terça-feira, 31 de janeiro de 2012

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

FRIO

Quando dizemos "temperatura de primavera", podemos trocar a expressão "de primavera" por "primaveril" ("temperatura primaveril"). E qual será o adjetivo relativo à expressão "de inverno"? Não há apenas um, não. Anote aí: "invernal", "hibernal", "hiemal", "hiberno", "hibernoso". Em vez de "dia de inverno", por exemplo, podemos dizer "dia hibernal", "dia invernal", "dia hiemal" etc. Bem, um dia hibernal certamente é um dia frio. E se for muito frio? Que se pode usar no lugar de "muito frio"? Caso se queira fazer a troca pura e simples de "muito frio" (forma analítica do superlativo de "frio") pela forma sintética corrrespondente, deve-se empregar "friíssimo" ( "um dia friíssimo"). Caso se queira simplesmente uma palavra de sentido equivalente ao de "muito frio", podem-se usar os adjetivos "glacial", "gélido", "álgido", "algente" (um dia gélido", "um dia álgido"). "Álgido" e "algente" não são palavras comuns no dia a dia, mas aparecem com frequência em textos literários clássicos.


FUGIR


Por que "fujam" se escreve com "j",mas "fugimos" se escreve com "g"? Em português, não há verbos terminados em "jir", o que significa que "fugir", "agir", "dirigir", "fingir", "divergir", entre outros, são grafados com "g". Na conjugação desses verbos, a coisa muda. Na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, o "g" precisa dar lugar ao "j" para que se mantenha o som que aquela letra tem no infinitivo: "fujo", ajo", "dirijo", "finjo", "divirjo" etc. Se trocássemos o "j" dessas formas verbais por "g", teríamos "fugo", "ago", "dirigo" etc. Quando se passa da primeira pessoa do singular para a segundo (do presente do indicativo), morre a necessidade de trocar o "g" por "j": "tu foges", "ele foge", "eles fogem", "ele dirige" "nós dirigimos" etc. É bom lembrar que o presente do subjuntivo se baseia na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Assim, de "eu fujo" se faz "que eu fuja", "que tu fujas", "que ele fuja", "que nós fujamos" etc. De novo, é necessário trocar o "g" do infinitivo por "j". Em suma, basta lembrar que, no time dos verbos terminados em "gir", o "g" é titular e só vai para o bando de reservas quando sua presença acarretaria alteração fonética.


FULANO


Muita coisa que se fala raramente se escreve. Um desses casos é o da sequência "fulano, beltrano e sic..." E agora? com "l" ou com "r"? Bem, talvez você tenha estranhado o "s" no início dessa palavra. Muita gente talvez apostasse bons tostões no "c", mas a letra inicial é mesmo "s": "sicr..." E então? É com "r": "sicrano".


FUMAR


O imperativo negativo gera fatos interessantes. Se você detesta cigarro e um amigo seu se mete a fumar a seu lado, você imediatamente dispara um "Não fuma aqui!". O que você acharia de ver isso escrito num lugar público - um hospital, por exemplo? Nem pensar! O que se vê é mesmo "Não fume", de acordo com o português padrão. O mesmo acontece quando você está no carro com um amigo que resolve parar num lugar inconveniente. "Não estaciona aqui!" é o o que se diz e ouve no dia a dia. Que tal isso na garagem de sua casa? O que se fala nem sempre se escreve.


FURTAR

É claro que você já viu aqueles objetos que projetam uma imagem que muda de acordo com a posição. Se você vira para um lado, vê uma coisa. Se vira para outro, vê algo muitas vezes impróprio para menores. Esse efeito também ocorre com outras - roupas, por exemplo. Pois bem. Muita gente se refere a isso empregando a expressão "fruta-cor". Nem pensar! É "furta-cor", por motivos óbvios. "Furta", de "furtar" mesmo. No que se muda a posição, "furta-se a cor.

Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

Dicionário da Língua Portuguesa

Gold Edidtora Ltda

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CONCEPÇÕES DIVERSAS & ALEATÓRIAS

* A foto é uma das formas mais concretas de se reviver uma fato, com perdão do trocadilho. E principalmente um acontecimento marcante na nossa vida e da da nossa família. Pois as palavras, como sabemos, podem ser esquecidas, com o passar do tempo, contudo, os detalhes de uma fotografia e principalmente de um vídeo ficarão gravados para sempre. Portanto, conservar estas lembrança em qualquer um desses meios, além de provar uma amizade relevante é também uma forma de gratidão, por que não?

* Se existe uma verdade notóraia no relacionamento das pessoas, de um modo geral, é esta: quanto mais saimos, ou seja, deixamos um pouco nosso isolamento e procuramos nos relacionar mais com outras pessoas, das duas, uma: ou aprendemos ou ensinamos algo. Pois nada acontece assim por acaso. Sempre alguém, por mais simples que pareça, tem alguma coisa para nos ensinar, só que, por falar nisto, temos que ter o cuidado de fazer uma opção correta, isto é, separar o joio do trigo. Pois, infelizmente, há muita gente que tem uma facilidade enorme de propalar coisa fúteis e degradantes.


Joboscan de Araújo

domingo, 29 de janeiro de 2012

QUE REI SOU EU?

Nasci em SARAMANDAIA, uma SELVA DE PEDRA bem diferente da AMAZÔNIA e do PANTANAL num CASARÃO situado na rua ÁGUA VIVA, próximo à lanchonete VAMP e à discoteca DANCIN' DAYS.
Meu pai se chamava JERÔNIMO, minha mãe, HELENA. Ele era bastante influente, parecia O DONO DO MUNDO, mas no íntimo, era muito CARINHOSO e BEM AMADO, portanto um PAI HERÓI. Ela, mesmo sofrendo de HIPERTENSÃO, através da FORÇA DO AMOR, estava mais para DONA BEIJA do que para ESCRAVA ISAURA. Na minha família ÉRAMOS SEIS irmãos: ARITANA, BETO ROCKFELLER, SALOMÉ, GABRIELA, ANA RAIO E ZÉ TROVÃO. Estes dois, por suas bravuras, eram mais conhecidos como IRMÃOS CORAGEM, os quais, dotados de um CORAÇÃO ALADO, viviam LIVRE PARA VOAR.
Eu, como um ANJO MAU, embora de CUCA LEGAL, rápido como O PULO DA GATO, movido pela AMBIÇÃO do dinheiro, o grande PECADO CAPITAL, deixei minha casa num bonito dia de SOL DE VERÃO. Aí então foi o maior REBU. Minha vida virou um CARROSSEL. Pensei: agora VALE TUDO. Peguei minha moto, meu CAVALO DE AÇO, de cor MARROM GLACÊ, passei por uma RODA DE FOGO. Convidei MINHA DOCE NAMORADA, que era a NINA para irmos à cida de PARAÍSO. Ela, considerada a RAINHA DA SUCATA, disse não, pois achava que a minha aitude era UM SONHO A MAIS, tão indefinido quanto o SEXO DOS ANJOS. Sendo assim, deixei a minha MORENINHA totalmente SEM LENÇO, SEM DOCUMENTOS, como muitos BRASILEIROS e BRASILEIRAS e fui sozinho,pensando: Ela não quis vir comigo, mas logo eu acharei a sua SUCESSORA.
No final da minha VIAGEM encontrei então ROQUE SANTEIRO, considerado O PROFETA da cidade, o qual morava num ESPIGÃO, na rua do GRITO. Ele agiu como um verdadeiro SALVADOR DA PÁTRIA. Inclusive, bebemos CAMPANHE. Através de uma CORTINA DE VIDRO, surgiu uma moça chamada TIETA, a qual vinha SASSARICANDO, parecendo uma ROSASELVAGEM. Com uma BARRIGA DE ALUGUEL, usando um V[EU DE NOIVA disse? CHEGA MAIS, meu SEMI-DEUS. Você é como O ASTRO da minha vida, por favor, BAILA COMIGO. Formamos ali, num CORPO A CORPO um casal BREGA & CHIQUE na GUERRA DOS SEXOS, sob a custódia do ESTÚPIDO CUPIDO.
Depois disto, conheci mais TRÊS MARIAS que eram umas PERIGOSAS PERUAS. Nem esperei pla PRÓXIMA ATRAÇÃO que ELAS POR ELAS encenariam. Como estava com pouco dinheiro, fiz lum CAMBALHACHO com a minha moto e regressei de LOCOMOTIVA e logo falei ao meu PRIMEIRO AMOR; "Estou aqui, VOLTEI PRA VOCÊ. Faremos tudo para ter um FINAL FELIZ. Colocaremos PEDRA SOBRE PEDRA no passado. E com o SINAL DE ALERTA do BEBÊ A BORDO que terá O DIREITO DE NASCER, assim então completará a nossa FELICIDADE.

