideias e na hora em que se despedem, uma das duas quase sempre solta esta mentira inofensiva: "APAREÇA LÁ EM CASA!". Então, por falta de assunto, já querendo encerrar o papo logo sai com esta: “Olá, tudo bem? Há quanto tempo não nos encontramos? Está sumido! Apareça lá em casa!”. E, obviamente, ninguém em sã consciência atende a este súbito convite assim sem mais nem menos. Principalmente por educação. Já que o mesmo foi feito atendendo a esta boa norma de conduta.

A única exceção para esta situação só acontece mesmo quando se trata de uma pessoa considerada chata ou sem escrúpulo, sem consciência, a qual leva a frase “apareça lá em casa” ao pé da letra. Portanto, isto é uma mentira inofensiva que perdura por muito tempo e nunca será extinta. Sobre isto, escreveu com precisão o egrégio Millôr Fernandes: “chata é aquela pessoa que não se vê há muito tempo e quando a encontramos de surpresa, educadamente dizemos: “Olá, amigo, apareça lá em casa”“! “E em seguida ele aparece, literalmente”.


                                         Joboscan de Araújo


                       

sexta-feira, 6 de junho de 2014

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1501 -"Ou convivemos juntos, como irmãos, ou pereceremos juntos, como tolos".


                                      GANDHI

1502 - "O que você lê sem obrigatoriedade é o determinador do que você será quando não puder evitá-lo".


                                            OSCAR WILDE

1503 - "Os homens são como os astros: alguns geram sua própria luz, enquanto outros apenas refletem o brilho que recebem".

                                            José Marti

1504 - "O inteligente irrita-se com a burrice; o sábio, diverte-se"

                                          CURTZ GOETZ

1505 - "O que a juventude tem de melhor é a capacidade de admirar sem compreender"

                                                    ANATOLE FRACE

1506 - "O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura".

                                               ALDOUX HUXLEY

1507 - "O ser humano tira forças que não sabe de onde vem, que nem sequer sabe que tem, quando se depara com uma situação-limite".

                                              CARLOS ALBERTO PARREIRA

1508 -"O homem lento, mas que não perde de vista seu objetivo, é muito mais veloz do que aquele que vaga sem mirar um ponto fixo".

                                                      GOTTHOLD EPHRAIM

1509 - "O contribuinte é o único cidadão que trabalha para o governo sem ter que prestar concurso".

                                                                RONALD REAGAN


1510 - "Os covarde morrem muitas vez antes da sua verdadeira morte; os valente provam a morte somente uma vez".


                                               SHAKESPEARE

quarta-feira, 4 de junho de 2014

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

RISCO


                    "Risco de morte" ou "risco de vida"? Ao pé da letra, se o risco é sempre de coisa ruim ("risco de infecção"), "risco de contaminação", "risco de não se classificar para a fase final do campeonato", "risco de ficar desempregado", "risco de adoecer" etc), parece cabível que se deem como legítimas as construções "risco de morte" e "risco de morrer" (Fulano ainda corre risco de morte"; "Fulano ainda corre risco de morrer"). Mas há pelo menos duas explicações para o emprego de "risco de vida" no lugar de "risco de morte". A primeira delas se baseia no inegável horror que a palavra "morte" causa, o que talvez nos faça fugir dela como o diabo foge da cruz. A segunda explicação (talvez mais plausível) se assenta na ideia no cruzamento de construções ("Sua vida corre risco" com "Ele corre risco de vida", por exemplo) ou ainda na pura e simples omissão ("Correr o risco de [perder a] vida. O nome técnico dessa omissão é "elipse". O fato é que,nesses casos, não parece sensato remar contra a maré. O largo uso da expressão "risco de vida" é motivo maias do que suficiente para que a aceitemos pacificamente.



ROER



                  Filhotes de cão roem o que encontram pela frente. Pois bem, filhotes roem, e um só; "rói" ou "roe"? Não esqueça: os poucos verbos portugueses terminados em "-oer" ("doer", "roer", "moer", "condoer", "corroer", "remoer" etc,) apresentam a terminação "ói" (com acento agudo no "o") na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: "mói", "dói", "rói", "remói" etc. Então, nada de "moe","roe", "doe", "remoe" etc. Na terceira pessoa do plural, usa-se "e", sem acento no "o": "moem", "remoem", "roem", doem" etc.



ROMA


            Em "Quero ir a histórica Roma", o 'a' recebe acento? Em 'Quero ir a Roma", não há acento, e você já sabe por quê? Em 'Quero ir a histórica Roma', o 'a' tem acento, sim. Afinal, eu venho "de Roma" mas venho "da histórica Roma", o que prova que, com o adjetivo ("histórica"), Roma passa a pedir o artigo: "Quero ir à histórica Roma". Cuidado: em "Os turistas sujam a histórica Roma", acontece a mesma coisa? Não, não e não!Agora, não há preposição. Suja-se algo, e não a algo.


                                                Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                              Dicionário da Língua Portuguesa


                                             Gold Editora Ltda

segunda-feira, 2 de junho de 2014

PARADOXOS CORRIQUEIROS

                “Correr atrás do prejuízo”.

          Se existe uma coisa que ninguém gosta de atrair para si mesmo é, sem dúvida, prejuízo, infelicidade, desfalque, desgosto etc. Só que, durante uma partida de futebol, geralmente quando um time sofre um gol ou fica em desvantagem no placar, amiúde, ouve-se alguém nos meios de comunicação proferir com empáfia o seguinte:
         -“O time tal que agora sofreu um gol terá que correr atrás do prejuízo”.
       Veja bem, o paradoxo é tão patente, tão nítido porque se o time está perdendo, por exemplo, de 1X0, 2X1 e além dessa desvantagem for correr atrás de algum prejuízo, jamais irá se recuperar ou conseguir ficar em vantagem, isto é, no lucro. Pelo o contrário, vai ficar mais prejudicado, essa é a verdade. Agora se o locutor mudasse a expressa para “o time que sofreu esse gol terá agora que correr atrás da vitória para reverter o prejuízo desta derrota parcial”. Aí sim, teria muita lógica e qualquer pessoa atenciosa e de bom senso entenderia melhor, sem dúvida.



                                            Joboscan de Araujo