terça-feira, 31 de dezembro de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1381 - "Os tolos, os loucos e néscios têm a vantagem de não sofrerem os males antes que cheguem; os homens prudentes e de juízo os padecem antecipadamente pela sua previdência e reflexão".

                                      Autor desconhecido

1382 - "Os rouxinóis emudecem quando os jumentos ornejam".

                                                   Idem

1383 - "Os velhos sabem e querem, mas não podem; os moços querem e podem,mas não sabem".

                                                      idem

1384 - "Os erros também instruem: há muita gente rica de seus próprios enganos".

                                               Idem

1385 - "Os traidores se associam, mas não se amam nem se confiam".

                                        Idem

1386 - "O mal intencionado sempre fracassa pouco antes de atingir o seu propósito".

                                             Idem

1387 - "O trabalho é uma forma de produção, de ganhar a vida, mas também deve ser um meio de oração".

                                                 João Paulo II

1388 - "Os sábios falam, os educados escutam, os ignorantes discutem".

                                              Autor desconhecido

1389 - "O primeiro sinal de crise no casamento é quando marido e mulher começam a falar sozinhos um com o outro, ou seja, quando o diálogo termina, transformando-se em solilóquio".

                                                  Idem

1390 - "Os que se queixam de falta de liberdade são geralmente os que menos a merecem".

                                           Marquês de Maricá

               

domingo, 29 de dezembro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                   ALIMENTANDO UM NAMORO PLATÔNICO

                           Aproveitando que o padre Aderaldo havia viajado, os meus colegas tiveram uma ideia: "Vamos fazer uma serenata hoje?" Alguns deles tinham namoradas e ao saberem que eu tinha uma admiradora, aproveitaram para me incentivar e participar deste programa romântico. Principalmente porque a vitrola que iríamos usar era da paróquia e eu era o responsável (ou irresponsável?) para comandar e executar as músicas durante este nosso périplo noturno nas respectivas casas das jovens. E como não poderia deixar, aproveitei também para passar na casa da minha prima, onde a minha paquera estava hospedada e coloquei para tocar as músicas mais românticas do momento, por exemplo, Roberto Carlos, Paulo Sérgio, Antônio Marcos etc.
                          No dia seguinte o comentário foi geral. Elas comentaram por onde andavam e realmente elas gostaram bastante. Afinal, uma serenata, programa típico das cidades do interior, retratava o romantismo dos jovens, principalmente os mais tímidos como eu. E durante este programa, sempre regado com alguma bebida alcoólica, as horas passavam rápidas e por isso, era sempre muito divertido. O certo é que aquela serenata foi bastante comentada no dia seguinte, repito, inclusive até a minha irmã aproveitou para tirar uma dúvida:
                      -Diga-me uma coisa, meu irmão. Seminarista pode namorar? Eu sei que padre não pode, mas vocês podem?
                     - Quem estar namorando? Perguntei muito sem graça, inclusive só mexendo na comida, demonstrando-me até sem apetite, por sinal, um forte sintoma de quem estava apaixonado.
                     -É o que estão comentando pela cidade. Mas acho que é apenas fofoca...
                     -Deve ser mesmo. Pois eu nem conversei com esta moça. Apenas nos olhamos bastante lá na igreja...
                     -Na igreja, meu irmão? Mas logo lá? Não poderia ser na praça, no salão de baile? Olha que isto deve ser pecado...
                     -Não exagera, minha irmã. Deus é quem sabe.
                     -Conversou ou não, o certo é que de uns três dias pra cá você anda muito diferente. Sem fome, sempre cantarolando músicas românticas, apaixonadas...eu não sei não, mas acho que neste mato tem coelho, neste angu tem caroço.
                    -É, pode ser isto mesmo. Mas repito, Deus é quem sabe.
                     E o nosso papo terminou por aí.

