segunda-feira, 30 de setembro de 2013

DECIFRANDO LETREIROS

              Quase ninguém sabe qual a lógica por trás da numeração dos ônibus de São Paulo, criada em 1978 na gestão Olavo Setúbal. Chegou a hora de descobrir.
              As linhas com três números e uma letra pertencem ao sistema diametral, que liga pontos de áreas distantes..
               No caso do 875-M 10-Aeroporto/Metrô Barra Funda, o primeiro e último dígitos (8 e 5) indicam a região de origem e destino do ônibus conforme a divisão antiga de áreas da cidade. O dígito do meio (7) informa a classe da linha; no caso, que ela tem integração com uma estação de metrô.
               O algarismo central também pode variar de 0 a 6, dependendo do quão perto do centro chega o coletivo, sendo 0 o centro.. Alguns exemplos: 107-T - Tucuruvi/Cidade Universitária vai da região 1 a 7 passando pelo centro, ao passo que 352-A - Terminal São Mateus/Jardim Helena trafega entre bairros, ligando as áreas 3 e 2.
               A letra é um diferencial que, no exemplo acima, significa Miruna, avenida por onde passa essa linha, em contraponto ao 875-A de Aratãs.
               Na Zona Norte, temos a distinção 971-C, 971-D, 971-M, 971-P e 971-R, linhas que unem as regiões 9 a 1 passando pelo metrô, e cujas letras significam: Cohab, Damasceno, Mandaqui, Penteado e Jardim Rincão.
               Já os ônibus de quatro dígitos pertencem ao sistema radial, composto por linhas que saem do bairro em direção ao centro (5119 - Terminal Capelinha/Largo São Francisco), ou setorial, com veículos que circulam apenas dentro dos bairros (1775 - Vila Albertina/Center Norte). Nestes, o primeiro algarismo indica a principal via utilizada pelo ônibus (5 é a avenida Brigadeiro Luís Antonio, 6 é a Nove de Julho, por exemplo). O segundo dígito se refere à classe: se é 0, o trajeto inicia e termina na mesma área (6000- Terminal Santo Amaro/Terminal Parelheiros), e se o valor está entre 1 e 6 é porque vai até o centro (9500-Terminal Cachoeirinha/Paissandu) Em todo caso, quando o segundo dígito for 7 é porque o coletivo passa perto do metrô.

                               Texto publicado na Revista São Paulo da Folha de São Paulo, cuja autora é
                                                           VANESSA BARBARA

domingo, 29 de setembro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                             Antes de narrar a nossa festa de formatura, faço questão de citar um fato que aconteceu durante o nosso périplo de cobrança. Por sinal, após um leilão ou rifa, sempre havia algumas pessoas que deixavam para pagar depois. Isto não fazíamos questão. O problema estava é quem iria fazer a tal cobrança. Pois ninguém gostava desta tarefa. Afinal, cobrar um ponto de rifa, cuja pessoa não fora contemplada ou a prenda de um leilão, cujo arrematador já a tinha degustado era sim, um situação delicada, para não dizer, chata. Então aconteceu o seguinte: Uma destas pessoas, por sinal, com uma confortável situação financeira, pois era comerciante, proprietário de carro, casa própria etc. ao ser cobrado, simplesmente argumentou com ar de gozação: "Pagar o quê? Espera aí, estou esperando é o meu troco!". A dupla de colegas que foi cobrá-lo ficou estarrecida com o que disse este farmacêutico e chegou a dar risadas, pensando que ele estivesse brincando. Mas, por incrível que pareça, o caloteiro estava falando sério e repetia com a maior cara de pau: "Onde já se viu, pagar duas vezes pelo mesmo produto? Estão pensando que eu fabrico dinheiro?" Como a quantia também não era tão alta, os colegas deixaram pra lá. Ninguém estava ali para brigar, discutir. Simplesmente deixou-se a cargo da consciência do caloteiro, se é que ele tinha.
                           Resultado: segundo ficamos  sabendo depois, aquele homem que deu calote quase se acaba com uma terrível diarreia. Se foi por causa da prenda fiada que ele comeu ou não, ninguém tinha certeza. E pensando bem, ninguém lhe jogou nenhuma praga, desejando-lhe algum mal por aquela péssima atitude. Mas, pensando bem, como o dito cujo trabalhava numa farmácia, tinha tudo às suas mãos para se tratar. E poderia até por em prática o adágio que diz: " Médico, cura a ti mesmo!". A não ser que ele optasse pelo outro que diz assim: "Em casa de ferreiro, espeto de pau!". Bem, mas isto era uma questão de consciência e pelo que aconteceu, deste dom ele era desprovido. Fazer o quê?

