sexta-feira, 30 de agosto de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                ANO LETIVO DE 1968 (continuação)


                       Apesar do padre Agostinho ter me admoestado sobre o assédio das garotas naquele local de trabalho e eu ter pedido para que elas não me atrapalhassem, de vez em quando, apesar delas ficarem num banco da praça bem em frente da janela do salão paroquial, onde eu trabalhava, como elas faziam de tudo para me chamar a atenção, nada mais eu podia fazer, a não ser para não parecer tão antipático, dar uma olhadinha de vez em quando e sorri um pouco. Mas ficava quase impossível não ser "tentado" com aqueles ângulos ousados quando algumas delas se sentavam com segundas intenções. Não havia reza forte e suficiente para afugentar algum mau pensamento que por sua vez fazia o meu corpo jovem reagir de certa foma. Mas ficava só nisso mesmo. Acreditava que talvez, durante um sonho, através de uma polução noturna, o meu subconsciente se encarregaria de aliviar aquela tensão erótica. E assim o tempo foi passando até que aquelas adolescentes pararam mais de me provocar. Devido o meu jeito tímido e recatado eu fosse um grande bobalhão no conceito delas, menos um santo. Pois neste caso, só Deus sabe, quantas vezes pequei através do pensamento.
                      Outra atividade que eu exercia durante este ano de 1968, quando cursava o quarto ano ginasial na minha cidade natal, além de ser secretário da paróquia, no final de semana, mais precisamente das 18.00 às 19.00 eu mantinha um programa radiofônico transmitido de uma sala da casa paroquial, onde além da leitura do ANGELUS, quando era tocada a AVE MARIA, em seguida eu executava músicas variadas, atendendo ao público, principalmente os jovens. Vale ressaltar que este programa era praticamente ouvido em quase toda cidade de Simplício Mendes e tinha boa aceitação. Tanto é que, com a permissão do vigário, havia até algumas propagandas do comércio, onde gerava pequena receita para a aquisição de mais discos, por exemplo. Mas isto foi bom enquanto durou. No ano seguinte, quando regressei ao seminário de Teresina o referido o programa A VOZ DA PARÓQUIA saiu do ar, literalmente.


                                   Próxima postagem: Continuação do ano 1968

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A HISTÓRIA DOS DOIS PROFETAS

                                  Pressentindo que seu país em breve iria  mergulhar numa guerra civil, o sultão chamou um dos seus profetas e perguntou-lhe quanto tempo ainda lhe restava para viver.

                                 - Meu adorado mestre, o senhor viverá o bastante para ver todos os seus filhos mortos!

                                 Num acesso de fúria, o sultão mandou imediatamente enforcar aquele que proferira palavras tão aterradoras. Então, a guerra civil era realmente uma ameaça! Desesperado, chamou um segundo profeta. E em seguida perguntou:

                              -Quanto tempo viverei? - quis saber o sultão, procurando saber se ainda seria capaz de controlar uma situação potencialmente explosiva.

                              - Senhor, Deus lhe concedeu uma vida tão longa que ultrapassará a geração dos seus filhos e chegará à geração dos seus netos.

                             Agradecido, o sultão mandou recompensá-lo com ouro e prata. Ao sair do palácio, um conselheiro comentou com o profeta:

                             -Você disse a mesma coisa que o profeto anterior. Entretanto, o primeiro foi executado e você recebeu recompensas. Por quê?

                             -Porque o segredo não está no que você diz, mas na maneira como diz.


                         SEMPRE QUE PRECISAR DISPARAR A FLECHA DA VERDADE,  NÃO ESQUEÇA DE ANTES MOLHAR SUA PONTA NUM VASO DE MEL. POR MAIS INACEITÁVEL QUE SEJA AQUILO QUE VOCÊ VAI DIZER, SE VOCÊ SOUBER COMO TRANSMITIR, SERÁ FATALMENTE ABSORVIDO POR QUEM OUVE, DE UMA FORMA COMPREENSÍVEL. SEJA NA VIDA PROFISSIONAL, FAMILIAR etc.




                                                   DOMÍNIO PÚBLICO

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1271 - "O bem que se faz nunca fica perdido, se os homens o esquecem, lembra-se dele Deus e o recompensa".

                                              Autoria desconhecida (por mim)

1272 - "O progresso de um País não se mede pela extensão do seu território, mas sim pela grandeza do caráter do seu povo".