                                                Próxima postagem: O HOMEM NO SOLO LUNAR

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

BIOGRAFIA DESAUTORIZADA

                 O Vaticano se surpreendeu ao receber um tal Gabriel. Veio dar entrada no processo de apreensão de todos os exemplares dos Evangelhos. Segundo o doutor, os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João não foram fiéis à vida de Jesus. Perante uma comissão de cardeais, doutor Gabriel apontou os graves erros, com fortes conotações difamatórias, contidas nos textos bíblicos.
                  O NASCIMENTO EM BELÉM. Não é verdade que Jesus nasceu numa estrebaria. Isso não faz jus a um descendente do rei Davi. E não convém à fé cristã o episódio dos reis magos. Magos praticam magia, contrária à doutrina cristã. E é óbvio que há fortes influências astrológicas no relato de que eles foram conduzidos por uma estrela do Oriente.
                 O MASSACRE DE BEBÊS  em Belém, passados ao fio da espada por ordem do rei Herodes. Um episódio de caráter nitidamente sensacionalista. Inverossímil. Por que Herodes haveria de temer um recém-nascido? Belém era uma cidade pequena para conter tantos bebês. Jesus não nasceu lá, nasceu em Nazaré.
                A PRESENÇA DE JESUS, AOS 12 ANOS, ENTRE OS DOUTORES. Como o enviado de Deus poderia ser um adolescente desobediente a pessoas tão santas como seus pais, Maria e José? E quem acredita que um pirralho atrairia a atenção de intelectuais?
                AS BODAS DE CANÁ E O MILAGRE DE TRANSFORMAR A ÁGUA EM VINHO. Jesus jamais incentivou o alcoolismo. Por que haveria de fazer um milagre para saciar bebuns? Milagres são para curar, não para evitar fim de festa.
                A MULHER ADÚLTERA. O adultério era punido com o apedrejamento. Como Jesus haveria de perdoar uma safada que traía o seu marido? As leis existem para ser cumpridas, e não fraudadas por corações amolecidos.
                                                         xx.x..x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.
                Dito isso, e ainda mais, Gabriel advogou o veto às quatro biografias não autorizadas que circulam mundo afora sob o título de Evangelhos

                                              Carlos Alberto Libanio Chisto - o Frei Beto.

                                Publicado no jornal Folha de São Paulo em 18 de Novembro de 2013
                                   Coluna  TENDÊNCIAS / DEBATES
                                       

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

AS FESTIVIDADES NATALINAS!

                               Sai ano entra ano e quando chega esta data - 25 de Dezembro - a maioria das pessoas enche a boca para proferir a famigerada frase: "FELIZ NATAL!". E entre comes e bebes, peru e panetone, champanhe e diversas guloseimas a ceia se desenvolve num clima familiar e corriqueiro, quando as trocas de presentes são efetuadas com surpresas agradáveis ou não. O que se tem a lamentar neste dia em que a Igreja Católica Apostólica Romana comemora o nascimento de Jesus Cristo, nosso Salvador, é que Ele é pouco lembrado ou homenageado, ficando esquecido por esta onda de iguarias e bebidas. Sabemos que o sentido profundo do Natal é renascimento, meditação e renovação de propósitos e atitudes mais dignas e humanas, onde a presença do próximo deve ser o foco essencial nas nossas vidas. Só que o egoísmo profundo que impera em todas as camadas da sociedade ignora este propósito de vida, deixando cada um nas suas respectivas redomas e círculos sociais. E por mais que se propale algo diferente nesta festa de confraternização, poucas pessoas tomam consciência do autêntico sentido do Natal aqui e em todas as partes do mundo onde ele for comemorado. O consumismo está em todas as facetas da sociedade e isto ninguém conseguirá mudar, por mais que a Igreja Católica tente chamar a atenção para o sentido santo e mais genuíno desta data magnífica, mas tão deturpada.