                            Próxima postagem: A FESTA DA NOSSA FORMATURA

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1301 - "O falso amigo e a sombra só nos acompanham enquanto o sol brilha".

                                     Autor desconhecido

1302 - "Os jovens se perdem cedo por ouvir muitos conselhos que não seguem e por seguir muitos conselhos que não deveriam ouvir".

                                                  Idem

1303 - "Os homens de mérito não precisam de cuidar da sua fama. A inveja dos tolos e dos petulantes se encarregará de propagá-la".

                                                         Idem

1304 - "O amor é como o fogo. Para que dure é preciso alimentá-lo".

                                         Duque de La Rochefoucould

1305 - "O sim só tem valor para quem conhece o não".

                                   Içami Tiba

1306 - "Os hábitos pecaminosos são, a princípio, um estranho que passa, mais tarde um hóspede e, finalmente, o dono da casa".

                                   Autor desconhecido

1307 - "O hipócrita é um "santo" pintado. Tem as mãos postas, não não ora; o livro aberto nas mãos, mas não lê; os olhos no chão, não destina".

                                                     Idem

1308 - "O infortúnio, o isolamento, o abandono e a pobreza são campos de luta que têm os seus heróis".

                                                   Idem

1309 - "O homem é como fósforo, se não tem cabeça, para que serve".

                                                         Idem

1310 - "O homem nada mais é que o mais fraco caniço da natureza, mas um caniço que pensa".

                                                    idem

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O FERRREIRO

              Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, converteu-se a Deus.Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas apesar de toda sua dedicação nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dúvidas se acumulavam cada vez mais.
              Uma bela tarde, um amigo que o visitara - e compadecendo de sua situação difícil, comentou:
               -É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem de Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraqueceu sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado.
                O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Até que encontrou a resposta. Eis o que disse o ferreiro:
                 -Pensando bem, eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo em seguida, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo a té conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente. O ferreiro fez uma longa pausa, acendeu um cigarro e continuou:
               -Às vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue aguentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha oficina.
                Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceitado as marteladas que a vida me deu, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: "Meu Deus, não desista, até que eu consiga tornar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, e pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas".

                                            Domínio Público
               

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

"FOI BOM PRA VOCÊ?"

                            Este tipo de pergunta poderia ter sido feita após a assinatura de um acordo comercial, não resta a menor dúvida. Ou então, numa disputa por algum bem material ou até pessoal e após a consumação da sentença do mediador ou do juiz, um advogado ou representante legal costuma fazer esta fatídica pergunta:
                          -"Foi bom pra você?"
                          Ele está se referindo, é lógico, ao desfecho daquele caso, do litígio que motivou aquela audiência. Até aqui nada de muito anormal. Até dá para se aceitar e entender.
                         Agora quando este mesmo tipo de pergunta é feita logo após uma relação sexual, quem a fez, sinceramente, perdeu uma grande chance de ficar calado durante aquele ínterim prazeroso, diga-se de passagem. Pois fazer esta inútil e vulgar indagação - "Foi bom pra você?" se referindo, obviamente ao desempenho daquela transa, além de ridículo, é uma prova cabal que quem a fez demonstrou-se inseguro quanto ao seu desempenho, evidentemente. E isto pode acontecer tanto com um homem ou uma mulher.
                       Pois, pensando bem, que diferença faz querer saber se o (a) companheiro (a) ficou ou não satisfeito (a) com aquela relação sexual fortuita ou não? E também, como ele (a) vai ter certeza se a outra pessoa ao responder sim estará dizendo a verdade ou apenas fingindo? É tudo muito relativo e vazio. E tem mais, e se a dita cuja for coerente e não tiver receio de magoar, ofender o (a) parceiro (a) e responder negativamente, confessando que aquela transa deixou muito a desejar, isto é, não foi do seu agrado, a pergunta que fica é a seguinte: recomeçará outra transa para ver se melhora o desempenho? Procurará ser mais romântico (a), carinhoso (a) da próxima vez? E se acontecer algo mais desagradável, não ficará pior? Como por exemplo, sem querer ser pessimista, o homem ser acometido de uma DE (Disfunção Erétil) ou a mulher ter uma ausência de orgasmo!
                      Portanto, após uma relação sexual, o melhor mesmo é só ficar curtindo em silêncio aquele espasmo pós-orgasmo ou se preferir, apenas dizer poucas palavras carinhosas, sorrisos marotos ou apalpações audaciosas, o que seria um preâmbulo para dar prosseguimento àquele momento de amor. Desde que nenhum dos dois não se encontre em situação de adultério, tudo é válido quando um casal se encontrar entra quatro paredes, não importa se de algum motel ou da própria residência. O importante mesmo é curtir e viver aquele momento, usufruindo o maior prazer do ser humano que é este, inegavelmente.