P.S: Minhas escuras por esse trabalho cheio de TITITI. Confesso que O OUTRO que escreverei será mais simples, EU PROMETO.

Joboscan de Araújo

sábado, 28 de janeiro de 2012

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

641 - "Erudito sem obras é como nuvens sem chuvas!"

Autor desconhecido

642 - "É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais".

Idem

643 - "É grande progresso o desejo de progredir".

Rolim

644 - "É triste esquecer um amigo. Nem todo mundo tem amigos".

Antoine Exupèry

645 - "É mais fácil separar a água do vinho do que a hipocrisia da verdade, no julgamento das ações humanos".

Autor desconhecido

646 - "Entre a razão e a força pode-se optar por uma forma conciliatória: a força da razão".

Idem


647 - "É preferível recuar sem vexames a avançar com precipitação".

Idem

648 - "Excesso? É normal que eles surgem aqui e ali. No dia em que a nossa juventude for comedida,prudente e fria como a velhice, o País morrerá de tédio".

Dom Hélder

649 - "É preciso sempre ser polido na recusa para não parecer vulgar quando se pede".

Autor desconhecido

650 - "É belo dar quando solicitado; é mais belo, porém dar sem ser solicitado e sim por haver apenas compreendido".

Kalhil Gibran

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS

"SE MELHORAR, ESTRAGA"


Quantas vezes dissemos ou já ouvimos esta frase muitas vezes por aí! É verdade que não sintetiza muita coisa, mas por outro lado, significa um modo sucinto de ratificar uma situação excelente, feliz de uma determinada circunstância. Por exemplo, quando se muda de emprego ou de colégio e alguém logo quer saber do nosso novo ambiente estudantil e desafio profissional, então só para resumir o nosso ponto de vista, a resposta quase sempre é esta: "Está ótimo, cara. Se melhorar, estraga!".
Até aqui nada demais. Qualquer pessoa ao ouvir isto vai saber e ficar contente ao saber o (a) colega fez a opção certa e adequada. Sendo assim poupa outros detalhes superficiais e parte para outro assunto. Acontece que, nas entrelinhas, há nesta resposta, nesta frase, um pequeno paradoxo. Como assim? Perguntará alguém. Ora, simplesmente pelo fato de que "algo estragado" jamais poderá ser considerado bom ou ótimo. Não é verdade? E além disso, o que pode estragar alguma coisa? Apenas uma atitude, um ato, um acondicionamento inadequado. Isto quando se trata de móveis, objetos, frutas, legumes, mantimentos etc. E quanto um modo de vida, um relalcionamento? Sem dúvida alguma, uma antipatia súbita e recíproca, uma atitude infiel corrobora para um péssimo relacionamento, num ambiente também intolerável.
Portanto, neste caso da frase - "Se melhorar, estraga" só teria lógica se fosse o contrário, ou seja, "Se piorar, estraga!" Mas melhorar jamais poderá estraga alguma coisa. E tenho dito.

Joboscan de Araújo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

FLUVIAL

É preciso tomar cuidado para não confundir as águas dos rios ("fluviais") com as das chuvas ("pluviais"). A raiz (latina) de "fluvial" é a mesma de "fluminense", que, não por acaso, é o adjetivo relativo ao Estado do Rio de Janeiro. A raiz de "pluvial" também é latina e se encontra, por exemplo, em "pluvioso" ("chuvoso"), "pluviômetro" ("instrumento que mede a quatidade chuva") etc.


FORMAR

Em entrevista que me concedeu, o poeta mineiro Fernando Brant, autor de letras primorosas, disse, mineiríssimamente: "Eu formei em Direito, mas..." Dizem que mineiro é mão-fechada e que economiza até nas palavras. Onde está a mineirice de Fernando Brant? Está no trecho "Eu formei em Direito". Em Minas, é comum o sumiço do pronome oblíquo que deveria prender-se a certos verbos. É esse o caso de Brant. Faltou o "me" ("Eu me formei"). Também é o caso de "apaixonar", quando pronominal ("apaixonar-se"). O mineiro diz "Ela apaixonou por ele e perdeu a cabeça"


FOTOGRAFIA

"Câmera fotográfica" ou "câmara fotográfica"? O que importa é o talento do fotógrafo, que pode valer-se de uma "câmera" ou de uma "câmara". As duas palavras podem ser usadas para nomear qualquer aparelho destinado a gravar imagens: câmera (ou câmara) fotográfica, câmera (ou câmara) filmadora etc. Convém lembrar que a palavra "fotografia" vem do grego e é formada pelos elementos "foto" ("luz") e "grafia" ("descrição"). O "foto" de "fotografia" é o mesmo de "fotossíntese", "fotofobia", "fotocápia" etc.


FRENTE


"Para frente, Brasil" ou "Para a frente, Brsil"? Muita gente pensa que, como não se usa artigo antes da palavra "trás", também não se deve usar antes de "frente". Não é bem assim. "Trás é advérbio; "frente" é substantivo. Dizemos "a frente do carro", mas não dizemos "o trás do carro". Dizemos "a parte de trás", mas dizemos "a parte da frente". Então devemos dizer (e escrever) "ir para trás" e "ir para a frente". "É preciso caminhar sempre para a frente".


FREVO

Que diabo vem a ser "metátese" e que relação o frevo tem com esse nome feio? Vamos lá: "metátese" é a "transposição de fonemas dentro de um mesmo vocábulo" Entendeu? Não? Vamos a um exemplo concreto: a palavra "sempre", que em latim é "semper". Os fonemas representados por "er" ma forma latina inverteram-se na forma portuguesa. Pois bem, "frevo" vem de...Vem da metátese de "fervo", que por sua vez deriva do verbo "ferver". "Frevo", portanto, é uma forma metatética de "fervo".



Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

Dicionário da Língua Portuguesa

Gold Editora Ltda

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PARABÉNS SÃO PAULO!

