quarta-feira, 9 de junho de 2010

O CIGARRO QUE "SALVOU" A MINHA VIDA

Nos dias atuais, quando o governo faz tanta propaganda contra o consumo do cigarro, inclusive obrigando o fabricante estampar figuras horripilantes, chocantes nos respectivos maços com o intuito de inibir os tabagistas, o título acima torna-se, inegavelmente, bastante paradoxal. É verdade. Mas, se você continuar a ler essa crônica vai concordar comigo, pelo menos em termos o porquê que o cigarro “salvou” a minha vida. Senão, vejamos.
Diariamente, menos aos domingos, tenho por hábito ir à casa lotérica do meu bairro para fazer uma aposta num dos jogos da Caixa Econômica Federal. E como sabemos, são vários. Aposto pouco. E costumo dizer que faço isso para ter o direito de sonhar com uma vida sem muitas dívidas. Mas vamos ao que interessa.
Certo dia, num final de tarde, lá vinha veu, poluindo ainda mais o ar e consequentemente os meus pulmões, andando pela calçada. Ao passar em frente de um colégio, eis que ouvi alguém falar assim:
-Moço! Moço!
Como não ouvi o meu nome, evitando passar por bobo, em circunstâncias assim procuro evitar olhar para os lados. E fui seguindo o meu caminho quando ouvi a mesma voz, desta vez mais insistente. Então resolvi olhar e percebi que era mesmo comigo. E uma das jovens estudantes completou com um modo muito meigo:
-“Moço, por favor, dá um cigarro!”
Sendo assim, pedindo desse modo, não resisti, então resolvi parar e lhe entregar logoo maço. Enquanto isso, a sua colega, achando que eu estivesse sendo muito gentil, sei lá, bonzinho ou bobo, resolveu então apelar:
-“Moço, não querendo abusar da sua boa vontade, você deixa eu eu pegar um também?”
-Tudo bem, pode pegar. Quer acender também?
-“Não, obrigada. Nós vamos fumar mais tarde!”
O tempo gasto nessa ação foi, aproximadamente, 20 a 30 segundos. E esse foi o tempo que eu levei para chegar até ao local bem em frente, na mesma calçada, pela qual eu andava e onde naquele momento ocorrera um acidente com um carro desgovernado, o qual se chocou com o muro daquela escola.
Em síntese: se aquelas garotas não me interpelassem naquele momento ou se eu não as tivesse atendido, creio eu, que jamais iria atender a mais ninguém nesta vida e muito menos estaria agora escrevendo essa crônica tentando dizer que um dia qualquer o famigerado cigarro “salvou” a minha vida!
Coincidência ou não, o certo que foi isso que realmente aconteceu e enquanto continuava o meu percurso para a minha residência, elevei o meu pensamento até Aquele que nos Criou e agradeci mais essa chance de continuar vivendo.

P.S: O título dessa crônica, reconheço, pode até ser apelativo, mas realmente foi realmente assim que o fato aconteceu. Só que, pensando bem, isso foi só uma coincidência. Pois, eu poderia ter parado alguns segundos para fornecer as horas ou dar outra informação qualquer, correto?


João Bosco de Andrade Araújo

Joboscan50@yahoo.com.br

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