                                              Joboscan de Araújo

sábado, 21 de setembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

* PRESTAÇÃO

                     A frase a seguir estava numa peça publicitária do consórcio de uma das grandes fábricas de automóveis do país: "Prestações menores que um plano normal". O que se compara? Teoricamente, comparam-se as prestações de um plano de consórcio com as prestações de outro de consórcio.. Ao pé da letra, no entanto, nessa mensagem publicitária comparam-se coisas diferentes: prestações e plano. Vamos corrigir o texto: "Prestações menores que as ( prestações) de um plano normal." Na frase publicitária, portanto, basta pôr "as de". Parece que a indústria automobilística adora cair nessa armadilha. Uma peça publicitária de uma delas dizia isto: "Nunca o conforto de uma picape se aproximou tanto de um automóvel". O que se compara? Ao pé da letra, compara-se conforto de picape com automóvel. É bom repetir:, ao pé da letra, compara-se conforto com automóvel. É óbvio que a intenção é comparar conforto com  conforto, ou seja, conforto de picape com conforto de automóvel, mas "de boas intenções o inferno está cheio", diz o ditado popular. Vamos corrigir o texto: "Nunca o conforto de uma picape se aproximou tanto do de um automóvel".



PRETENSIOSO


                 "Só porque conheceu a família real, tornou-se pretensioso". Notou bem? "Pretensioso" se escreve com "s", embora muita gente sapeque um "c" nessa palavrinha danada. De onde vem a confusão? Certamente vem da grafia de "malicioso", "tendencioso", "ganancioso" etc., que se escrevem com "c" porque, porque derivam de "malícia", "tendência", e "ganância", respectivamente. O caso de "pretensioso" é um pouco diferente: essa palavra vem de "pretensão", que se escreve com "s". Moral da história: "pretensioso" se escreve com "s".

     
                                               Comentários dos Professor Pasquale Cipro Neto

                                                   Dicionário da Língua Portuguesa

                                              Gold Editora Ltda


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                   CONTINUAÇÃO DO ANO DE 1968


                         No segundo semestre deste ano recebi a visita no meu setor de trabalho de um poeta da nossa cidade, o qual precisava que eu datilografasse um trabalho da sua autoria para publicar um livro de poesia. Não tinha como negar este favor. Apenas comuniquei ao meu vigário, tendo a sua imediata anuência, com apenas uma pequena ressalva: que este trabalho extra não prejudicasse em nada o serviço da secretaria e muito menos os meus estudos. Procurei me organizar e em uma semana, aproximadamente, terminei de cumprir aquela tarefa, o que para mim foi um enorme prazer.
                         Coincidentemente, logo depois deste serviço, recebi mais uma visita, desta vez do Exmº Sr.  Juiz de Direito de Simplício Mendes, o qual também precisava de um favor idêntico ao do poeta Lourenço Campos. Com uma diferença: o serviço de datilografia que ele precisava teria que ser elaborado no seu escritório, pois precisava que ele mesmo fosse ditando e orientando todo o serviço que deveria ser elaborado. Era uma espécie de inventário, um trabalho muito minucioso, por sinal.
                        Quero ressaltar que em nenhum destes casos teve alguma recompensa financeira, ou seja, não foi cobrado nada. Afinal foi um favor e sendo assim não tinha motivo nenhum para cobrá-lo. Ambos me agradeceram e o importante foi que ficaram satisfeitos com o final do serviço datilográfico.
                       Paralelamente às minhas atividades, eu e meus colegas do quarto ano trabalhávamos, principalmente nos finais de semana, no sentido de angariar prendas para algum leilão ou então fazíamos rifas e tudo mais só com o objetivo de arrecadar dinheiro para o nosso passeio no final do ano, após a nossa formatura. É importante registrar a solidariedade do povo da nossa cidade que, apesar das dificuldades de cada um, sempre que pedíamos alguma coisa éramos bem atendidos e quase ninguém fazia pouco caso ou cara feia para este nosso empreendimento cultural. Todos só desejavam que fôssemos felizes e concretizássemos o nosso objetivo.