Neste dia 25 de Janeiro de 2012, aniversário da cidade de São Paulo, muitas comemorações estão acontecendo para homenagear esta megalópole e com muita honra e justiça. Esta gigantesca cidade, considerada por uns como coração de mãe, pois sempre cabe mais um e por outros como um mal necessário, São Paulo é, sem dúvida um ícone das capitais do Brasil. Com o seu tempo instável, quando somos quase obrigados a andar com um guarda-roupa à disposição, mesmo assim, mesmo reclamando, os seus habitantes não se importam tanto com isto. Aqui, onde a desconfiança está em quase todo o semblante e onde o sonho de vida melhor atrai sempre o imigrante e nem se respeita o cimento da calçada em construção, aqui também, por outro lado, impera o desenvolvimento desta grande Nação, que é o Brasil.
São Paulo, onde os larápios e baderneiros invadem a praça e a polícia corre, combate e muitas vezes "traça" e onde mais se reclama do tempo e da desgraça;
São Paulo, onde o silêncio augusto invade a igreja quase sempre vazia,
onde os terreiros repletos, por sua vez, de muita magia,
onde os táxis somem em tempo pluvioso,
onde corinthianos aguardam um título com muita fé
onde o motorista cada vez mais neurótico e nervoso
onde quase não se tem mais tempo de apertar as mãos
onde era considerada a terra da garoa e do café,
onde nas ruas os mendigos nos estendem as mãos;
onde se constroem diversas e bonitas passarelas,
onde os pedestres apressados evitam passar por elas,
São Paulo, finalmente, que é o orgulho desta grande Nação!

Joboscan de Araújo

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

OS DOIS AMIGOS

Dois amigos, um bastante gordo e outro magro, estavam caçando em uma perigosa floresta.
Eis que de repente, surge diante deles um enorme e feroz urso. O medo e o susto foram tamanhos que abandonaram as armas e se puseram a correr. O amigo magro, rápido e ligeiro subiu a uma árvore, mas o gordo não pôde fazer o mesmo. Não tendo outra alternativa, deitou-se sob a mesma árvore e fingiu de morto, suspendendo até a respiração.
O enorme urso chegou perto dele, cheirou seus ouvidos e seu rosto; e, achando que ele estivesse morto, seguiu adiante.
Enquanto isto, o amigo magro, bem protegido na árvore, torcia pelo amigo infeliz lá embaixo.
Depois que o urso se foi, desceu da árvore e perguntou ao gordo:
-O que o urso lhe disse nos ouvidos?
Respondeu o gordo:
-Que um amigo que abandona o outro na hora do perigo é um grande covarde!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

EU E O CACHORRO

Já ouvimos muito se falar do adágio popular: "O cachorro é o maior amigo do homem!" Que bonito! Só que, particularmente, dispenso, à posteriori, esta "amizade". E olha que tenho razão para fazer esta afirmação. Acho até que esta minha ojeriza ao cachorro foi consumada no dia em que fui mordido por um e até de maneira traiçoeira. Senão vejamos:
Quando ainda era solteiro e morava com a minha irmã casada, a pedido do meu cunhado que estava fazendo um serviço inadiável, fui à casa do seu compadre para pegar uma ferramenta. Inclusive, a título de brincadeira, quando eu ia saindo, ele até brincou comigo, alertando-me:
-"Olha, cuidado com o cachorro!"
E segui o percurso pensando naquilo. Chegando lá, o compadre do meu cunhado estava na área da frente da casa e quando me viu aproximar,autorizou a minha entrada com ar de bonachão. E vendo o cachorro um pouco mais afastado, inclusive deitado, alertei-o:
- E o cachorro, como é que fica?
- Pode ficar tranquilo. Eu estando aqui ele não ataca ninguém. Pode entrar. E o compadre, como está?
Sendo assim, fui entrando bastante desconfiado. Falei logo o objetivo da minha visita e antes dele ir lá dentro pegar a ferramenta, tive a infeliz ideia de olhar para o cachorro ao seu lado, o qual só esperava sintonizar os meus olhos repletos de medo e apreensão. Não deu outra. Com um ataque traiçoeiro e rápido, abocanhou a minha perna e mesmo o seu dono mandando soltar, o animal não dava a mínima atenção. Mordeu e segurou. Sentindo que ele ia me puxar mediante tanta força, fiz um esforço e puxei a minha perna. Esta veio, ensanguentada mas veio, mas a calça se descosturou e ficou parecendo uma saia. Só não sai correndo porque tinha certeza de que a minhas pernas não aguentariam. Após afugentar o tal cachorro, o compadre do meu cunhado ficou chateado com aquele ataque inesperado e deu o seu parecer:
-Olha, tenho certeza de que o cachorro só lhe atacou porque você olhou para ele com medo. E ele percebeu isso através dos seus olhos.
Está bem. Então o culpado nesta história fui eu.
Voltei, segurando uma das pernas da calça rasgada e mancando um pouco. Ao aproximar, o meu cunhado, muito gozador, por sinal, vendo que eu não trazia nada nas mãos, logo murmurou:
-Pelo visto, hoje eu não termino este serviço que comecei. O meu compadre não estava em casa e pelo visto só o seu cachorro!
- Aí onde você se engana, respondi, os dois estavam em casa. Enquanto o seu compadre conversava comigo, o cachorrão dele se envolveu na conversa, atacando-me covardemente. E isto porque dizem que o cachorro é o maior amigo do homem, agora imagina se não o fosse...


Joboscan de Araújo

domingo, 22 de janeiro de 2012

O MENINO JESUS E O MONJE MALABARISTA

Conta-se que Nossa Senhora, com o menino Jesus nos braços desceu à Terra para visitar um mosteiro.
Orgulhosos, o padres fizeram fila para homenageá-la. Um declamou poemas, outro mostrou iluminuras para a BÍblia, outro recitou o nome dos santos. No final da fila estava um padre humilde, que não tivera chance de aprender com os sábios da época. Seus pais eram pessoas simples, que trabalhavam num circo. Quando chegou sua vez, os monges quiseram encerrar as homenagens, com medo de que ele comprometesse a imagem do mosteiro.
Mas também ele queria mostrar seu amor pela Virgem. Envergonhado, sentindo o olhar reprovador dos irmãos, tirou umas laranjas do bolso e começou a atirá-las o alto, fazendo malabarismos que seus pais lhe haviam ensinado quando criança.
Foi só então que o Menino Jesus sorriu, batendo palmas de alegria. E só para ele a Virgem estendeu os braços, deixando que segurasse um pouco seu Filho.


"NÃO DIGAS AO MUNDO O QUE ÉS CAPAZ, DEMONSTRE-O"

sábado, 21 de janeiro de 2012

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA

Por que uma UTI assusta?

Esse pavimento de um bom hospital pode ser considerado até como o coração, o cérebo do mesmo, além de uma sala cirúrgica, devido a sua grande importância. Em um cemitério, por exemplo, sepulta-se alguém; numa UTI, ressuscita-se. Aqui, pelo que se percebe, segundo as estatísticas, o paciente entra de mãos dadas com a morte. Para sair com vida, às vezes, tem que acontecer uma espécie de milagre, contando,é óbvio, com a exímia competência dos médicos e auxiliares durante 24 horas. E aí surge a pergunta: Por que a palavra UTI assusta tanto os familiares de uma pessoa que chegou a um hospital? Porque 90% dos pacientes que aí dão entrada chegam a falecer, lamentavelmente. Ou seja, as chances de sobreviver são mínimas. Portanto, a decisão para internar um paciente numa unidade de tratamento intensivo (UTI) tem que ser rápida e precisa. Não há tempo para dúvida. Alguns minutos de atraso podem comprometer o êxito de um tratamento.
A assistência médica durante 24 horas ininterruptas, exercida por profissionais idôneos deixa os familiares cientes de que, se depender deles a saúde do paciente será recuperada, mas outros fatores corroboram para isto e muitas vezes fogem até do entendimento humano, quando chega a ser considerado o que chamamos milagre. É um assunto sério e delicado, do qual só sabemos que a intercessão Divina, em primeiro lugar, torna-se imprescindível e opera, independentemente da religião que alguém professa. Pois parq socorrer, salvar quem quer que seja, o Inefável Criador do Universo não exige carteirinha comprovando qualquer proselitismo. E conforme veremos, Ele me visitou naquela UTI do Hospital Nipo-Brasileiro desta vez em que ali fui internado. Não tenho a menor dúvida. Dúvida sim teve, a equipe médica que assistia, pois todos ficaram boquiabertos com a minha rápida recuperação.

