A atração carnal fortíssima de um casal de namorados levou-o a um fim trágico, em pleno auge da idade. Com o intuito talvez de ter o prazer, literalmente, de fazer amor num lugar insólito, aquele jovem casal, repito, dirigindo o seu carro por uma rodovia no interior de São Paulo, numa noite com neblina intensa, tomou a iniciativa de para o veículo num acostamento e fazer amor ali mesmo. A atração física de ambos não dava para chegar a um motel. Tinha que ser ali mesmo. Como se costuma dizer que o amor é cego, mas dessa vez, não era tanto amor e sim paixão. Pois até a sinalização para aquela súbita parada foi providenciada. Talvez eles não tivessem conhecimento que aquele trecho era muito perigoso. Nem tanto por algum assalto, mas por acidente de trânsito. Tanto assim que ninguém soube precisar a hora exata, por exemplo, se antes, durante ou depois da consumação do ato sexual, que um motorista de uma carreta resolveu estacionar, coincidentemente naquele mesmo local, atropelando aquele carro de passeio, onde aquele casal tinha optado para o seu "motel" particular naquela noite de fortíssima cerração, matando-o, incontinenti.
Ao percber a súbita fatalidade, o caminhoneiro evadiu-se do local mas logo em seguida comunicou o terrível acidente ao setor de SOS das rodovias. Quando esse serviço chegou ao local, após alguma dificuldade emergencial com o carro todo amassado, foram vistos os corpos nus dos namorados entrelaçados e inertes...
Que sina!
É a vida!, aliás, é a morte!
Foi algo muito triste, mas pelo menos esses dois morreram se amando, literalmente!
João Bosco de Andrade Araújo
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