                                                       Rui Barbosa


1273 - "O homem é tanto mais livre quanto maior for sua capacidade de renúncia".

                                                Autor desconhecido

1274 - "O homem é forte pela razão; a mulher invencível pelas lágrimas. A razão convence, as lágrimas comovem".

                                               idem

1275 - "O homem é águia que voa; a mulher, rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma".

                                                  idem

1276 - "O que beneficia um ingrato pratica duas ações, duas virtudes: faz o bem e esquece o mal".

                                              idem

1277 - "O mal tem asas; o bem anda a passos de tartaruga".


                                                  idem

1278 - "O amor tem o poder de fazer com que acreditamos naquilo que normalmente duvidávamos".

                                              idem

1279 - "O talento é feito na solidão, o caráter, no impacto do mundo".

                                                     Kant

1280 - "O amor suporta melhor a ausência ou a morte do que o desprezo ou a traição".


                                              Autor desconhecido

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

POSSÍVEL


               Na língua do dia a dia, o pronome "tu" é usado em várias regiões do Brasil com o verbo na terceira pessoal do singular: "tu foi", "tu fez"; "tu riu"; "tu abusou" etc. No Rio Grande do Sul, sobretudo entre os jovens, também ocorre esse uso. Os gaúchos mais velhos, no entanto, costumam empregar o pronome "tu" com o verbo na segunda pessoa do singular, o que vai ao encontro do que preceitua a língua culta: "tu vais, ele vai"; "tu foste, ele foi"; "tu riste, ele riu".  Não custa lembrar que, quando se acrescenta "s" a "foste", "falaste", "trouxeste", o que se faz é conjugar a segunda pessoa do plural: "vós fostes, vós falastes, vós trouxestes".


POTIGUAR


               Um aluno quis saber por que quem nasce no Rio Grande do Norte é também chamado de "potiguar". O adjetivo que indica o lugar de origem chama-se "pátrio", mesmo que se refira a uma cidade ou estado. Alguns dos nossos têm origem indígena; outros estão ligados a algum fato histórico. Um catarinense, por exemplo, pode ser chamado de "barriga-verde", porque em determinada batalha os combatentes usavam uma espécie de lenço verde na barriga. "Potiguar" vem do tupi e significa"comedor de camarão"", crustáceo que não falta por lá.


PRAZER



               A terminação "-oso" indica ideia de abundância, de excesso. Lugar "perigoso" é lugar cheio de perigo; comida "gostosa" é cheia de gosto. E mulher "fogosa" é cheia de fogo. É bom lembrar que essa terminação se escreve com "s". Nada de "saborozo", "gostozo". Então, se de calor se faz "caloroso", e não "caloiroso", se de fervor se faz "fervoroso" e não "fevroiroso"; de prazer só se pode fazer "prazeroso" sem "i": um lugar "prazeroso".


                                             Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                         Dicionário da Língua Portuguesa

                                                         Gold Editora Ltda



sábado, 24 de agosto de 2013

A VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS E ADJACÊNCIAS

                     Já ficou para trás o tempo em que os torcedores lotavam os estádios de futebol para torcer apenas por seus respectivos times. Ocasião esta em que era como um terapia e momento de lazer. Mesmo a partida terminando empatada as torcidas rivais não se envolviam assim em tantas brigas com vítimas fatais. Só não era como uma festa de confraternização porque a rivalidade sempre se fez presente nestas ocasiões. Mas mesmo assim, muitas vezes, tudo era levado na 'esportiva', literalmente e tudo terminava em pizza.
                     Nos tempos atuais, com a proliferação da torcidas que se intitulam de 'organizadas', paulatinamente, a violência cresceu de tal maneira que, algumas vezes, chegam a extrapolar, exigindo da polícia um esforço extra para conter tanta brigas, depredações, vandalismos após as partidas e nos arredores do local de determinada partida de futebol.
                       Muitos foram os maus exemplos de "guerras" entre as famigeradas torcidas organizadas, ocasionando mortes de pessoas inocentes. Até na Copa São Paulo de juniores, que é um torneio de menor expressão futebolística já ocorreram fatos lamentáveis de violência. Mas mesmo assim, ninguém consegue por um fim neste dilema. Já tentaram implantar o sistema de jogo de uma só torcida, mas nada adiantou, pois tudo voltou ao normal. E quando se fala em violência nos estádios de futebol, diga-se de passagem, não é aquele denominado fato isolado não. Pois, amiúde, sempre acontece em quase todos os lugares onde há uma partida acirrada, envolvendo, principalmente, torcidas arquirrivais. Sempre será aquele Deus nos acuda e salve-se quem puder, lamentavelmente.
                      Mas não querendo generalizar, é bom ressaltar que, não resta dúvida, em muitas destas concentrações esportivas, envolvendo uma partida de futebol, a polícia não registra nenhum acontecimento com maiores consequências, ainda bem.