                                                   Joboscan de Araújo

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                     FLERTE NO TEMPLO


                    Antes do padre Everaldo viajar para o encontro do clero, ele celebrou a missa dominical. Por ocasião deste ato religioso aconteceu um fato inusitado que jamais esquecerei. Pra começo de assunto é bom deixar registrado que nesta ocasião eu não estava ajudando a santa missa. A igreja estava lotada. Eu estava num local estratégico. Repentinamente, olhando assim como quem não quer nada, lembro-me que bem na hora do sermão, sintonizei os olhos de uma garota. A princípio cheguei a pensar que ela estivesse olhando para outro rapaz. Disfarcei um pouco para ter certeza. Sorrateiramente, voltei a olhar para a mesma jovem. Ela continuava olhando na minha direção. Como se tivesse sido flechado por Cupido senti meu coração bater descompassado e forte. Tentei voltar a minha atenção para o sermão do vigário, mas não conseguia. Algo me impulsionava a olhar novamente para aquela jovem.
                 Após a missa eu parecia um nefelibata. Só voltei a mim quando um colega e amigo me confidenciou que aquela jovem que estava olhando para mim era da cidade de Oeiras e estava passando as férias na minha cidade. Por incrível que pareça, coincidentemente, ela estava hospedada na casa de uma prima minha e ex-colega de ginásio. Resumindo: depois de saber disto, ficou mais fácil para eu conseguir mais alguma informação sobre aquela jovem, cujo nome logo fiquei sabendo: Marlene.
                 Passou um dia e eu sem coragem de me encontrar com esta jovem e me declarar. Ficava só na teoria, imaginando o que poderia falar. Não tinha menor ideia. O certo é que foi assim que nasceu no meu âmago este amor platônico que durou seis meses, aproximadamente.


                                Próxima postagem: continuação deste romance (quase proibido)

sábado, 21 de dezembro de 2013

A FUNÇÃO DO BEIJO NO ROMANCE

                      Há atividades que são comuns à maioria dos humanos e das quais gostamos imensamente, sem pensar muito a respeito. Mas, de vez em quando, os pesquisadores sentem a necessidade de tentar entendê-las. Recentemente, psicólogos experimentais da Universidade de Oxford, no Reino Unido, exploraram a função do beijo nos relacionamentos românticos. Eles acharam complicado.
                     Após realizarem uma pesquisa on-line com 308 homens e 594 mulheres com idades entre 18 e 63 anos, a maioria da América do Norte e Europa,os pesquisadores concluíram que o beijo pode ajudar as pessoas a avaliar potenciais parceiros e depois a manter esses relacionamentos.
                    "A alteração de propósito do comportamento é muito eficiente", disse Rafael Wlodarski, coordenador do estudo.
                    Mas outra hipótese sobre o beijo - que sua função seria elevar a excitação sexual e preparar um casal para o coito - não se sustentou.
                    Os participantes da pesquisa foram questionados sobre as atitudes em relação ao beijo durante diferentes fases dos relacionamentos românticos. Também foram questionados sobre seu histórico sexual - por exemplo, se eles eram mais inclinados a encontros casuais ou a relações prolongadas e comprometidas.
                    Pesquisas anteriores haviam sugerido que, num novo relacionamento, o beijo romântico serve para empurrar dois relativos estranhos para o espaço um do outro. Poderia ser uma espécie de entrevistas primária: será que essa pessoa pode ser um(a) parceiro (a)?
                   Os resultados de Wlodarski sugerem uma dinâmica mais nuançada. Os participantes geralmente apontavam o beijo em relações casuais como sendo mais importante antes do sexo, menos importante durante o sexo, ainda menos importante depois do sexo e minimamente importante "em outros momentos".
                   Pesquisas anteriores já demonstraram que três tipos de pessoas tendem a ser mais exigentes na seleção de parceiros geneticamente aptos e compatíveis: as mulheres, os que se consideram altamente atraentes e os que preferem o sexo casual. Nesse estudo, essas pessoas disseram que o beijo era importante principalmente no começo de um relacionamento. Isso pode ocorrer porque, para esses indivíduos, o beijo acaba sendo uma forma rápida e fácil de testar a adequação de um parceiro. Depois desse primeiro beijo, esses tipos têm muito mais propensão do que outros participantes a mudar de ideia sobre um parceiro em potencial, segundo os pesquisadores. Se o beijo dele não é bom, esqueça-o.
                   Mas outras pessoas poderiam usar critérios diferentes para avaliar parceiros: os homens, os que se julgam sexualmente menos atraentes e pessoas buscando compromisso. Na busca mais ampla por um parceiro, esses indivíduos procuram pessoas que pareçam ter inclinação e recursos para um relacionamento longo. E para elas, conforme mostrou o estudo, o beijo tem uma prioridade menor no começo do namoro.
                  Particularmente no caso de homens e mulheres que buscam relacionamento de longo prazo, o beijo serve a outros propósitos, como à reafirmação do relacionamento. Eles usam seu músculo orbicular da boca para mediar, aperfeiçoar e sustentar seus vínculos.
                  Essas pessoas consideram o beijo como sendo igualmente importante antes do sexo e "em outros momentos não relacionados ao sexo". Para esses participantes, o beijo menos importante era o que ocorria durante o sexo.