Próxima postagem: UTI e CTI, a diferença entre estes setores!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

631 - Enquanto houver livros ao meu alcance jamais viverei solitário.

Joboscan de Araujo

632 - "É preferível sucumbir na justiça a triunfar na injustiça"

Autor desconhecido

633 - "Existem verdades inteiras, mas ninguém está preparado para elas. Sinceridade demais agride os outros".

Marlene Matos

634 - "Enganam-se as pessoas quando consideram que o ciúme seja uma expressão de amor".

Quiroga

635 - É preferível saber poucas coisas muito bem a saber muitas coisas muito mal".

Autor desconhecido

636 - "Está o mundo cheio de hipócritas e quase todos são Cirineus que, levando a cruz não morrem nela".

Idem

637 - "É melhor ser repreendido pelos sábios do que ser enganado pela adulação dos insensatos".

Idem

638 - "Educa-se as crianças hoje, para que não seja preciso punir os homens amanhã".

idem

639 - É preciso suportar as lavras, para assistir à eclosão das borboletas".

Antoine Exupèry

640 - "Enquanto o coração guarda desejos sempre guarda ilusão".

Autor desconhecido

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A DIFERENÇA DAS COISAS E CIRCUNSTÂNCIAS

Vejamos o caso de uma pessoa que faz um convênio funerário e outra que assina um consórcio de carro. Em ambos os casos a diferença na concretização destes objetivos é nítida. E é mais do que óbvio que o seja assim. Venhamos e convenhamos:

Quem assina um convênio médico ou funerário, inegavelmente faz isso como uma medida preventiva. Com o objetivo de não ter muito transtorno burocrático no dia e hora em que precisar de um desses serviços. Embora, mesmo assim, ninguém estará isento de tê-lo. É comum sempre se deparar com algum empecilho à revelia da pessoa.

Agora vejamos o grau da ansiedade da pessoa que assina um consórcio de carro. A cada data do sorteio, a expectativa aumenta. Assim como também a promessa, a reza e até mandinga, se duvidar.

A diferença destas duas circunstâncias é muito grande. E tanto uma quanto a outra, no dia em que ocorrer, a alegria ou tristeza, dependendo do caso, será proporcional à circunstância. São momentos antagônicos e paradoxais que toda a pessoa estará sujeita a passar, inclusive, independente de assinatura de convênios ou consórcios de qualquer natureza.

E agora, quem se habilita a um convênio funerário ou um consórcio de carro? Ou ambos? Ou nenhum? Como diz o refrão de uma música: "Sonhar não custa nada!"


João Bosco de Andrade Araújo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

RELEMBRANDO UM POUCO O CARNAVAL DE 2011

Ainda bem que os componentes das Escolas de Samba Beija-Flor e Vai-Vai, respectivamente consagradas campeãs do carnaval de 2011 do Rio de Janeiro e São Paulo, não sairam fora dos trilhos, ou melhor, do compasso, do rítmo. Falo isto, porque as pessoas homenageadas com justiça, diga-se de passagem - Roberto Carlos e João Carlos Martins - fizeram, fazem e farão jus a todo o tipo de festa em seu louvor. Pois são pessoas ilibadas, protótipo de superação, coragem, dedicação, capacidade, carisma e muitas outras qualidades inquestionáveis. Sendo assim, as duas escolas citadas mereceram o título com garra, harmonia e brilho. Independente de qualquer deslize no desfile, as duas agremiações mereceram o título de campeãs, mesmo que fosse apenas no quesito MORAL. Mas a contagem dos pontos do julgamento dos jurados consumou, ratificou toda a expectativa de todo o trabalho.
Agora um assunto tem que ser abordado. As demais participantes da mesma festa carnavalesca de 2011 não devem ser menosprezadas, pois elas também fizeram um desfile impecável e fizeram por onde também merecer o mesmo título. Mas na concepção dos jurados, em um ou outro quesito, elas cometeram pequenas falhas, quer na alegoria ou evolução e algo mais. Em resumo, no geral, todas as escolas que participaram do carnaval desfilaram com garra e alegria, salvo pequenos imprevistos, o que nenhuma escola de samba estará isenta, principalmente envolvendo carros alegóricos gigantescos.
O certo é que, com a constante inovação em vários quesitos, após a passagem de cada agremiação, sempre quem sai ganhando, antecipadamente é tanto o grande público presente ao sambódromo quanto o que acompanha tudo pela televisão. Vale ressaltar que assistir um desfile de carnaval in loco, não resta a menor dúvida, será sempre inesquecível e imcomparável com o acompanhamento pela televisão, mesmo com uma situação climática não tão favorável. Pois neste caso, a chuva pode molhar a parte externa do corpo, em compensação o âmago de cada pessoa continua transbordando de euforia e emoção cada vez maiores.
E o próximo carnaval está se aproximando. Veremos o que as Escolas de Samba prometem trazer em todos os sambódromos das cidades brasileiras. Vamos aguardar!

João Bosco de Andrade Araújo

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

FIBRA


"Fibra ótica" ou "fibra óptica"? Um engenheiro da Embratel pediu-me que comentasse a questão. A expressão apareceu em texto publicitário de uma companhia telefônica. "Óptico" se refere ao olho, à visão. Mas existe a variante "ótico". Quando se procura "ótico, descobre-se que esse adjetivo tem duplo valor: pode ser variante de "optico", ou seja, pode referir-se à visão, ao olho, mas também pode ser relativo ao ouvido. Moral da história: "óptico" só se refere ao olho; "ótico"pode referir-se ao olho ou ao ouvido. Portanto a fibra pode ser óptica ou ótica. Mas é claro que quem quer evitar confusão prefere "fibra óptica".


FIGURA


Figuras de linguagem são recursos linguísticos usados para exprimir conteúdos emotivos ou estéticos. Essas figuras dividem-se, tradicionalmente, em três blocos: figuras de palavra, de construção e de pensamento. O anacoluto, por exemplo, é uma figura de construção, ou de sintaxe, porque implica mudança na estrutura regular da frase. Outras das várias figuras de sintaxe são a inversão e a elipse (omissão de um termo). A ironia é uma figura de pensamento, pois se cria na esfera que une a construção da frase ao que se quer dizer. Fazem parte desse grupo, entre outras, a antítese (oposição de plavras) e a hipérbole (expressão de exagero). A figura de linguagem básica é a metáfora. Com ela, altera-se a significação própria da palavra: "Ela é uma flor". Ela, no caso, tem as qualidade de uma flor, mas não é proprimamente uma flor.


FILOSOFIA


Por sua importância na história do pensamento humano, o filósofo grego Sócrates se tornou quase sinônimo de "filosofia". Por falar em filosofia, de onde vem essa palavra? Temos aí dois elementos gregos: "filo" e "sofia". O primeiro significa "amigo", "queredor", "aquele que gosta". Esse elemento está presente em muitas palavras, como "filatelia", "filantropia", "filarmônica" etc. O segundo elemento ("sofia") significa "saber", "ciência". O filósofo é aquele que ama o saber, o pensar; a filosofia, portanto, é o amor pelo saber, pelo pensar. É claro que o sentido da palavra "filosofia" não se limita mais ao étimo, à origem. Como você pode ver no verbete, expandiu-se para, por exemplo, "conjunto de doutrinas de uma escola ou época", "sabedoria; razão" etc.