                                                                   Joboscan de Araújo

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CONCEPÇÕES SOBRE ADULTÉRIO

* Um casal que viveu o dilema da traição, quando optar por viver sob o mesmo teto, jamais terá uma vida normal. Poderá fingir à vontade, principalmente em sociedade, usando a máscara de que está tudo bem entre os dois, mas só Deus sabe. Pois o estigma indelével no âmago de cada um fará com que até alguma atitude honesta, correta, seja confundida e considerada como outro passo em falso em relação ao outro. Portanto, quase tudo será motivo para discussão ocasionada por uma desconfiança que se faz sempre presente na convivência fria e sem prazer do casal. E enquanto não moverem uma separação, a vida de ambos será sempre assim, um eterno purgatório, quando não, inferno, diga-se de passagem.


*Ninguém sabe o que é pior para um casal que sofreu um adultério: se a vítima age pela emoção, cometendo um crime passional ou apela para um suicídio ou então deixa o tempo passar para tentar amenizar a mágoa, sufocando-a num silêncio doloroso sabe Deus até quando. Em qualquer uma destas hipóteses, toda atitude movida simplesmente pela emoção ou omissão forçada não vale a pena. Agir racionalmente, nesta circunstância delicada e pessoal, sempre será o fato mais viável. Só que quase ninguém consegue agir desta maneira, principalmente, quando a notícia já espalhou pela sociedade e principalmente ambiente de trabalho. Pois a vítima, neste caso, parece que fica sem sentir o chão sob seus pés e daria tudo para sumir, o que também não resolverá nada.


* Se "o coração tem razão que a própria razão desconhece" como bem escreveu um filósofo, será sempre inútil tentar entender ou descobrir porque uma determinada pessoa comete um ato de traição amorosa. Se o fez movida (o) pela emoção, fruto apenas de uma atração sexual repentina, ainda dá um ínfimo motivo para um perdão. Agora, se a traição foi premeditada, forjada nos parâmetros de uma súbita vingança, aí tudo muda de figura. Só que em nenhum dos exemplos, nada se justifica. Afinal, são os mistérios da vida.


                                               Joboscan de Araújo

terça-feira, 20 de agosto de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1261 - "O mal de certos políticos não é a falta de persistência. É a persistência na falta".

                                                Barão de Itararé.

1262 - "O sucesso não depende apenas de saber as coisas, mas também de quando fazê-las".

                                                     Autor desconhecido

1263 - "O primeiro passo para vencer na vida é reconhecer os próprios erros; o segundo é corrigi-los"

                                                        idem

1264 -"Os raciocínios de todos os homens não valem um sentimento de mulher".

                                                      Idem

1265 - "O amor é um som que reclama um eco".

                                                      Idem

1266 - "O homem que mais viveu não é aquele que conta mais anos, porém o que mais sentiu a vida".

                                                      Idem

1267 - "O socialista é pelo conflito de ideias que leva à revolução. O liberal é pelo antagonismo de reivindicações que gera evolução".

                                                              Friedrich Hayek

1268 - "O bom samba é um forma de oração".

                                                      Vinícius de Moraes

1269 - "Os golpes de adversidade são terrivelmente amargos, mas nunca estéreis".

                                                      Autor desconhecido

1270 - "O saber é mera ação em teoria, porém a ação é o saber posto em prática".

                                                          Idem

domingo, 18 de agosto de 2013

AS TRÊS PENEIRAS

                                     Olavo foi transferido de projeto.Logo no primeiro dia, para fazer média com o chefe, saiu-se com esta:

                                   -Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva. Disseram que ele...