                                                       JAN HOFFMAN

                                                   (Publicado no New York Times e. simultaneamente, no jornal Folha de São Paulo. Em 12/11/2013)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O EQUILIBRISTA

                         Dois amigos ganhavam a vida em Foz de Iguaçu. Um deles, equilibrista, atravessou um cabo de aço sobre uma das cascatas enormes do rio e passava de um lado para o outro equilibrando-se sobre o cabo. Enquanto isto, o amigo lá embaixo, passava o chapéu entre os turistas arrecadando as doações.
                      Com o passar do tempo, as contribuições diminuíram, e o equilibrista foi obrigado a inovar. Então resolveu atravessar o cabo de aço empurrando um carrinho de pedreiro. Os turistas foram ao delírio, e a sacola das contribuições tornou a encher.
                     Mas, com o passar do tempo, novamente o equilibrista teve de melhorar as apresentações. Então resolveu fazer algo inédito: disse ao amigo:
                      -Amanhã, antes de você passar a nossa sacola entre os turistas, eu vou atravessar o cabo de aço, e você vai sentar no carrinho...
                      Imediatamente o amigo se recusou:
                       -Isto não. Sou seu amigo, gosto de você, confio em você, mas sentar-me naquele carrinho eu não sento não!

                        MORAL DA HISTÓRIA:

                              ÀS VEZES DEUS MANDA A GENTE  SENTAR NO CARRINHO!

                                     Já pensou nisto?

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

EXPOSTO AO PERIGO

                        Bairro de São Paulo muito temido pelo alto índice de assalto e assassinato. O rapaz em questão, que mora do outro lado da cidade, estava na casa da namorada num domingo à noite. Estava tudo tranquilo, tudo bem. Até que, quando menos esperavam, eis que um temporal caiu sobre aquele bairro, de maneira tal que ninguém conseguia sair de casa. O tempo foi passando e a mãe da jovem já estava preocupada com o namorado da sua filha. Como ele iria embora? Estava ficando muito tarde. E na sua casa não tinha condições de abrigá-lo naquela noite chuvosa.
                   Tão logo a chuva diminuiu, rapidamente, ele se despediu e foi pegar o ônibus. No ponto não havia ninguém. Enquanto ali estava aguardando o coletivo que demorava, eis que ele avistou vindo ao longe, dois rapazes. Imediatamente pensou com os seus botões: "Seja o que Deus quiser. Se forem ladrões só espero que não apelem para a violência física". E à proporção que eles se aproximavam o seu coração batia forte e descompassado. Afinal, qual o ser humano que não ficaria com medo num momento daquele?
                   Mas Deus protege sempre as pessoas que Nele confia. E por incrível que pareça, aqueles dois rapazes, mesmo com uma aparência bem estranha, simplesmente passaram ao lado do jovem que esperava o ônibus sozinho naquele ponto, tarde da noite, e seguiram o seu caminho como se não tivessem visto ninguém ali. Ainda bem. Agora fica a indagação: Quem seria capaz de afirmar que aqueles rapazes seriam ladrões? Ninguém em sã consciência. Agora, que aquele rapaz tinha toda a razão de ficar apreensivo e com medo dos mesmos, sem dúvida, isto ninguém pode negar. Ele teve sorte sim, pois aqueles rapazes deveriam ser gente do bem, mas que ficou exposto ao perigo por alguns momentos, isto ninguém tem a menor dúvida.