FLAGRANTE


Palavras como "flagrante" e "fragrante" são consideradas parônimas. Ou seja, são os vocábulos que apresentam grande semelhança quanto à grafia e à pronúncia, mas têm sentidos totalmente diversos. veja outros exemplos: "comprimento e cumprimento", "descrição e discrição", "eminente e iminente", "vultoso e vultuoso" etc.


FLUENTE


Por que dizemos que alguém fala "fluentemente" determinada língua estrangeira? "Fluentemente" deriva de "fluente", que deriva de "fluir". "Fluir" significa "correr em estado líquido". Metaforicamente, as palavras fluem, ou seja, saem da boca como água de chuva. Isso, é claro, se a pessoa for fluente na tal língua.


Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto


Dicionário da Língua Portuguesa

Gold Editora Ltda

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

FÁBULA

Um homem caminhava por um vale dos Pireneus quando encontrou um velho pastor. Dividiu com ele seu alimento, e ficaram um longo tempo conversando sobre a vida.
O homem dizia que, se acreditasse em Deus, teria que acreditar também que não era livre, já que Deus governaria cada passo.
O pastor então o levou até um desfiladeiro, onde se podia escutar - com toda nitidez - o eco de qualquer ruído.
- A vida são estas paredes, e o destino é o grito de cada um - disse o pastor - Aquilo que fizermos será levado até o coração Dele, e nos será devolvido da mesma forma.

"Deus costuma a agir como o eco de nossas ações".

domingo, 15 de janeiro de 2012

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

621 - "É por ter o que amamaos que somos felizes, não por ter o que os outros acham amável".

La Rochefoucould

622 - "Espera pela tarde para dizer se o dia é belo".

Sófocles

623 - "É fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das consquências por ter se livrado delas".

Graciliano Ramos

624 - "Estamos tão acostumados a usar uma máscara diante das outras pessoas que acabamos incapazes de reconhecer a nós mesmos".

La Rochefoucauld

625 - "É prova de sabedoria saber reclamar o que lhe é devido e saber quando se calar".

Gerald Meddadie

626 - "Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição".

Jesus Cristo

627 - "É sábio quem vive cada dia como se fosse o último".

Marco Aurélio

628 - "Evitamos muitos erros quando temos a humildade de aprender da experiência dos outros".

Anselmo Fracasso

629 - "Em seres humanos construtores - na vida, no amor, na famílai e no trabalho - a contingência da morte soa injusta e, mesmo em existência longeva, parece sempre prematura".


Dora Kramer

630 - "O ideal não se define, enxerga-se pelas clareiras que dão para o infinito".

Rui Barbosa

sábado, 14 de janeiro de 2012

OS CORTADORES DE LENHA

Conta antiga lenda, que um jovem com grande habilidade e rapidez no corte de lenha, procurou um mestre, o melhor cortador de lenha da região e pediu para ser aceito como seu discípulo a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos.
O mestre concordou e passou a ensiná-lo. Não se passou muito tempo e o discípulo julgou ser muito melhor que o mestre, desafiando-o para uma competição em público.
Tendo o mestre aceito o desafio, tudo foi marcado, preparado e teve início a competição.
O jovem trabalhava no corte da lenha sem parar, e, de vez em quando, olhava para conferir como estava o trabalho do mestre. Para grande surpresa do jovem, o mestre encontrava-se muitas vezes sentado, tendo isto ocorrido durante toda a competição.
Isso fortaleceu a determinação do jovem, que continuou a cortar a lenha e a pensar - "Coitado, o mestre realmente está muito velho..."
Ao término da competição foram medir os resultados, e o mestre havia cortado mais lenha que o discípulo.
O jovem indiganado disse:
-Não consigo entender, não parei de cortar lenha o dia todo, com toda minha energia, e cada vez que eu olhava o senhor estava descansando!
O mestre respondeu:
-Não meu jovem, eu não descansava, só amolava o meu machado. Você, por estar tão empolgado em cortar mais lenha, se esqueceu desse pequeno detalhe. Sua produtividade caiu e você, por conseguinte, perdeu. O nosso machado é a nossa mente. Se não a amolamos constantemente ela perderá o corte e aí não poderemos cortar as nossas madeiras do dia a dia na maneira com que cortávamos anteriormente.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

FÁCIL


As regras de acentuação foram estabelecidas a partir de um sistema bastante simples, que se baseia numa relação binária, ou seja, na ideia de duplas, de dobradinhas. Se as paraxítonas terminadas em "l" são acentuadas, não se coloca acento nas oxítonas terminadas em "l". Tomemos como exemplo "fácil" e "Brasil". "Fácil" é paroxítona; "Brasil" é oxítona. O que acontece? Coloca-se acento nas duas? Não. As duas ficam sem acento? Também não. Coloca-se acento apenas em uma delas - "fácil", no caso, ou seja, coloca-se acento nas palavras paroxítons terminadas em "l": "amável, "incrível", "cônsul", difícil", útil".


FAMOSO


Sobrenomes de pessoas importantes na ciência, nas artes, na política ou na filosofia costumam gerar adjetivos relativos à sua vida, obra e pensamento. O processo é simples: adota-se o sobrenome, com a grafia consagrada entre nós, e acrescenta-se um sufixo típico de nossoa língua (normalmente "-ano"). Assim, "Weberiano", por exemplo, refer-se a Weber (que pode ser o sociólogo alemão Max Weber, o fisiólogo e anatomista alemão Ernest H. Weber ou o compositor alemão Carl M. von Weber). O adjetivo relativo ao cientista Albert Einstein é "einsteiniano"


FAVORECER


O verbo "favorecer", por ser transitivo direto, não pede a preposição "a". A falta favorece "o" time, e não "ao" time. A falta favorece o Vasco, o Corínthias, o Palmeiras, o Flamengo, o Botafogo, o Cruzeiro, o Atlético etc.


FAZ


"Há 189 anos" ou "A 189 anos"? Essa dúvida é uma pedra no sapato de muita gente.
Afinal, como saber qual é a forma correta? Há uma dica muito simples: esse "há" equivale a "faz", ou seja, pode-se dizer "Faz 189 anos que Aleijadinho morreu". É como "Moro aqui há oito anos", que equivale a "Faz oito anos que moro aqui".


FEBRE


Qual é o diminutivo de "febre"? O erudito é "febrícula", porém, mais importante do que saber esse caso específico, é aprender que as terminaões "ulo/a", "culo/a". É claro que hoje em dia ninguém diz que a galinha botou um "óvulo". Essa palavra, que significa "ovo pequeno", costuma ser usada na linguagem médica, para designar a célula feminina da reprodução. Anote outros diminutivos com essas terminações: "grânulo" (de "grão"), "glóbulo" (de "globo"), "homúnculo" (de "homem") etc.


Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

Dicionário da Língua Portuguesa

Gold Editora Ltda

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

CONCEPÇÕES DIVERSAS & ALEATÓRIAS

* Há duas coisas na vida de que não consigo gostar. Primeiro é a dentrar em uma casa onde a desarrumação é total, para não dizer, sujeira por todos os lados. A segunda é, ao contrário, entrar em uma residência onde a dona da casa fica o tempo todo limpando os móveis, o chão, enfim não chega a dar nem atenção ao visitante, preocupada exclusivamente com a limpeza em geral. Parece até uma neurose, o que deixa a visita com certo constrangimento. No meu caso, particularmente, quando percebo algo desse tipo, arrumo uma desculpa qualquer e deixo um ambiente assim. Se pudesse a pessoa ficaria no ar, sem pisar no chão ou tocar em nada. Que situação!!