                                                   Próxima postagem: A festa da nossa formatura.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1291 - "O mais lento em prometer é o mais fiel em cumprir".

                                         Rousseau

1292 - "O tédio veio ao mundo pela estrada que o preguiçoso construiu".


                                       Autor desconhecido

1293 - "Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compra tudo prontinho nas lojas. Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm mais amigos".

                                 Antoine Exupèry

1294 - "O sol nasce para todos; os homens é que fazem sombra uns aos outros".

                                Autor desconhecido

1295 - "Os homens que não perdoam às mulheres suas pequenas falhas jamais desfrutarão suas grandes virtudes".

                                            Autor desconhecido

1296 - "O suicida pode não ser um louco, mas é sempre um desgraçado".

                                        Autor desconhecido

1297 - "Os rios antes de serem oceanos já aforam simples regatos".

                                     Idem

1298 - "Os arrufos entre namorados podem ser renovação de amor, mas entre amigos são deteriorações de uma amizade".

                                        Idem

1299 - "O conhecimento dirige a prática, no entanto a prática aumenta o conhecimento".

                                       Idem

1300 - "O falso amigo e a sombra só nos acompanham enquanto os o sol brilha".

                                      idem

domingo, 15 de setembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PREMIAR

       
                Durante uma transmissão do Oscar, Arnaldo Jabor disse algo como "a academia premeia". Grande alvoroço. Palpites não faltaram: "É isso mesmo, está mais do que certo"; "É um analfabeto, deveria ser proibido de falar na televisão", O fato é que nos diversos registros da língua ocorrem as formas "premia" e "premeia", por isso esse verbo é considerado abundante, isto é, verbo que admite mais de uma forma para um mesmo caso, isso se deve ao uso verificado em Portugal. Lá são comuns as formas "premeio, premeia". Na língua culta do Brasil, são mais frequentes as formas "premio, premia".


PROPOSIÇÃO


                   As palavras que atuam exclusivamente como preposições são chamadas "preposições essenciais". São elas: "a", "ante", "após", "até", "com", "contra", "de", "desde", "em", "sob", "sobre", "trás". Conjuntos de duas ou mais palavras com o valor de uma preposição são chamados "locuções prepositivas", tais como:abaixo de, acerca de, dentro de, junto a, perto de, por causa de, de acordo com, por trás de, ao lado de etc.


PRESÍDIO


                 Rebelião vai, rebelião vem, e a televisão sempre mostra uma placa que há numa das entradas do presídio do Bangu. O que se lê ali? "Bangú", com um imenso acento agudo no pobre do "u". Acontece que esse acento não existe, não, porque a palavra é oxítona terminada em "u". Portanto, não se coloca acento em "Bangu", "zebu", "Xingu", "urubu", "Paiçandu", "pirarucu", "Pacaembu", !Iguaçu" etc. Não se deve confundir o caso dessas palavras com o de "baú" ou "Grajaú" que recebem acento porque o "u", tônico, se separa da vogal anterior, fato que configura a ocorrência de hiato.


                                                      Professor Pasquale Cipro Neto

                                                              Dicionário da Língua Portuguesa

                                                      Gold Editora Ltda

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

CONCEPÇÕES SOBRE ADULTÉRIO

* Ninguém saberá dizer o que é pior para um cônjuge adúltero. Se 'pagar' logo com a vida por seu deslize moral (suicídio/assassinato) ou continuar vivendo, sofrendo com as repetidas cobranças, tristes lembranças do seu erro por parte, principalmente, do (a) seu (sua) parceiro (a). Porque após uma situação delicada, atípica desse porte, um casal dificilmente evitará uma inevitável implosão familiar. A partir deste momento, se não passarem a se considerar inimigos, esposo/esposa é que, doravante, não serão. Se optarem por viverem sob o mesmo teto, o máximo que poderão ser, sem dúvida, serão apenas companheiros, o que não ameniza em nada o ato da infidelidade, diga-se de passagem. Apesar das eternas juras de que tal fato jamais irá se repetir, o que sempre ficará a dúvida no ar. Pois como diz o provérbio, "Trair e coçar é só começar!".