                                                        Joboscan de Araújo

domingo, 15 de dezembro de 2013

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS

                "VOLTE SEMPRE!"


                  É muito comum observarmos algumas plaquinhas nas paredes ou portas de pontos comerciais com a conhecida frase: "VOLTEM SEMPRE!".  Não resta dúvida, trata-se de uma maneira gentil do dono daquele estabelecimento convidar, indiretamente, os clientes que regressem ali o mais breve possível. Muitos realmente voltam sempre àquele salão de cabeleireiro, `mercado, banca de jornal etc. Isto acontece quando são bem atendidas e outras vezes, talvez por falta de opção, ficando aquela história: "se não tem tu, vai tu mesmo".
                 Só que não querendo ser pessimista, esta mesma frase perderá o seu verdadeiro sentido e objetivo, infelizmente, no dia em que um destes pontos comerciais receber a visita inesperada, indesejável e inoportuna  daqueles indivíduo "amigos" do alheio, ou seja, daqueles meliantes e pessoas nefastas que vivem assaltando em plena luz do dia e, preferencialmente, à noite.
                Por outro lado, há outra ocasião em que dizer: "Volte sempre!" não faz o menor sentido. É quando alguém recebe alta de um hospital ou quando termina de cumprir pena em alguma penitenciária. Se ouvir uma frase deste teor, inegavelmente, será o maior contrassenso ou ironia da pessoa que falar desta maneira, pois tudo indica que só deve mesmo estar brincando. Afinal, quem gostaria de voltar a ficar internado num hospital ou  preso numa cadeia superlotada e fétida?


                                                                            Joboscan de Araújo

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

QUE

            "Com que" ou "com quem"? O pronome "que" ´pode referir-se a pessoas ("As moças que me atenderam"; "As professoras de que mais gosto") ou a coisas ("Os livros que comprei"; "Os pratos em que comi"), portanto não há erro nenhum na frase "O corretor com que fiz o seguro". A forma ""corretor com quem fiz o seguro" também é indiscutivelmente correta, já que é mais do que legítimo ouso do pronome "quem" em relação a pessoas. Vale lembrar que haveria ainda uma terceira possibilidade: "O corretor com o qual fiz o seguro"


QUERER

            Uma loja de uma grande rede estampava o cartaz: "Leve o que quizer e pague como puder". É melhor não levar nada. O verbo "querer" simplesmente não apresenta a letra "z" em nenhuma de suas formas. Esqueça o "z" quando conjugar esse verbo: "quis", "quiseram", quisesse", "quiser", "quisemos", "quisessem", "quiserem", "quisemos". E cuidado quando usar o nome de Deus. Escreva "Se Deus quiser", com "s". Com "z" Deus não quer.


QUILO


            "Pelo amor de Deus, professor! Pelas minhas pesquisas recentes, TODOS (!) os jovens acreditam piamente que "quilo" se escreve com "K". A profusão de restaurantes que anunciam "a kilo" deve estar causando esse desconhecimento geral". O desabafo é de um leitor. Este protesto me lembra o que me relataram recentemente. Interessada nos conhecimentos ortográficos de seu interlocutor, uma pessoa perguntou a um rapaz como ele escreveria "comida por quilo" em um restaurante. Depois de pensar muito, o mancebo disparou: "Self-service"! Caso clássico de ruído na comunicação. Que fique claro: "kg" é o símbolo de "quilo", assim como "km" é de quilômetro.


                                             Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

                                                                Dicionário da Língua Portuguesa

                                                                 Gold Editora Ltda

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1371 - "Os importunos roubam-nos o tempo e nos consome a paciência".

                                 Autor desconhecido

1372 - "O gênio faz o que deve, o talento, o que pode".

                                         George Bulwe Lytton

1373 - "Os sábios não dizem tudo, nem o melhor que sabem: receiam com razão não serem compreendidos, mas perseguidos".

                                       Autor desconhecido

1374 - "O lisonjeiro  é um mentiroso aprazível e mercenário".

                                        Idem

1375 - "O crer é menso incômodo e penoso que o descrer".

