domingo, 28 de setembro de 2008

Mentiras inofensivas & paradoxos corriqueiros - V parte

"POR FAVOR, AGUARDE SÓUM MINUTINHO!..."

É, sem dúvida, uma expressão rotineira envolta de uma mentira inofensiva e que, muitas vezes, chega a exagerar no longo tempo de espera, deixando a pessoa no outro lado da linha, aguardando a boa, ou melhor, a má vontade de alguém completar ou atender a ligação. Poderia, sim, mudar a expressão: só um minutinho para: aguarde alguns instantes ou aguarde um momento, por favor. Pelo menos assim, não especificando o tempo, a pessoa poderia até se conformar um pouco mais, quem sabe? Como nos dias atuais ninguém gosta e deve perder temo ou ficar esperando, mesmo ouvind músicas clássicas ou propagandas, seria interessante que as empresas fossem mais objetivas e respeitassem mais as pessoas que a procuram seja qual for o motivo.

"ENFIM, SÓS!"

Essa tão ansiosa e lacônica frase que se costuma por na boca dos recém-casados quando estão entre quatro paredes no início da lua de mel, pelo menos nos filmes, romances/novelas, traz um grande paradoxo. Pois como sabemos, "só" é uma minúscula palavra que sintetiza uma situação em que se está sem a companhia absoluta de ninguém, ou seja, totalmente desacompanhado, solitário, como por exemplo aquele náufrago do filme. Já no plural "sós", no meu modo de entender, significa que duas pessoas podem ficar, mas cada uma no seu respectivo ambiente solitário. Portanto, se as duas se encontrarem, a solidão automaticamente deixa de existir. Portanto, a frase "enfim, sós" não faz muita lógica. Só que se substitui-la por, por exemplo, enfim, juntos, aí sim, o paradoxo deixaria de existir, mas ambos começariam a rir por pecar contra a tradição e talvez a lógica.

"NÃO TEM PRESSA!"

Essa frase assim como essa outra: "apareça lá em casa", são típicas das pessoas educadas que costumam falar para alguém só por educação, mas infelizmente pode encontrar alguém que as leva ao pé da letra e aí então surge um pequeno transtorno para a primeira. Vejamos, por exemplo, quando se empresta algo a uma pessa que demonstra sempre quer levar vantagem e entãom para se livrar dela, fala assim: "estou emprestando este livro/CD/DVD etc, mas "não tem pressa" para me devolver. Tudo muito bonito, tudo bem. Só que, mais dias menos dias, após algum tempo, a pessoa que emprestou precisa urgente daquele objeto emprestado e nunca mais o teve de volta. Então aí é que se lembra da frase que falou por ocasião do empréstimo: não tem pressa, então perceberá que aquela pessoa chata e sem consciência estava atendendo ao seu pedido, literalmente. Mas uma vez, Millor Fernandes tem toda a razão: "Quem dá aos pobre e empresta....adeus!"



Joao Bosco de Andrade Araujo

1 comentários:

Ozéas disse...

Obrigado pela visita lá em casa, o Blog registrou.