*O cúmulo que uma esposa infiel pode ter, além de deslize moral de trair o cônjuge, é cometer a gafe involuntária de, no momento do ápice do prazer sexual (orgasmo), durante uma relação sexual fortuita, fugaz com o parceiro, principalmente se este agiu de um modo igual ao seu amante de tempos atrás, então pronunciar o nome deste de forma aleatória na hora do delírio. Se o marido traído, antes desta revelação à revelia da parceira já sabia e mesmo assim aceitou conviver com a dita cuja infiel, problema dele. Por outro lado, se apenas suspeitava, a partir desta inusitada revelação, não teve mais nenhuma dúvida.


                                                  Joboscan de Araújo

NOS BRAÇOS DE MORFEU

                    Por esta eu jamais esperava. Mas logo confesso que a culpa foi toda minha. Apesar do clima favorável para uma relação íntima, simplesmente, movido por uma grande vontade de acompanhar o meu time assistindo um jogo de futebol pela televisão, resolvi postergar um pouco o que antes estava combinado. Ela já havia tomado banho, colocado aquela roupinha transparente e foi me esperar no nosso quarto. Contudo, devido o jogo muito pegado e emocionante do meu time do coração, não vi nem o tempo passar e quando o jogo terminou lá fui eu para o meu quarto, pensando que fosse participar agora do jogo do amor. Ledo engano. Grande frustração. Repito, mas a culpa foi minha. Ela, do mesmo jeito que havia deitado, permaneceu tranquila, dormindo nos braços de Morfeu. Não percebeu a minha presença, pois o seu sono estava profundo. Sendo assim, tive dó de acordá-la. Olhando aquele corpo apetitoso, cheiroso e provocante, tive que mudar o meu pensamento e resolvi também dormir, pois tinha certeza que, durante a madrugada ou quando a manhã chegasse, tudo indica que os nossos corpos iriam se fundir num só, como prova de um amor que pode ser adiado por algumas horas, mas nunca extinto.

                                                joboscan

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O HOMEM, O CACHORRO E O CAVALO

                       Um homem, seu cavalo e seu cão caminhavam por uma estrada. Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente. às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição...A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho avistaram um portão magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com bloco de outro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
                      O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada.
                       -Bom dia, ele disse.
                       -Bom dia, respondeu o homem.
                       -Que lugar é este, tão lindo? Ele perguntou.
                       -Isto aqui é o céu, foi a resposta...
                       -Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem.
                       -O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte.
                       -Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede.
                       -Lamento muito, disse o guarda - Aqui não se permite a entrada de animais.
                       O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi-aberta. À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.
                       -Bom dia, disse o caminhante.
                       -Bom dia, disse o homem.
                       -Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
                       -Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem, indicando o lugar. Podem beber à vontade.
                       -Muito obrigado, ele disse ao sair.
                       -Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
                       -A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar?
                       -Céu - respondeu o homem.
                       -Céu? Mas o homem na guarita ali ao lado do portão de mármore disse que era o céu!
                       -Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno!!!
                         O caminhante ficou perplexo.
                       -Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
                       -De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem uma grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos...


                                                      Domínio Público

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                     CONTINUAÇÃO DO ANO DE 1968


