quinta-feira, 1 de abril de 2010

O MENDIGO E OS PÃES

É muito difícil ter alguém residente em qualquer periferia que não tenha se deparado com certo tipo de pessoa que anda de porta em porta das residências ou dos comércios, pedindo alguma coisa. Sempre existe essa rotina, o que deixa muita gente desconfiada que está sendo lesada, enganada por mendigos que usam de má fé e saem coletando mantimentos, roupas, calçados, etc e depois repassam para terceiros, isto é, vendem tudo a preço de banana com a sórdida finalidade de alimentarem seus vícios. Só que como tudo na vida, “o justo termina pagando pelo pecador” e, inegavelmente, nessas circunstâncias, pode ser que há muitas pessoas desonestas providas de mau caráter que conseguem ludibriar facilmente os seus semelhantes. E agem assim com tanta simplicidade que talvez não sentem nem doer a consciência. Mas sobre tais atitudes, mais dias menos dias quem age assim, será desmascarado e pagará de uma forma ou de outra pelos engodos praticados ao longo da sua vida.
Agora por falar nesse assunto de falsa mendicância ou não, aconteceu um fato com o proprietário da padaria aqui do nosso bairro, na zona leste de São Paulo, que o deixou boquiaberto e não se conformando de guardá-lo só para si, começou a contar para todos os seus fregueses e demais pessoas. E aconteceu justamente com ele, que sempre foi acostumado a sempre dar alguns sacos com pães àquelas pessoas necessitadas que, diariamente, passavam e passam pelo seu estabelecimento. Então, aconteceu,naquela tarde, quando uma dessas “humildes” visitas, cujo pedinte, ao receber a oferta do dono da padaria apalpou o saco com pães e fazendo uma cara de quem comeu e não gostou indagou se aqueles pães eram recentes, o referido comerciante não acreditou no que acabara de ouvir daquele mendigo arrogante e metido e em seguida completou:
-“Olha aqui, rapaz, se não quiser levar essa oferta não leve, mas não vem tirar uma, pois “cavalo dado não se olha os dentes”...
-Sim, já ouvi muito isso.Só que neste caso aqui não tem nenhum cavalo e nem o senhor percebeu que eu não tenho nem dentes suficientes para mastigar um pão duro ou dormido como esses. Portanto, não quero! Passe bem!
Em seguida deixou o embrulho sobre o balcão e foi embora. Agora, acredite se quiser, mas isso realmente aconteceu aqui no bairro onde resido! Indaga-se: aquele indivíduo estava realmente com fome? Ou será que ele esperava outro tipo de oferta?


João Bosco de Andrade Araújo

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