* Sei que às vezes pareço ser muito tímido, retraído, aparentemente tímido. Tudo bem, aos olhos de algumas pessoas posso até ser tudo isto. Todavia, o importante mesmo é ser coerente com a minha consciência, a minha personalidade, o meu temperamento. Estando bem comigo é fundamental. Se tenho dentro de casa aquilo que eu gosto, não me interessa sair por aí, tentando me iludir só para demonstrar aos outros aquilo que não sou. Antissocial tenho certeza de que não sou. Muitas pessoas consideradas "arroz de festa" vivem de um modo completamente diferente do meu. Neste caso, sempre é bom haver um respeito mútuo e uma boa compreensão das duas partes, obviamente.


* Na minha modesta opinião, o que de mais perfeito que Deus criou não foi tanto o homem, a mulher, a natureza, os animais. E sim a inteligência, a faculdade de algo se desenvolver muitas vezes, independente de terceiros. As pessoas têm a mania de se comparar e por outro lado, ora se odeiam ora se amam . Há um relacionamento humano cheio de altos e baixos. Mas na vida, tudo é uma questão de se usar o meio termo. Porém, os animais irracionais, os objetos, as coisas, as árvores não fazem nada disto e no entanto são bastante úteis. Cada um do seu jeito.


Joboscan de Araújo

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA

RECAÍDA PERIGOSA



Depois que cheguei do Hospital Vasco da Gama, pensei que a minha saúde voltaria ao normal. Grande equívoco. Pra começo de assunto. Parecia que nada tinha sentido. Não tinha coragem e muito menos disposição para sair do quarto, quanto mais do apartamento para ir até à minha banca de jornal. Até a minha leitura predileta estava sendo postergada à minha revelia. Uma abulia incontida e sem graça invadia o meu ser debilitado. A minha esposa e dois filhos pequenos já demonstravam muita preocupação. Eu só ficava da sala para o quarto e banheiro com passos trôpegos, embora não reclamasse de quase nada.
No início de abril de 2003 fiquei acamado de vez. A minha esposa já procurava um outro hospital para me internar e dar continuidade ao tratamento daquela anemia que não tinha fim. Aí começou a minha teimosia. Não queria mais ser internado. Achava que após tomar aqueles remédios que tinha comprado eu fosse melhor, paulatinamente. Só que eles não faziam efeito algum. De sopinha em sopinha se o meu corpo já era franzinho, agora além de debilitado, a doença parecia tomar de conta do mesmo. Precisava fazer alguma coisa rapidamente. Então, vendo que não estava aguentando tanto sufoco sozinha, pois além de cuidar da banca de jornal, dos meus filhos e de mim, a minha intrépida esposa resolveu pedir ajuda a uma vizinha bastante prestativa, Maria das Graças, por este tempo, era a síndica do prédio, a qual foi de uma importância fundamental para a minha nova internação. Com bastante conhecimento, ela se prontificou, com a ajuda de outros vizinhos, a nos ajudar. E exatamente, no dia 3 de abril, ao completar uma semana que havia recebido alta do Vasco da Gama, fui levado a outro hospital, desta vez o Nipo-Brasileiro. Aqui a história foi totalmente diferente.

Próxima postagem: INTERNAÇÃO NA UTI

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PRUDENTE PELA EXPERIÊNCIA

Certo rei estava abordo de um navio em companhia de um jovem inexperiente. Este jovem nunca tinha visto o mar nem conhecia as incomodidades das viagens marítimas. Começou então a chorar e a tremer, causando apreensão a todos naquele ambiente. Tentaram aquietá-lo, mas não o conseguiram. Tudo isto tirava o prazer do rei e os cortesãos já não sabiam mais o que fazer para acalmar aquele jovem.
Então, um homem judicioso, experiente, que estava por perto, disse:
-"Se o rei me ordenar farei com que este mancebo logo se acalma. Eu tenho uma solução para este caso!"
E o rei então não duvidou e disse:
-"Isso me seria extremamento agradável!"
Mediante a esta autorização, aquele sábio homem mandou que os marinheiros lançassem o jovem ao mar, imediatamente. Depois que o mergulharam várias vezes, puxaram-no pelos cabelos, e o puseram no navio, aonde ele, com ambas as mãos, agarrou ao leme. Quando ele se acalmou, sentou-se a um canto e aí ficou quieto e pensativo.
Isso agradou tanto ao rei, que não se conteve e perguntou a causa de tudo aquilo. O sábio logo lhe respondeu:
-"Antes, o jovem não tinha sentido as angústias deo mergulho, e por isso não conhecia a segurança que o navio oferece. É o mesmo que se sabe quando só se tem conhecimento do valor da saúde alguém que já tenha sucumbido à doença!"

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

611 - "É impossível amar e ser sábio".

Francis Bacon

612 - "É preciso ter em si mesmo suficiente confiança para não desanimar. E desconfiança bastante para não fazer tolices".


Walter Waeny


613 - "Estar sempre descontente consigo mesmo é uma fraqueza, estar sempre contente consigo mesmo é uma tolice".

Madame Stael

614 - "Enquanto existir juventude no mundo é impossível a civilização regredir".


Helen Keller


615 - "É artifício nosso afear a dificuldade para fazer mais formosa a solução"

Padre Antônio Vieira

616 - "É certo, afinal de contas, que neste mundo nada nos torna necessários, a não ser o amor".

Goethe


617 - "Em bolsa, o negócio é comprar ao som dos canhões e vender ao som dos violinos".

Roberto Teixeira da Costa

618 - "Existem três maneiras de a pessoa se arruinar na vida. A mais agradável é com mulheres; a mais rápida, com o jogo e a mais segura, com a economia".

George Pompidou

619 - "É um absurdo dividir as pessoa em boas e más. Elas ou são encantadoras ou aborrecidas".

Oscar Wilde

620 - "É tolo pedir aos deuses o que os homens podem fazer sozinhos."

Epicuro

domingo, 8 de janeiro de 2012

REMINISCÊNCIA PATERNA

De vez em quando me pego envolto a algumas reminiscências familiares, principalmente qluando se trata de algo que serve de exemplo para os mais jovens, principalmente os meus filhos. Então, amiúde, lembro de algumas passagens da minha infância, onde tudo era mais difícil e diferente dos tempos hodiernos. Com o advento da informática, com suas inúmeras opões de entretenimentos, informações e relacionamentos, a vida flui de maneira bem mais fácil e cômoda até demais.
Só que o progresso em todos os sentidos tem seu lado positivo e negativo. Num ponto facilita a vida em geral das pessoas, exigindo mais rapidez de aprendizagem e por outro vai excluindo e deixando para trás todos aqueles que não se dispuserem a acompanhar o tal avanço da tecnologia. Pois a inércia, a preguiça, a ausência de objetivos e mais alguma coisa só corroboram para postergar a concretização dos ideais de todas as pessoas jovens.
Em meio a esta discrepância de atividades intelectuais, o meu pensamento volta diretamente ao trabalho árduo que o meu velho pai, que Deus o tenha, executava com responsabilidade e coragem para sustentar a nossa grande família. E foi quando acompanhei de perto o serviço do pedreiro (meu pai também o era) na reforma do meu apartamento, que repentinamente surgiu uma lembrança paterna. Pois o mesmo com uma perna torta, por motivo de um acidente de trabalho, sempre procurou honrar com a sua palavra e acima de tudo, responsabilidade.
Naquele tempo, na década de 60, lá na nossa pacata cidade, com pouco dinheiro em circulação, a nossa família tinha por hábito comprar fiado em alguma mercearia ou empório,mediante anotações numa caderneta e cujo pagamento era efetuado, aos poucos no final de cada mês ou antes, dependendo do serviço que o meu pai arrumava. E foi neste ínterim que me veio a lembrança de um fato que ocorreu com ele quando executava o serviço de uma calçada no empório onde, por conincidência o meu pai tinha dívida. Combinou o preço e antes de mais nada o formato, o estilo da obra e começou a trabalhar com afinco. Então, diarimente, eu ia levar o almoço ao meu velho pai, evitando o transtorno de descer e subir ladeiras em pleno sol do meio dia.
E quando estava no término do serviço, por sinal no último dia, presenciei uma cena que jamais esquecerei. Vi o dono do empório chegar para averiguar o serviço e foi logo falando alto e com empáfia de uma pessoa ignorante:
-"Seu Manuel, não quero esta calçada desse jeito, não. Pode desmanchar esta parte aqui e fazer novamente!"
Enquanto ele falava, o meu pai só ouvia calado e quando o dono ia saindo, achando que a sua ridícula ordem ira ser obedecia, ficou boquiaberto com a resposta do velho pedreiro:
-"Olha aqui, seu Gomes, fique sabendo que aqui não tem nenhum moleque não. Nunca desmanchei e jamais vou desmanchar um serviço meu. O senhor quer uma calçada diferente? Pois contrate outro pedreiro. Quanto o meu serviço, pode descontar na minha dívida e ponto final e durma em paz, se for capaz!"
Em seguida pegou no meu braço e voltamos para a nossa casa. E no caminho, de vez em quando, murmurava um solilóquio mais ou menos assim: "Tá pensando o quê! Eu sei o que faço e tenho responsabilidade! Não sou moleque para ninguém me chamar a atenção!"

