quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PAQUERA INUSITADA

Nunca é demais repetir que o relacionamento humano é sempre muito misterioso, complexo e, acima de tudo, imprevisível. Pois não adianta se programar, por exemplo, lendo todo assunto relacionado ao namoro, à paquera, pois tudo na vida quando tem que acontecer a qualquer pessoa, pode esperar: mais dias menos dias, acontecerá. Isso em todos os sentidos, principalmente no âmbito sentimental. O que nunca dá certo é quando se força um relacionamento. Esse só é adequado e frutífero quando há uma atração repentina ou não, mas desde que haja reciprocidade. Aí sim, tudo será deleitável para qualquer casal que resolve levar uma vida a dois ou como se diz numa linguagem popular, pretende juntar “as escovas de dentes”...
A paquera inusitada a que me refiro, aconteceu no interior de um ônibus. Era, inclusive, um dia normal de trabalho. Como sempre, a condução nesse horário, 6 horas da manhã, não é nada fácil. De um tumulto, de um aperto, de um sufoco, ninugém está livre. Amiúde, muitas pessoas já chegam ao serviço cansadas e chateadas após tantos transtornos. Salvo raríssimas exeções, como por exemplo, quando Cupido resolve agir logo cedo, acertando a sua indefensável flecha num determinado casal que há pouco não se conhecia. E foi o que aconteceu certa ocasião.
Primeiramente, durante o percurso do bairro-centro, uma moça entrou sozinha no coletivo. Logo após dois pontos, entre outros passageiros, eis que um rapaz logo ao entrar, pediu licença aqui e ali e logo ficou bem próximo daquela jovem. E não perdeu tempo. Foi logo puxando conversa e ela correspondendo, isto é, dando-lhe toda a atenção. Portanto, houve uma súbita atração. O certo é que, como eu estava bem próximo do casal, dava para perceber que, após a permuta dos números dos respectivos telefones, a conversa foi se deslanchando, tornando-se inclusive até mais íntima, chegando até pequenos e tímidos toques carinhosos. Menos beijos, pelo menos, por enquanto.
Coincidentemente, no dia seguinte, no mesmo horário, quem o (a)(leitor (a) acha que eu vi, desta vez já abraçados e pelo jeito, trocando juras de amor? Nada mais nada menos aquele mesmo casal do dia anterior. Quer dizer, pelo visto, foi o namoro mais inusitado e rápido raramente visto. Agora, o importante é que aqueles dois jovens saibam se conhecer bem e não queiram colher o fruto antes do amadurecimento de forma natural. Se houver precipitação, o mesmo poderá travar no momento da degustação. Afinal, tudo tem o seu dia e a sua hora....


João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

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