                                          Idem

1376 - O tempo voa para quem goza e se arrasta para quem padece".

                                       Idem

1377 - "O jardim das verdades tem altas cercas e espinhos".

                                           Idem

1378 - "O que mais incomoda e atormenta a espécie humana é querer que os homens e as coisas sejam o que não podem ser ou deixam de ser o que são por sua essência e natureza".

                                              Idem

1379 - "Os bons podem não ter amigos, em compensação, aos maus nunca lhes faltam inimigos".

                                             Idem

1380 - "Os dois sexos não são antagonistas: um é complemento do outro".

                                         Idem

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                    FÉRIA DE JULHO DE 1969


                                 Faltando uma semana para o início das férias de julho, o novo vigário da minha cidade, Simplício Mendes, o padre Adevaldo Lindenberg, ao tomar conhecimento que eu pretendia ficar no seminário, uma vez que os meus familiares estavam em São Paulo, imediatamente tomou as devidas providências para que eu fosse passar as férias lá, com o objetivo de ajudá-lo durante a visita que ele teria que fazer nas pequenas localidades, administrando os sacramentos e celebrando as missas.
                                Logo que eu cheguei percebi que ele ficou bastante contente, ao mesmo tempo que admirou muito o meu físico bastante franzino e falou em um português com muito sotaque:
                               -"Meu Deus, como você está magrinho? Não 'ter' comida em seminário?
                               -Ah, padre, sempre fui assim mesmo magrinho. O importante é ter saúde.
                               -"Mas é melhor engordar um pouco mais, non?
                               -Não tenho tendência pra isso, não senhor.
                               -Que é 'tendência'?
                               - Não sei bem explicar ao senhor, o certo é que estou bem assim.
                               -Tudo bem, vamos para o que interessa.
                               Em seguida ele me falou que tinha marcado algumas visitas (desobrigas) a alguns municípios adjacentes. Por isso precisava muito da minha ajuda, pois já tinha ido com o seu antecessor e percebeu que precisaria de um ajudante que entendesse da rotina quanto a administração dos sacramentos, por exemplo, casamento, batismo e, principalmente, as missas. Então já no dia seguinte partimos para este trabalho apostólico. Aqui, além  das missas, batizados, casamentos, o vigário fazia rápidas visitas aos enfermos das localidades. E quase tudo que ele fazia era necessário sempre o sacristão, que era a minha função, ao seu lado, ajudando-o no que fosse preciso. Além desta ajuda direta, cabia-me a função de preparar os paramentos, o altar, bater o sino, anunciando o horário das missas e também ensaiar os cânticos litúrgicos com os fiéis. Só não tinha interferência mesmo na hora das confissões, é óbvio. E com isto, como estava sempre ocupado, o tempo passava rápido.
                            Detalhe importante: nestas desobrigas, a refeição em todos os lugares em que ficávamos hospedados, mesmo por pouco tempo, era sempre gostosa e variada, ou seja, caprichada. A família que nos acolhia, podia ser simples como fosse, mas na horas das refeições, café da manhã etc, as iguarias e guloseimas eram sempre deliciosas. Não sabíamos nem por onde começar. O padre Adevaldo então, sempre preocupado como o meu pouco físico, procurava me estimular para me servir bastante. Será que achava que comendo muito eu iria engordar? Ledo engano. Ele, por sua vez, como era um alemão forte, era um bom de garfo. Comia de tudo e bastante. Mas, cada um, cada um.
                          O certo é que, pouco a pouco, o novo vigário ia conquistando a simpatia do povo, principalmente da cidade de Simplício Mendes, que já estava bem acostumado com o anterior, o Padre Agostinho da Rocha. Mas, é assim mesmo.