                                    Nem chegou a terminar a frase, o chefe aparteou:
                                   -Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
                                   -Peneiras? Que peneiras, chefe?
                                   -A primeira, Olavo, é a da verdade. Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro?
                                   -Não. Não tenho não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
                                   Então sua história já vazou a primeira peneira - disse o chefe. Vamos então para a segunda peneira, que é a da bondade. Por exemplo, o que você quer me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
                                  -Claro que não! Nem pensar, Chefe!
                                  Então, sua história vazou a segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira que a necessidade. Você, por acaso, acha mesmo necessário me contar esse fato ou mesmo passá-lo adiante?
                                  -Não chefe. Passando pelo crivo dessas peneiras, vi que não sobrou nada do que iria contar - falou o funcionário Olavo, bastante surpreendido.
                                  -Pois é Olavo. Já pensou como as pessoa seriam maias felizes se todas usassem essas peneiras? - Disse o chefe sorrindo e continuou : Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo dessas três peneiras; Verdade, Bondade, Necessidade, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque:

                                Pessoas inteligentes falam sobre ideias,
                                Pessoas comuns falam sobre coisas,
                                Pessoas medíocres falam sobre pessoas....


                                                        Domínio Público

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

CONCEPÇÕES SOBRE ADULTÉRIO

* A vida sexual de um casal, cujo casamento foi atingido por um adultério, nem em sonho será a mesma como antes do triste e fatídico deslize. Por algum motivo pessoal,os dois, mesmo ressentidos, feridos, magoados se chegarem à conclusão que, por enquanto, o melhor mesmo, por falta de opção, é continuar com um casamento de fachada, o mais viável, no campo sentimental, é o casal só manter uma relação sexual quando realmente houver um clima favorável para os dois, simultaneamente. Pois, caso contrário, se uma das partes tentar forçar a consumação  de uma transa, poderá acarretar numa possível frustração para ambos. Isto quando não surgir algum resquício de uma traição mental.


* A única vantagem, ou melhor, a única diferença de uma mulher que sofre de frigidez para um homem com DE (Disfunção Erétil), isto é, que é impotente sexual é que, num momento de encontro íntimo, apesar de todo conforto de uma cama de motel, ela pode usar a sua capacidade de fingimento em qualquer etapa da relação, se é que ela poderá ser consumada. Pois na qualidade de passiva, a mulher não terá outra obrigação senão fingir dando a entender que está tudo bem. No entanto, na mesma ocasião, o seu parceiro que deverá fazer o papel de ativo, jamais terá o fingimento como evasiva para logar algum prazer. Ou há uma penetração completa ou a relação ficará pela metade. E qualquer ardor, prazer físico murchará, literalmente.


* A princípio, uma pessoa que passou por uma desilusão amorosa, ou seja, foi traída, não teve e não terá vantagem em quase nada, mesmo se passando por vítima. Digo "quase" porque mesmo que ela não agir instintivamente ou não quiser fazer justiça com as próprias mãos e não sair do seu aconchego para desabafar com alguém, a sua frustração jamais será amenizada com tais omissões. Resignar-se, conter-se com uma situação tão delicada e desagradável como esta poderá ser uma opção mais difícil, mas poderá geral uma repercussão bem menor. A pessoa traída, atendendo algum princípio religioso poderá até insinuar um perdão, mas esquecer tal infidelidade, jamais. Como bem escreveu o filósofo Marcuse: "O tempo não cura nada; apenas tira o incurável do centro das atenções".


                                                       Joboscan de Araújo

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                            ANO LETIVO DE 1968



