sábado, 9 de janeiro de 2010

TIRA O OLHO, DIGO EU!

O ser humano, já ouvimos falar inúmeras vezes, é bastante complexo. Numa fração de segundo ele pode mudar seu modo de agir, deixando qualquer um sem entender nada da sua metamorfose comportamental, se assim posso dizer. E isso serve para todas as pessoas. Cada uma com sua parcele de interesse intrínseco que só Deus mesmo saberá o que se passa no âmago de uma pessoa assim. Vamos aos fatos para que o leitor entenda melhor o que pretendo dizer com esse prêmbulo.
Acompanhei pari pasu todo o périplo que a minha esposa passou antes,durante e após uma delicada mastectomia, recentemente. Graças a Deus, ocorreu tudo bem, mas agora começará a segunda etapa do tratamento do temível câncer de mama, que é a quimioterapia. Mas, o fato que me chamou a atenção, nesse ínterim, foi a mudança repentina de uma enfermeira que assumira o plantão matinal num renomado hospital na zona sul de São Paulo. E logo que foi convocada por nós para prestar um pequeno serviço à convalescente já o fez demonstrando um mau humor e até mesmo uma falta de educação, o que a diferenciava da funcionária que trabalhou no período noturno. Mas, até aí, tudo bem. Cada pessoa tem um caráter, um temperamento, uma educação peculiar e isso ninguém pode mudar.
Sim, mas onde que ocorreu a mudança repentina de comportamento da referida enfermeira mal humorada, fria, cujas atitudes passavam longe de um padrão profissional, cujo Hospital conveniado exigia. Senão vejamos: tão logo chegou o horário de visita, o meu filho, um rapaz de 22 anos, tão logo adentrou no quarto, dou um doce para quem disser quem chegou sem ser convocada, apenas com um subterfúgio para examinar algo que não fazia nenhum sentido? Quem? Quem? Ora, aquela mesma enfermeirinha, desta vez toda prestativa, perguntando se a minha esposa estava precisando de mais alguma coisa, etc e tal. Não precisava nem dizer, mas essa tal funcionária com uniforme branco parecia que estava com um olho no rato e outro no gato. A modéstia me permite dizer que o “gato” nessa comparação seria o meu filho, pois não! Pois, enquanto ela “enrolava” disfarçando arrumar o frasco de soro, chega uma colega para convocá-la para outra função. E percebendo que a colega olhava muito para o Alan, meu filho, repito, logo que saíram, ouvimos quando a primeira falou para a outra: “Tira o olho!...Como se quisesse dizer: aquele alí já tem “dona”. Será? Não sei. Para ser sincero, ele só tinha olhos, pelo menos naquele momento, para a sua mãe naquele leito de Hospital, só aguardanto a Alta do médico para regressar para o nosso lar. O que não demorou acontecer para a nossa alegria e ao mesmo tempo, talvez, tristeza ou frustração para aquela funcionária que, paradoxalmente, contrariando ou não os seus interesses, foi providenciar a cadeira de rodas e fez questão de acompanhar a paciente e, obviamente, o filho. Do qual não tirava o olho, como a própria pedia para que a colega não o fizesse o mesmo. E agora, por falar nisso: “Tira o olho” – digo eu! E se houver outra oportunidade de precisar de seus serviços que não os faça com segundas intenções...Pois tudo isso é muito fácil de se perceber. E sendo assim não rola nada. Pois tudo na vida tem que ocorreu naturalmente. Nada forçado tem algum futuro promissor. Costumo comparar isso ao se colher uma fruta do pé antes de ficar madura e após usar de meios impróprios para forçar o seu amadurecimento, quando a levar à boca, travará nos dentes...

João Bosco de Andrade Araújo

joboscan@yahoo.com.br

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