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PARADOXOS
CORRIQUEIROS
“O jogador acaba de perder um gol
feito!”
Não é preciso nem ser um bom
conhecedor de futebol para saber o que é um gol. Por sinal, é o momento mágico
e imprescindível em qualquer partida de futebol. Já teve alguém que o
comparasse até com um orgasmo. Exagero à parte, o ato de fazer um gol,
principalmente numa partida de futebol decisiva, por exemplo, uma final de
campeonato, é um prazer indescritível, cujo autor desta façanha sonha sempre
com ele e quando concretiza fica tão aéreo que não sabe nem pra onde correr
para comemorá-lo. Por alguns instantes, o atleta fica bobo, sem palavras e
principalmente da maneira e da circunstância como o mesmo foi feito.
Só que não dá mesmo para entender é
quando um locutor, um comentarista ou repórter expressa desta maneira: “Que
absurdo, o atacante perdeu um gol feito!” Chega ser um absurdo, um disparate,
alguém proferir uma frase tão paradoxal como esta, através do rádio e da televisão! Pois venhamos e convenhamos, se foi
um gol feito, pergunta-se, como o tal jogador conseguiu perdê-lo? Poderia sim
ter tido uma chance nítida de fazer um gol e por displicência, nervosismo ou mesmo
falta de categoria, deixou-a passar e consequentemente, não fez um gol que
parecia tão fácil!...
Mas dizer que o cara perdeu um gol
feito, realmente, não dá mesmo para entender. Mesmo que se diga que isto seja
uma força de expressão ou algo parecido.
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