                                                     Próxima postagem: flerte no templo sagrado

sábado, 7 de dezembro de 2013

O ASSUNTO AGORA É COPA DO MUNDO 2014

                                   A partir de hoje, 7 de Dezembro de 2013, um assunto tomará conta de quase todas as rodas de amigos ou não. Afinal, com o sorteio das chaves realizado ontem, os analistas, críticos esportivos de plantão terão este "prato cheio" para as suas opiniões, crítica e comentários. Muitas abobrinhas, previsões estapafúrdias também serão faladas, ouvidas e espalhadas pelo Brasil e o Mundo. Mesmo os países que não tiveram a sorte ou competência para participar desta festa futebolística do próximo ano, sem dúvida, estarão atentos sobre este acontecimento ímpar que acontece de quatro em quatro anos. As previsões mais esdrúxulas que surgirão serão sobre quem será o campeão da Copa do Mundo. Será o nosso país anfitrião? Ou surgirá alguma surpresa, zebra, como se diz no jargão do meio esportivo? É só esperar para se ter certeza. Como já dizia um renomado técnico: "o jogo se ganha ou perde só dentro de campo". Esse negócio de camisa, tradição, craques badalados, ricos, tudo isto fica apenas fora das quatro linhas. Quando a bola rolar é que realmente é que o verdadeiro campeão mostrará sua garra, sua força, sua categoria.
                                  Inegavelmente, os brasileiros iremos torcer e desejar que o hexa venha para a nossa alegria. Principalmente, disputando uma final com um adversário forte, tradicional e que dê brilhantismo à partida. Pois quando um time forte, repleto de atletas renomados, enfrenta uma seleção bem mais fraca e que não conquistou nenhum título como este de campeão mundial de futebol, chega-se a fazer até piada como aquela que diz: "é a mesma coisa que bater em bêbado". Só que, como em tudo na vida nada é definitivo, o feitiço pode virar contra o feiticeiro e o "bêbado" em questão pode se transformar numa inesperada zebra e aí, pergunta-se, como é que fica? É verdade que em 1950, o Uruguai não era considerado uma zebra para disputar o título com o glorioso e potente Brasil, mas mesmo entrando em campo naquela fatídica tarde no maracanã lotadíssimo com grande desvantagem, sabemos muito bem no que deu. Ignorou completamente o favoritíssimo da seleção brasileira e ganhou de virada por 2 x 1, deixando todos boquiabertos e chorosos. Segundo os comentários da época, aquela triste e lamentável final de copa do mundo, para nós brasileiros, dificilmente será esquecida. O tempo passa, mas apenas tira de foco aquela final. Mas, como disse o filósofo: "não tomamos banho duas vezes nas águas do mesmo rio!". Então, seja o que Deus quiser e que vença o melhor!

                                                             Joboscan de Araújo

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

CONSELHO OU AMEAÇA PATERNA?

                           Há poucos dias, durante um rápido percurso de ônibus no bairro onde moro, presenciei uma cena deprimente, triste e lamentável. Um homem, que poderia ser pai, tio ou padrasto já adentrou naquele coletivo chamando a atenção de um garoto de, aproximadamente, oito anos, de maneira veemente e acintosa, que mais parecia uma ameaça brutal à integridade física do assustado menino.
                         Ora, se a intenção dele era advertir, orientar o garoto, pois tudo indica que o mesmo deve ter feito alguma coisa errada, ele estava dando chance para ser denunciado como um algoz sem precedentes, correndo o risco de sofrer consequências desagradáveis como, por exemplo, até perder a guarda do filho ou sobrinho.
                         A cena ocorreu durante todo o percurso. Desde o momento em que entraram naquele ônibus até o momento em que desceram. E era só ele que falava em voz alta e sempre ameaçando nestes termos:
                       -"Se eu descobrir que você está fazendo "coisa errada" eu sou capaz de cortar suas mãos com um facão! Está ouvindo?"
                        Enquanto isto, o garoto muito assustado e já com lágrimas no rosto tentava balbuciar alguma palavra mas ele sempre o interrompia com total ignorância:
                        -"Cala a boca! Quem fala aqui sou eu!".
                         Mesmo assim, sempre que tentava de alguma maneira se defender recebia um coice:
                         -"Tá vendo? Continua a mentir, mentir, mentir!"
                          Finalmente o ônibus, após cinco minutos, parou num determinado ponto e eles desceram. E quanto o resultado daquelas ameaças, só mesmo Deus para abrandar o coração daquele homem (pai, padrasto, tio etc.) e ao mesmo tempo, ter piedade daquele menino de olhar lacrimejante e assustado, cujos olhos esbulhados de pavor já previam que quando chegasse ao seu destino, o seu destino não seria nada bom.