                      Antes de terminar o primeiro semestre do ano letivo de 68, resolvemos escolher quem seria o orador da nossa turma na festa de formatura da 4ª série ginasial. Logo no início, o meu nome foi citado. Depois surgiram outros. No final da votação fiquei com a incumbência de ser o orador da nossa turma. Com muita alegria, agradeci a indicação e prometi fazer o possível para elaborar um discurso que agradasse a todos. Mas só fiz a minuta do mesmo no início do segundo semestre. E logo no início deste, começamos também a nos movimentar no sentido de arrecadar fundos para o nosso passeio, por sinal, ainda indefinido onde seria. Resolvemos dividir a turma: um grupo elaborava rifas, outro, organizava leilões. Em resumo, todos trabalhávamos em prol de uma causa. E sendo assim, os nossos conterrâneos procuravam colaborar na medida do possível.
                     Por este tempo, outubro de 1968, o padre Agostinho chegou de uma viagem à capital, trazendo uma revista recém-lançada no Brasil - VEJA  - cuja capa trazia uma foice e um martelo, chamando a atenção do leitor para a reportagem principal que era sobre o comunismo. Quando me viu folheando esta revista, o meu vigário falou que o conteúdo da mesma tinha tendência de esquerda. No momento não entendi muito o que ele quis dizer com aquilo. Posteriormente, conversando o meu professor de português ele me explicou mais sobre o tema, elucidando algumas dúvidas preliminares sobre este assunto. Achei muito complexo, mas mesmo assim li a revista e comecei a me interessar mais sobre a atualidade do nosso mundo.


                                  Próxima postagem: continuação do ano de 1968

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

CONFESSO QUE EU LI

LIVRO: A VIDA COMO ELA É...

AUTOR: NELSON RODRIGUES


                                                  Primeiramente, escrever algo sobre este renomado autor é o mesmo que chover no molhado. Afinal, a sua bagagem cultural é fantástica e simplesmente admirável. Além de contos e romances, escreveu 17 peças de teatro. Seu ponto de vista irônico sobre a sociedade lhe é peculiar e inconfundível.
                                                 O livro que termino de ler - A VIDA COMO ELA É...- faz parte de uma coleção da Livraria Saraiva que traz para o leitor brasileiro uma boa e rica opção em livros de bolso. Com textos integrais, diga-se de passagem, abrange o que há de melhor na literatura clássica e moderna ao publicar as obras dos principais autores brasileiros e estrangeiros que muito influenciaram o nosso jeito de pensar.
                                                 Portanto, A VIDA COMO ELA É... reúne 100 crônicas que foram publicadas no jornal ÚLTIMA HORA na coluna do mesmo nome, o que evidentemente conquistou seu público leitor. O cenário desses dramas do cotidiano é, sem dúvida, o Rio de Janeiro da década de 1950 e seus personagens são de famílias tradicionais dos subúrbios cariocas ou da classe média que começava a se instalar em Copacabana.
                                               Devido o texto extenso de todas as crônicas, à primeira vista, dá para confundir até como pequenos contos e mesmo pelo conteúdo. Mas mesmo assim, vale a pena ler esse  livro.



                                                           Joboscan de Araújo

sábado, 7 de setembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

*PRECISO


          O verbo "haver" apresenta muitos significados. Seguida de infinitivo, a expressão "haver que" equivale a "ser preciso". "Há que cumprimentar"., portanto, equivale a "É preciso cumprimentar". Em Para viver uma grande amor, de Vinícius de Moraes, encontramos este exemplo. "Há que fazer do corpo uma morada..." O texto foi musicado por Toquinho.


PREÇO


            No rádio, na TV e nos jornais, são comuns as expressões "preço caro" e "preço barato". Cuidado, pois "cara" ou "barata" é a mercadoria. (O carro é caro"; "O livro é barato" e o preço é que é "alto" ou "baixo". ("Esse produto tem preço muito alto"); "Nesta época do ano, os preços são baixos")


PREFIXO


            Prefixos são elementos morfológicos que se colocam antes dos radicais para modificar-lhes o sentido. Radical é a parte comum, invariável, das palavras de uma mesma família. O radical dos vocábulos do grupo "governo, governar",, desgoverno" é "govern-". Em "desgoverno", acrescenta-se o prefixo de negação "des-" ao radical e obtém-se a palavra cujo sentido, entre outros, é "falta de governo" ou "governo desviado de seus propósitos".



