E foi realmente isso que ocorreu: certa noite,por um descuido de um colega, a porta do salão do recreio ficou só encostada. E como diz o adágio popular: “A ocasião faz o ladrão!” então aquele larápio, movido primeiramente por uma fome inadiável adentrou no nosso recinto e foi direto ao local onde guardávamos nossas merendas. E como estivesse escuro, por um descuido deixou cair algo que logo despertou a atenção do Padre que, imediatamente resolveu sair no seu encalço. Então saiu rápido pelo corredor que dava acesso ao local onde estava acontecendo o roubo. Só que, devido a pressa, ele se esqueceu de colocar os óculos e não deu outra, chegando ao salão de recreio e percebendo um vulto se movimentando, não perdeu tempo correu tentando agarrá-lo, mas só que a sua trajetória foi interrompida por uma mesa de jogos que havia no salão e, repentinamente, lá estava o Reitor estatelado no cimento frio e portanto uma arma, não pensou duas vezes, atirou para assustar o ladrão de bananas, que mais do que ligeiro saiu correndo e sem nada levar, talvez pelo susto do tiro. Agora se antes ele conseguiu comer algo, pelo menos a sua inoportuna visita não foi totalmente em vão.
Na manhã seguinte, estampando um curativo provisório na testa, o nosso Reitor ficou frustrado ao nos contar a sua façanha, lamentando saber que nenhum de nós tinha ouvido nenhum barulho naquela madrugada. Realmente, naquela ocasião éramos todos adolescentes medrosos. Tudo bem. Já o nosso Reitor! Também pudera, empunhando um “três oitão”...E se não fosse o tombo, certamente, só Deus para ter dó daquele ladrão de bananas. Entre nós, após esse fato, o nosso comentário era sobre a hipótese se ele, o Padre, tinha xingado, principalmente na hora em que caiu...Bem, mas aí são outros quinhentos!...
João Bosco de Andrade Araújo
Joboscan50@yahoo.com.br
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