                                                           Joboscan de Araújo

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

1361 - "Os moços, por falta de experiência da nada suspeitam; os velhos, por muita experiência, de tudo desconfiam".

                                          Autoria desconhecida

1362 - "O orgulho pode parecer, algumas vezes, nobre e respeitável; a verdade é sempre vulgar e desprezível".

                                                     Idem

1363 - "Os sábios se enganam, pensando que são compreendidos por todos; os ignorantes, presumem que todos ignoram o que eles sabem".

                                                       Idem


1364 - O ciúme proceda especialmente do reconhecimento da própria inferioridade".

                                                      Idem

1365 - "Os velhacos, algumas vezes, tomam o caráter de homens de bem; mas o disfarce é tão incômodo e violento que não dura muito tempo".

                                                        Idem

1366 - Os que acreditam muito espertos descuidam-se e são enganados muitas vezes pelos tolos".

                                                           Idem

1367 - Os vivos se reconciliam facilmente com os que morrem, pela razão de que estes deixam de ser desde logo seus concorrentes nos bens da vida".

                                                   idem

1368 - O sábio em um povo sem ilustração e bom gosto é como a rosa  no deserto, onde os insetos a pujem e maltratam, não sabendo prezar o seu perfume, nem admirar a sua beleza".

                                              Idem

1369 - "O grande empenho da inteligência humana deve ser prevenir ou remover o mal, neutralizá-lo ou transformá-lo num bem."

                                                       Idem

1370 - "O que o gênero humano sabe é pouco, o que deseja saber, muito; o que há de sempre ignorar, infinito".

                                                  Idem


domingo, 1 de dezembro de 2013

O JAGUAR E A CADEIRA DE RODAS

                                       Um jovem e bem sucedido executivo dirigia por sua vizinhança, correndo um pouco demais em seu novo Jaguar. Observando crianças se lançando entre os carros estacionados, diminuiu um pouco a velocidade, quando achou ter visto algo. Enquanto passava, nenhuma criança apareceu. De repente, uma pedra espatifou-se na porta lateral do Jaguar! Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo a pedra. Saltou do carro e pegou bruscamente uma criança, empurrando-a contra um veículo estacionado e gritou:
                                        - Por que isso? Quem é você? Que besteira você pensa que está fazendo? Este é um carro novo e caro, aquela pedra que você jogou vai me custar muito dinheiro. Por que você fez isto?
                                        -Por favor, senhor, me desculpe, eu não sabia maias o que fazer! Ninguém estava disposto a parar e me atender neste momento. Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos carros estacionados.
                                       - Meu irmão desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e eu não consigo levantá-lo sozinho.
                                       Soluçando, o menino perguntou ao executivo:
                                      -O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim!
                                       Movido internamente muito além das palavras, o jovem motorista, engolindo um "não Mesmo" dirigiu-se ao jovenzinho, colocando-o em sua cadeira de rodas. Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando se tudo estava bem.
                                      -Obrigado e que Deus possa abençoá-lo -  disse a criança a ele.
                                      O homem então viu o menino se distanciar..empurrando o irmão em direção à casa. Foi um longo caminho de volta para o Jaguar...um longo e lento caminho de volta.
                                     Ele nunca consertou a porta amassada. Deixou-a amassada para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida para que ninguém tivesse que atirar um tijolo para obter a sua atenção.

              MORAL DA HISTÓRIA:

                                      DEUS SUSSURRA EM NOSSAS ALMAS E FALA AOS NOSSOS CORAÇÕES. ALGUMAS VEZES QUANDO  NÓS NÃO TEMOS TEMPO DE OUVIR, ELE PERMITE QUE ALGUÉM JOGUE UM TIJOLO EM NÓS.
                                      E A ESCOLHA É NOSSA: OUVIR O SUSSURRO OU ESPERAR PELO TIJOLO?