                    E conforme fora determinado, cada um de nós seguiu o seu caminho, ou seja, dando continuidade aos estudos nas sua respectiva cidade, comprometendo-se regressar à capital piauiense no ano seguinte, isto é, 1969. Neste caso, a situação seria diferente, pois já sabíamos previamente que iríamos estudar nos colégios da capital, pois o seminário iria funcionar no regime de semi-internato.
                   No meu caso, o colégio onde eu iria cursar a 4ª série ginasial era o mesmo onde eu havia estudado os dois primeiros anos do primário. A recordação da infância seria inevitável. E como tudo nesta vida tem a primeira vez, este ano eu iria estudar no período noturno. Neste caso não encontrei nenhuma dificuldade de adaptação, visto que estava na minha cidade natal, então todos os colegas eram conterrâneos e, portanto, conhecidos. E o professores idem.
                   Inegavelmente, assim como quando estudei no ginásio de Oeiras, sempre havia algum colega mais extrovertido e muito brincalhão que de vez em quando tentava fazer graça com alguma piada com relação a minha vocação e chegavam inclusive chamava algumas meninas para que elas me colocassem numa situação delicada, para não dizer, constrangedora, ou seja, como se me provocassem, testando o meu estilo celibatário e por aí vai. Mas, graças a Deus, eu conseguia me sair destas situações, pois tudo não passava de meras provocações. Se eu me irritasse, não resta dúvida, seria bem pior.Vale ressaltar que tudo isso só foi no começo do ano. Quando chegando ao segundo semestre o nosso convívio estava normal.
                   Ainda bem que logo no início do ano, o meu vigário padre Agostinho arrumou uma ocupação rendável para mim. Ou seja, nomeou-me como secretário da paróquia, responsável pelos lançamentos dos batizados, casamentos que fossem realizados nos livros da secretaria paroquial, além de outras pequenas atividades relacionadas à igreja local. Para mim foi ótimo, pois além de ocupar o meu tempo livre com uma boa e sadia atividade, no final do mês ainda ajudava um pouco aos meus pais, pois com este pequeno trabalho eu recebia uma ajuda de custo, não necessariamente um ótimo salário.
                  No início ele me alertou sobre possíveis aglomerações de algumas jovens, o que sem dúvida, além de atrapalhar o meu serviço, poderiam dar motivos para fofocas ou calúnias sobre o meu comportamento. Depois do expediente não teria nenhum problema. Eu tinha todo o direito de conversar na praça ou em outros lugares com quem eu desejasse. Não deveria me esquivar de participar das festividades em geral e me retrair sempre só porque eu continuava sendo um seminarista. O importante era saber se comportar. E costumava sempre citar um pensamento, que só mais tarde fiquei sabendo que era da autoria do escritor Hemingway: "Não é na terra que se fazem os marinheiros, porém no mar, encarando as tempestades".


                                            Próxima postagem: Continuação do ano de 1968

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

PORTA-AVIÕES


                      "Esquadra" é o conjunto de navios de guerra de um país. Um desses navios é o "porta-aviões, forma reduzida de  "navio porta-aviões", que, por sua vez equivale a "navio-aeródromo". Pois bem, "porta-aviões é uma das tantas palavras da nossa língua que se usam com "s" no final, tanto no singular quanto no plural. Diz-se, portanto, "o porta-aviões" e "os porta-aviões". Veja outros exemplos: "o/os guarda-costas", "o/os porta-luvas", "o/os porta-malas", "o/os tira-dúvidas".



PORTANTO


                       Nem tudo em língua tem justificativa lógica. Como explicar que "por isso" é separado e "portanto" é junto? Grava-se a grafia e pronto. "Portanto" e "por isso" têm significado equivalente, mas grafia diferente.



PORTENHO


                        Alguns comentaristas esportivos chamam a seleção nacional da Argentina de "equipe portenha". "Portenho" diz respeito a Buenos Aires, cidade portuária, capital da Argentina. todo "portenho" é argentino, mas nem todo argentino é "portenho".



POSSE



                   É preciso observar que nem sempre o emprego ou a omissão do artigo definido antes de possessivos tem valor estilístico. Em alguns casos, trata-se de fazer clara distinção significativa, como em: "Este cinto é meu"/"Este cinto é o meu". Na primeira frase, indica-se a simples ideia de posse, na segunda, evidencia-se que o objeto possuído distingue-se de outros da mesma espécie, que não pertencem à pessoa que fala. Note-se, ainda, que, se o possessivo estiver posposto ao substantivo, este virá normalmente precedido de artigo. "Não esqueço o brilho dos olhos teus".