                                                      Comentários dos Professor Pasquale Cipro Neto

                                                       Dicionário da Língua Portuguesa

                                                              Gold Editora Ltda

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

EJACULAÇÃO PRECOCE E TRAIÇOEIRA

                   Por esta o Rui não esperava. Em plena festa de fim de ano numa agência postal, enquanto dava uns amassos numa colega de trabalho, num lugar reservado, com a libido à flor da pele e diante da inesperada investida da Márcia, a garota mais gostosa e cobiçada da nossa turma, ele foi vítima de uma onda de um orgasmo repentino, ejetando-lhe uma traiçoeira ejaculação precoce.
                  Nesta ocasião, o nobre colega teve azar e sorte. No primeiro caso porque sujou a sua calça e em segundo, porque como a agência ficava localizada dentro de um shopping center, não foi nada difícil ele conseguir uma nova calça, ao pedir o favor de um colega. Depois deste vexame, a situação só não ficou mais delicada para a vítima porque a sua parceira, apesar de insatisfeita, foi bastante discreta quanto os seus comentários sobre tal fato. Simplesmente, saiu à francesa daquele ambiente, mas segundo confessou depois às amigas e colegas de trabalho, não soube explicar se foi por causa do efeito da bebida que a deixou mais extrovertida ou quem sabe, ela tenha mesmo exagerado nas carícias, deixando o rapaz em questão em ponto de bala e na hora H não entendeu muito bem porque o Rui falou um palavrão entre gemidos fugazes de prazer e depois lhe deu uma grande vontade de rir. Porém, salvou o colega e futuro namorado quando deixou o local para pedir aquele favor especial a um colega para comprar uma calça nova para o dito cujo. E depois tudo terminou mesmo em pizza.
                    Antes que tal incidente se transformasse em chacota, o Rui tentou logo se justificar saindo com algo injustificável assim:
                   -Pensando bem, com a minha idade, 22 anos, é preferível um caso de ejaculação precoce a uma impotência sexual passageira.


                                                          Joboscan de Araújo

terça-feira, 3 de setembro de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1281 - "O coração é o melhor dos cofres para a melhor das riquezas: o amor".

                          Autor desconhecido

1282 - "O maior erro humano, o maior obstáculo à nossa força é o medo de parecer ridículo".

                                     Idem

1283 - O Criador nos deu duas orelhas e uma boca para que escutássemos duas vezes mais do que falamos."

                                          idem

1284 - "O homem de coragem morre uma vez, o covarde, muitas vezes."

                                         César

1285 - "O mundo não está realmente pior. A cobertura jornalística é que está melhor".

                                           Autor desconhecido

1286 - "O objetivo do amor não é amar o belo, mas criar o belo."

                                                idem

1287 - "Os piores inimigos são os que aplaudem sempre, ou seja, os bajuladores".

                                               Tácito

1288 - "O dinheiro é como o adubo: se não for espalhado não tem serventia alguma".

                                          Bacon

1289 - "Os crimes são cometidos pela falta de cultura, pela má educação e pela viciosa organização do Estado".

                                               Platão

1290 - "O silêncio, ainda que mudo é frequentemente venal como a palavra".

                                    Autor desconhecido


domingo, 1 de setembro de 2013

CONCEPÇÕES SOBRE ADULTÉRIO

A paixão repentina e obsessiva traz no seu bojo à revelia da pessoa flechada por cupido  uma boa de egoísmo. Pois independente do êxtase do prazer fugaz ela proporciona, concomitantemente, uma cegueira que não é peculiar às pessoas que não foram atingidas por esta bendita ou maldita flecha do amor. A cegueira racional que uma paixão sentimental deixa qualquer pessoa, não importa o sexo, a raça, o credo, alheia a muitos detalhes que, em tempos normais jamais seriam percebidos. Por exemplo, ela será capaz de deixar o aconchego do seu lar sem importar se faz calor, frio, está chovendo ou não e vai de encontro da pessoa amada para se entregar aos prazeres da carne.. Não importa o cônjuge, os filhos, enfim, a família. Tudo fica em segundo plano. Quando a razão chega, desvencilhando os ditames da paixão efêmera, aí chega a hora de recolher os fragmentos de um relacionamento passageiro.


* Quando o assunto é adultério, a fofoca, o disse-me-disse, as picuinhas só servem mesmo para colocar veneno, ou como se costuma dizer, apimentar o tema, deixando as pessoas envolvidas na história com a pulga atrás da orelha. Pois, quando um dos cônjuges resolve tirar tudo a limpo, registrar in loco um flagrante de traição, aí precisa mesmo bastante coragem para não partir para a ignorância e cometer um ato insano, ocasionando uma tragédia familiar. É bom pensar bem antes de tomar uma atitude neste sentido, só que muitas vezes isto só fique na teoria. Pois na prática mesmo, ninguém neste mundo será capaz de saber como reagirá numa situação desta natureza. Afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco, como reza o ditado popular.


                                 Joboscan de Araújo