Valeu, meu velho pai!


João Bosco de Andrade Araújo

sábado, 7 de janeiro de 2012

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

EXPLODIR

Tradicionalmente, o verbo "explodir" aparece nas gramáticas e dicionários brasileiros como defectivo (verbo de conjugação incompleta, verbo que não é conjugado em todas as formas). Nesses registros, o presente do indicativo de "explodir" começa na segunda pessoa do singular (tu explodes, ele explode, nós explodimos...") e, consequentemente, o presente do subjuntivo é dado como inexistente. De acordo com esses registros, portanto, formas como "explodo", "expludo", "exploda" ou "expluda" são inexistentes. Alguns estudiosos, contudo, afirmam que esse verbo já tem sido usado com conjunção conjugação completa, ocorrendo também a forma "expludo" para a primeira pessoa do singular do presente do indicativo e para o presente do subjuntivo. Na verdade, querem dizer que a raiz de "expludo" aparece em "que eu expluda, que tu expludas, que ele/a expluda..." que alguns adotam como flexões do presente do subjuntivo. E agora? Você decide: se quiser ficar com a tradição, trata "explodir" como defectivo; se quiser levar em conta o fato de que ele tem sido usado como verbo de conjugação plena, flexione-o em todos os tempos, modos e pessoas.


EXPOR


Todos sabemos que as crianças tendem a regularizar os verbos, ou seja, tendem a conjugá-los como regulares. A criança diz "eu fazo, eu consego" porque se espelha na conjugação regular dos verbos. O adulto que diz "Se você compor uma música" também se expelha na conjugação regular. Ora bolas, pipocas! Se não se concebe que um adulto nutrido e escolarizado diga "eu fazo", "eu ouvo", não se concebe que diga "Se eu compor", "Se ele manter". Então tratemos de aprender que o futuro do subjuntivo de "expor" é "expuser" (Se eu expuser o quadro), o de "entreter" é entretiver" (Se eu entretiver as crianças), o de "intervir" é intervier" (Se eu intervier")


EXTORQUIR


A imprensa tem publicado frases como "O policial extorquiu a gerente", ou "Os sequestradores extorquiram a família". Extorquir" significa "obter por violência, ameaças". Então é óbvio que só é possível extorquir algo de alguém, e não extorquir alguém. Deve-se dizer "O policial extorquiu dinheiro da gerente", "Os sequestradores extorquiram joias e outros bens da família".


EXTRA


Como seria correto o plural: "horas extras"? É interessante o caminho percorrido por essa forma reduzida. O prefixo latino "extra", qlue significa "posição exterior", "fora de", está presente em várias palavras: "extraterrrestre", "extrajurídico", "extraoficial". E é justamente o adjetivo "extraordinário" o pai da forma reduzida "extra". Por ser grande, a palavra "extraordinário" não fugiu de um processo linguístico implacável: a redução. Com isso, o prefixo passou a ter também o sentido do adjetivo. Nesse caso, sua flexão é normal, como a de um adjetivo qualquer: "hora extra", "horas extras". Em tempo: quando usado como prefixo, nada de flexioná-lo".


Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

Dicionário da Língua Portuguesa

Gold Editora Ltda

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

CONFESSO QUE EU LI

Livro: PROBLEMAS? OBA!

Autor: ROBERTO SHINYASHIKI



Creio eu que o renomado autor deste livro dispensa comentários. O seu fabuloso currículo já o define como alguém em quem se pode confiar no campo da literatura denominada autoajuda. O médico psiquiatra e terapeuta Roberto Shinyashiki neste seu mais recente livro, encosta o (a) leitor (a) na parede das adversidades corporativas e da vida de modo geral, alertando para a conscientização e valorização dos princípios da autoconfiança, sem menosprezar um só instante os problemas que, inapelavelmente, chegarão à mesa de trabalho de cada um. Estes desafios (problemas) servem de termômetro para avaliar a capacidade de cada um, sobrepujando-os com classe e dignidade e sem apelação e suborno.
Como bem está escrito na orelha deste ótimo livro, "O mundo dos negócios vive atualmente uma revolução tão grande que pode se tornar um inferno para quem não o entende ou o paraíso para quem é capaz de aproveitart as oportunidades. Por isso, é muito importante compreender a nova lógica que rege os acontecimentos."
É uma leitura agradabilíssima que não cansa e que vai sendo digerida, paulatinamente pelo espírito da pessoa que tiver a felicidade de o ler, principalmente suas belas fábulas intercaladas nos assuntos abordados e que servem de parâmetros para a sua fixação mental e prática. Na minha opinião, vale a pena ler e na medida do possível, relê-lo para melhor por em prática as suas preciosas dicas. Garanto que depois que se deparar com alguma situação vexatória ou difícil de resolver, no mínimo repetirá na sua mente o título deste livro: PROBLEMAS? OBA! E depois é só correr para o abraço.

João Bosco de Andrade Araújo

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS

"IREI MORRER/ESTOU MORRENDO ou MORRI DE SAUDADES DE VOCÊ!"


Qualquer uma dests frases subentende-se uma grande força de expressão, o que de acordo com a gramática da língua portuguesa, trata-se de um vício de linguagem denominado de hipérbole. Portanto, antes que alguém metida a pedante e perfeccionista critique uma pessoa que se expressa desta maneira, é bom que fique claro que não há nada de anormal numa expressão assim, mesmo trazendo no seu contexto um paradoxo corriqueiro.
Veja bem: Em primeiro lugar a palavra SAUDADE, que muitos julgam existir só na língua portuguesa, há controvérsia. Portanto, trata-se de um delírio, um equívoco de alguns estudiosos no assunto. Esta palavra que se resume num desejo incontido de estar com alguém querido que viajou ou mesmo faleceu pode sim, não ter sinônimo, ou seja, outra palavra correspondente ou que a substitua, aí serão outros quinhentos. Pode-se concordar plenamente.
Agora o contrassenso está na palavra que a antecede. Estou me referindo ao verbo morrer, o que é muito forte. Pensando bem, no seu ínterim, a saudade em si não é algo assim tão mau como se fosse um veneno ou uma arma perigosa ao ponto de matar alguém. Então, se é um sentimento bom, como se explica que ele pode pode matar? Por outro lado, se fosse um estresse, uma grande frustração ou preocupação, que é algo pernicioso e letal, aí sim, teria alguma lógica se se falasse assim: "Eu irei morrer/estou morrendo ou morri de estresse, desgosto, frustração, preocupação" nada a contestar. Teria até alguma lógica. Já com relação a SAUDADE, que é algo bom, repito, tal frase: "Irei morrer/estou morrendo ou morri de SAUDADE", portanto, não justifica.