                                                      Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto


                                                                         Dicionário da Língua Portuguesa


                                                                          Gold Editora Ltda

sábado, 10 de agosto de 2013

CONFESSO QUE EU LI

LIVRO: MANUSCRITO ENCONTRADO EM ACCRA

AUTOR: PAULO COELHO


                                    Confesso que já li vários livros deste renomado escritor brasileiro, Paulo Coelho. Embora muitas pessoas não o apreciam, alegando que seus livros são relacionados à magia, o que não é verdade, respeito o ponto de vista destas pessoas, pois todo o mundo tem o direito de opinar. Eu, particularmente, gosto da maneira fácil como ele sempre escreve, chegando inclusive a reler alguns romances da sua autoria, como por exemplo, O alquimista e Diário de um Mago.
                                    Agora, com relação a este mais recente lançamento, Manuscrito encontrado em Accra, confesso que só não fiquei decepcionado porque o seu conteúdo é rico em ensinamentos que são essenciais ao nosso desenvolvimento psicológico e principalmente com relação ao nosso convívio diário com todas as pessoas. Quem já leu o livro O PROFETA da autoria de Khalil Gibran e imediatamente passa a ler este Manuscrito pode achar logo que se trata de um grande plágio literário. Só que não se trata nada disto. Uma vez que, conforme o escritor Paulo Coelho aborda na orelha deste livro, ele é uma transcrição do manuscrito encontrado em Accra pelo arqueólogo inglês, Sir Walter Wilkinson. A cópio deste pergaminho chegou às mãos do Paulo Coelho em 2011, através do filho daquele arqueólogo inglês.
                                     Não se trata de nenhum romance água com açúcar, como os críticos costumam se referir aos escritos por este ex-parceiro do cantor Raul Seixas. Na minha modesta opinião, que já li O PROFETA duas vezes, acho realmente bem similar. Agora, se nesta história houve plágio, neste caso seria o do renomado Gibran, uma vez que este manuscrito encontrado em Acrra data por volta do ano de 1307. Portanto, há controvérsia. Portanto, ninguém  plagiou ninguém e ponto final.


                                                         Joboscan de Araújo

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

POLIR


                        Panelas muitas vezes precisam de polimento. E como se conjuga o verbo "polir"? Esse verbo tem conjugação completa. No presente do indicativo, quatro flexões trocam o "o" do radical "u": "eu pulo, tu pules, ele pule, nós polimos, vós polis, eles pulem". No presente do subjuntivo, cuja base é a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, o "u" aparece em toda as flexões: "que eu pula, que tu pulas, que ele pula, que nós pulamos, que vós pulais, que eles pulam". Nos demais tempo, o verbo "polir" é regular: "eu polia", "nós políamos", eles poliam", "eu poli", "ele poliu", eles poliram", "ele polirá", "se eu polisse" etc. Que ninguém nos ouça: eta verbinho danado de feio, não?


POLÍTICO


                          A Organização dos Estados Americanos (OEA) é o grande centro de discussão dos problemas dos países das três Américas. Esses problemas podem ser sociais, econômicos, políticos...E se forem ao mesmo tempo políticos e econômicos? Temos aí a possibilidade de empregar um adjetivo composto formado por dois adjetivos. Em "problema político-econômico", por exemplo, temos o substantivo "problema" qualificado pelo adjetivo composto "político-econômico". Nestes casos, só se flexiona o segundo elemento do composto, tanto em gênero (masculino/feminino) quanto em número (singular/plural): "questão político-econômica", "acordos político-econômicos", "questões político-econômicas".



PÔR


                             Muita gente acha estranho o plural de "pôr do sol": "pores do sol". Talvez seja mesmo estranho, mas é assim. Apesar da estranheza que a forma "pores" causa, o plural de "pôr do sol" é mesmo "pores do sol", visto que, nesse caso,  ocorre a substantivação da forma verbal "pôr": "São belos os pores do sol em Petrópolis".



                               Comentários do Professor Pasquale Cipro  Neto

                                                      Dicionário da Língua Portuguesa

                                     Gold Editora Ltda


terça-feira, 6 de agosto de 2013

CONCEPÇÕES SOBRE TRAIÇÃO

Uma pessoa que foi traída, além da angústia e da chateação, cometerá uma asneira maior se procurar se vingar do cônjuge, usando a mesma moeda. Ou seja, partindo para uma vingança, pensando que assim estará tudo resolvido. Ledo engano. A mácula de traído (a), para não dizer outro nome mais pejorativo, continuará para sempre. Só que, além disso, terá outro epíteto complementar: adúltero (a). Pensando bem, a vingança nunca compensa.


Se uma pessoa for preterida no campo sentimental e, inclusive foi até vítima de um ato de traição explícita, seria bem mais racional não procurar entender o porquê de tal atitude insólita praticada por alguém na qual depositava total confiança. Pois como a paixão é um mistério, portanto, é uma perda de tempo tentar desvendá-la através de um ato espúrio desta natureza e acima de tudo inesperado. Seria tão inútil quanto tentar descobrir porque fulano ou sicrano aprecia tanto uma determinada iguaria quando a mesma não nos apetece e não nos agrada nem um pouco. São os mistérios insondáveis da vida.


