segunda-feira, 14 de abril de 2014

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                   Conforme já foi registrado aqui, no início deste ano de 1969 chegou um pequeno grupo de freiras ao nosso seminário, onde fixou residência enquanto cumpria um trabalho apostólico na capital piauiense. O nosso novo reitor, para evitar comentários maldosos, logo providenciou uma pequena e improvisada clausura para as quatro freiras. Mesmo assim, durante o dia, elas tinham todo acesso nas demais dependências do seminário, principalmente na capela  e refeitório. Logo que elas chegaram, uma chamou a nossa atenção por sua beleza física, pois além de nova era bastante comunicativa e cativante. Não demorou muito, um dos seminaristas logo sentiu uma súbita atração e admiração pela religiosa e não demorou muito já dava para perceber facilmente que aqueles papos fora de hora já dava para levantar suspeitas de que algo sentimental deveria estar acontecendo entre os dois.
                  Como aquele jovem seminarista tinha residência em Teresina, durante as férias de julho, segundo o mesmo nos contou, chegou a levar irmã Maria do Céu até à sua casa para conhecer a sua família. Sendo assim, logo no início do segundo semestre já estava evidente que aquele romance era visível. Inclusive, certa noite, um colega ao perceber que a cama do dito cujo estava vazia, não titubeou, convidou um pequeno grupo para bisbilhotar a intimidade daquele casal. Pois os dois, como já era do conhecimento de alguns, costumavam conversar, para não dizer, namorar sob uma escada atrás, ironicamente, da nossa capela. Dito e feito, ficamos ali num lugar estratégico e logo os dois começaram uma troca ousada de carinhos, chegando inclusive a cariciar os seios da jovem religiosa, a qual pressentindo que se continuasse naquelas carícias íntimas logo chegariam às vias de fato, resolveu se recolher, deixando o nosso colega ali, literalmente na mão. Pois tão logo o mesmo se recolheu percebemos que foi direto para o banheiro e procurou logo se aliviar de uma maneira ou de outra.
                  Mas este romance no nosso meio logo foi desvendado e ratificado, quando os dois resolveram de livre e espontânea vontade,  assumir um compromisso sentimental fora do nosso convívio. Ou seja, não foi necessário nenhum tipo de punição, como expulsão, e antes do ano letivo terminar aquele casal resolveu consumar um casamento, pois afinal, como dava para perceber, parecia mesmo que cada um nascera para o outro. Se foram felizes para sempre isto ninguém ficou sabendo. Queira Deus que sim. É a vida!

                                                       Joboscan de Araújo

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