João Bosco de Andrade Araújo

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA

MINHA SEGUNDA ALTA HOSPITALAR



Após 17 dias internado nesse Hospital Vasco da Gama, só fazendo exames de todos os tipos, levando agulhadas, ingerindo sopas insossas, jamais pretendo aqui cuspir no prato em que comi, pelo o contrário, gostaria sim de ser muito grato a todos que me atenderam e me serviram, desde a funcionária que fez a primeira consulta dos meus dados através do meu convênio médico até aquelas pessoas que não cheguei a conhecer, mas seus serviços chegaram a mim, indiretamente. Para quem fica mais do que cinco dias internado, a monotonia do ambiente hospitalar já causa algum melancolia que até as gentilezas diárias daqueles funcionários de tão repetitivas, se transformam em atitudes frias, automáticas, sei lá. É isso mesmo. Acontece onde o convívio humano acontece envolvendo sempre as mesmas pessoas, como por exemplo, escola, trabalho, prisão e, evidentemente, hospital etc.
Então conforme o Dr. Maurício havia me prometido no dia anterior, após tomar conhecimento que eu tinha um outro convênio, neste dia 27 de março de 2003 ele assinou a minha alta hospitalar. Nesta última visita ele ratificou da dificuldade que estava tendo para descobrir a causa daquela anemia crônica e também, devido os trâmites burocráticos daquele ambiente, que estava dificultando a minha transferência para a realização do exame da medula em outro hospital, mesmo assim, ele me receitou alguns medicamentos, aconselhando-me que, se precisasse procurar outro médico que utilizasse um convênio melhor. E ele sabia que eu o tinha. Porém, se quisesse ali retornar ele estaria à disposição para dar continuidade ao tratamento. Desejando-me boa sorte.
Saímos do Vasco da Gama às 16.50 hs. Era um final de tarde muito lindo. O tempo estava abafado. No carro que a minha vizinha veio me buscar íamos conversando amenidades. Apesar da motorista não ter muita prática ao volante, entre um susto e outro, chegamos em casa são e salvo, graças a Deus. Pensando bem, após 17 dias internado, eu já estava com muita saudade do convívio familiar. Contudo, senti uma nítida diferença com a outra vez que estive internado no mesmo hospital. Naquela ocasião, lembro-me, cheguei em casa bem mais disposto, muito embora tenha ficado ali só cinco dias e não fui submetido a nenhuma bateria de exames. Em compensação recebi mais transfusão de sangue. Portanto, o meu apetite, naquela oportunidade, voltara ao normal. Logo que cheguei saboreei uma apetitosa macorronada com frango. Bem diferente desta última vez que tomei uma sopa quase igual àquela que era servida no hospita Vasco da Gama. Mas o problema não foi a mão que a preparou, pelo o contrário. A minha esposa tentou, sugestionou preparar outra comida, mas rejeitei incisavamente. Ela pressentiu que isto não era um bom sinal. E tinha toda a razão. Sem um bom apetite era um triste prenúncio de que algo pior estava por vir.


Próxima postagem: RECAÍDA PERIGOSA

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

LAMPEJOS FILOSÓFICOS

601 - "Estamos numa sociedade em que se colecionam relógios descartáveis e se descartam livros que deveríamos guardar".

UMBERTO ECO

602 - "Época triste a nossa em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo".

ALBERT EINSTEIN

603 - "É possível que o termo globalização seja o equivalente contemporâneo de colonialismo, que se usava três décadas atrás".

ROBERTO DA MATA

604 - "Egoísmo não é vivermos ao nosso modo. Egoísmo é desejar que os outros vivam como nós queremos".

OSCAR WILDE

605 - "Existem pessoas que acostumam-se com seus próprios erros,e em pouco tempo confundem seus defeitos com virtudes".

PAULO COELHO

606 - "E quando a solidão, talvez me procurar eu possa dizer do amor que tive, que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".

VINÍCIUS DE MORAIS

607 - "Em toda a história do mundo, jamais houve alguém exatamente igual a você".

NAPOLEON HILL

608 - "É para obter o supérfluo e não o necessário, que se cometem os grande crimes".

ARISTÓTELES

609 - "Existem dez fraquezas contra as quais todos nós devemos tomar cuidado. Uma delas é o hábito de tentar colher antes de semear, e todas as outras acham-se reunidas no hábito de arranjar desculpas para justificar cada errro que cometemos".

Autor desconhecido

610 - "É muito bom ser importante; porém, é muitos mais importante ser bom!"

Pe. ANTÔNIO VIEIRA

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ACREDITAR E AGIR

Um viajante ia caminhando em solo distante, às margens de um grande lago de águas cristalinas. Seu destino era a outra margem. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar oolhar no horizonte. A voz de um homem coberto de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio oferecendo-se para transportá-lo.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.
Logo seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, o viajante pôde observar que se tratava de duas palavras. Num deles estava entalhada a palavra ACREDITAR e no outro AGIR.
Não podendo conter a curiosidade,o viajante perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro respondeu pegando o remo chamado ACREDITAR e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo AGIR e remou com todo o vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultaneamente e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago chegando ao seu destino. Na outra margem, então o barqueiro disse ao viajante:
-"ESSE PORTO SE CHAMA AUTOCONFIANÇA!"

Simultanemente, é preciso ACREDITAR e também AGIR para que possamos alcançá-lo!

domingo, 1 de janeiro de 2012

VOLTANDO AO NORMAL

Pronto. Agora é só pedir a Deus que nos Dê ou Conserve a nossa saúde para que possamos enfrentar os desafios que esta vida nos oferece. Os rojões, o barulho, a gritaria, a bebedeira, a confraternização em todos os ambientes e mais alguma coisa chegaram ao epílogo. O dia primeiro de Janeiro de 2012, como os demais amanheceu silencioso. Com poucos carros e pedestres nas ruas e avenidas. Os que se arriscam a sair da sua casa, esbanjando uma cara de ressaca é porque, no mínimo, têm algum compromisso inadiável, como por exemplo, um trabalho. Os cumprimentos, os votos de Feliz Ano Novo vão continuar por alguns dias, principalmente no primeiro dia de expediente. Apesar do ambiente ainda festivo, tudo aos poucos vai voltando ao normal. Não precisa nem mencionar dos acidentes do trânsito, das dores de cabeça, das brigas e inimizades que irão surgir porque, por outro lado, outras coisa boas também vão acontecer a cada um na medida certa. Aqueles altos e baixos continuarão no cotidiano de todas as pessoas. Muitas crianças chegando a este mundo agitado de meu Deus e outras partindo para outra dimensão. Alguns conseguindo emprego; outros, perdendo. Uns casando; outros se separando. E assim sucessivamente. Essa lida diária jamais vai mudar e não tem mesmo porque mudar. É como a onda do mar. Um rítmo contínuo e incessante. E como diz a mesma com o mesmo título: "Nada do que foi será de novo do jeito que foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito!". Assim fazia sucesso o cantor Lulu Santos nos anos 80.

João Bosco de Andrade Araújo