Uma pessoa pode ser abonada como for, ter um bom relacionamento com as demais, levar uma vida saudável e tudo o mais, porém, para ambos os sexos ainda não criaram, não inventaram nenhuma pílula ou seja, nenhum remédio com a seguinte frase na sua embalagem: "Ajuda a ter vontade de fazer sexo!" Não confundindo, é lógico, com estimulante sexual quando o assunto for DE (Disfunção Erétil). Pois a vontade é algo intuitivo e está muito relacionado ao desejo, à atração, ao tesão, ao fator 'pele'. Portanto, não adianta forçar uma relação sexual indesejável por uma das partes envolvidas. Isto pode até acontecer, mas o prazer pode até acontecer, mas dificilmente será simultâneo. Nada se compara a uma relação sexual prazerosa quando realmente um determinado casal está a fim. Caso contrário, parece mais um estupro. E isto é simplesmente degradante.


                                        Joboscan de Araújo

domingo, 4 de agosto de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1251 - "O indivíduo só pode ser ele próprio, inteiramente, quando está só; logo quem não ama a solidão, não ama a liberdade, pois só quando se está só é que se está livre."


                                     Schopenhauer

1252 - "O tempo não tem asas para o cativo".

                                     Tony

1253 - "O amor é para aquele que tem o ventre farto e não para o faminto".

                               Autor desconhecido

1254 - "O ideal não se define, enxerga-se pelas clareiras que dão para o infinito".

                                    Rui Barbos

1255 - "O amor ciumento é como o ódio"

                                    Moliere

1256 - "Os homens são a causa de que as mulheres não gostam umas das outras".

                               Autor desconhecido

1257 - "O primeiro amor que entra no coração é o último que sai da memória".

                                                Idem

1258 - "O indivíduo está meio vencido desde que começa a ter pena de si mesmo ou procura uma desculpa para os seus defeitos".


                                           idem

1259 - "O direito e o dever são como a palmeira: não dão frutos se não crescerem um ao lado do outro".


                                                 Idem

1260 - "Os indecisos perdem metade da vida; os enérgicos, duplicam-na".

                                            Idem

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                 PRENÚNCIO DE UMA DESATIVAÇÃO


                   Faltando apenas um mês para o término do ano letivo de 1967 houve um encontro inesperado do clero arquidiocesano, contando inclusive com vigários de paróquias de outras dioceses. Este encontro realizado no seminário nos chamou muito a atenção e aguçou a nossa curiosidade. Pelos comentários que se ouvia nos corredores é que o assunto principal daquela reunião era o futuro sobre o funcionamento daquele seminário. Comentava-se que, devido a precária situação financeira da Igreja Católica no Piauí, com a queda assustadora nas coletas durante as missas, o nosso colégio estava com os dias contados, pois estava muito difícil mantê-lo funcionando normalmente com tantas despesas. Este fato aconteceu também com  o seminário de Oeiras. Portanto, pelo visto, a Arquidiocese de Teresina iria desativá-lo em duas etapas, ou seja, primeiro faria uma experiência no próximo ano - 1968 - liberando todos os seminaristas às suas respectivas paróquias para que cursassem o ano letivo juntamente com os jovens conterrâneos. Era como se isso fosse uma prova de fogo para testar a personalidade, o grau vocacional de cada um. Só que este tipo de "prova", nós, os seminaristas da Diocese de Oeiras já tínhamos sido submetidos em 1965, quando lá o seminário funcionário no regime semi-internato, ou seja, residindo no prédio do seminário, mas estudando num colégio da cidade juntamente com os demais jovens, o que para nós não houve nenhum problema de adaptação.
                   Portanto, depois do encontro eclesiástico, o arcebispo Dom Adelmar nos comunicou da aguardada decisão. Realmente o seminário, durante o ano de 1968 ficaria totalmente fechado e voltaria a abrir suas portas no ano seguinte, mas funcionando num regime semi-interno.
                 Naquela ocasião, lembro-me de que ninguém comentou abertamente, mas depois, pensando bem nos últimos acontecimentos, como por exemplo, a Polícia Federal e Estadual fazendo "visitas" inesperadas ao nosso colégio e inclusive prendendo até um padre por alguns dias para averiguação sobre possível envolvimento com movimentos contra o governo. E como o regime de ditadura que estávamos vivendo naquele tempo, qualquer comentário público sobre o presidente, era logo tachado de subversivo de preso, às vezes até espancado. Portanto, ficamos com a pulga atrás da orelha, mas tivemos que acatar aquela determinação sem abrir a boca pra nada. Que situação delicada aquela que vivemos.


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