Antes do final do ano de 1962 aconteceu um fato que ficou marcado por todos nós. Naquela época, como éramos todos muito jovens, sempre que o nosso reitor exigisse que assistíssemos a Santa Missa dominical na Catedral de Picos, íamos acompanhados do nosso vice- reitor, o professor José Reis. Sim, aquele de temperamento sério e às vezes agia com algum rigor. Não admititia piadas, brincadeiras, principalmente fora de hora. Era muito sério e exigente.
Do nosso colégio até à Catedral levávamos meia hora à pé. Certo domingo, quando já estávamos na metade do caminho passamos por um homem com passos trôpegos, obviamente embriagado. O mesmo como uma voz pastosa não deixou escapar um comentário maldoso:
-"Aí, heim, levando a rapaziada para o cabaré, irmão?"
Ao ouvir tal asneira, o nosso professor nem pediu para aquele homem repetir, aproximou-se do dito cujo e com um soco certeiro derrubou-o por cima de uma cerca, deixando-o estirado no chão.Alguns colegas, como já estivesem mais na frente, não perceberam aquele fato. Mas quem estava próximo, como eu, vi e fiquei com medo que aquele bêbado, mesmo tropeçando, reagisse. Mas fomos advertidos pelo professor para seguirmos em frente e nem olharmos para trás.
Após a Missa, o comentário em nosso meio foi só esse. Só que o professor não podia nem adivinhar que ele era o pivô da nossa conversa. O certo é que neste clima de transtorno e expectativa o ano letilvo de 1962 chegava ao seu epílogo. Após a sessão solene, onde o nosso reitor leu o aproveitamento escolar de cada um, cada um o rumo do seu respectivo lar e em pouco tempo aquele prédio ficou vazio. Ou seja, a primeira batalha escolar já está vencida. Iríamos aguardar os anos seguintes.
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