segunda-feira, 3 de maio de 2010

MENOSPREZO NUMA SALA DE AULA

A sala de aula nesse caso se refere a um dos módulos exigidos pelo DETRAN ao candidato que deseja obter a sua sonhada Carta Nacional de Habilitação, ou seja, estou falando do imprescindível CFC (Curso de Formação de Condutores). Durante essa convivência diária de 9 aulas, o grupo de candidatos torna-se sempre renovável, pois diariamente alguém termina o referido curso enquanto outros alunos o começam e assim sucessivamente. Sendo assim, por esse motivo, isso tem seu lado positivo porque a monotonia também fica sempre alterada enquanto durar o curso.
Bem, mas o que pretendo abordar nessa crônica é algo que, infelizmente ocorre em toda sociedade e nos mais diversos grupos de seres humanos. Pois sempre existirá alguém petulante metido a ser melhor do que os outros e quando surge uma oportunidade chega até humilhar algum colega ou menosprezar uma pessoa idosa, agindo simplesmente pela aparência, o que cometerá um grande equívoco ao pensar que um (a) colega assim talvez não falará a mesma linguagem que a maioria do grupo que é formado por membros mais novos, o que não quer dizer nada. Puro equívoco. Senão vejamos o que ocorreu num desses Cursos de Formação de Condutores. Já na reta final do mesmo, o professor resolveu dividir a turma em grupos, com um objetivo precípuo que todos participassem de um debate final da matéria, que por sinal, foi totalmente dividida entre os mesmos. Em alguns grupos tudo parecia ir bem. Todos os participantes dando sua opinião, etc. Já n’outro onde havia um aluno mais idoso, nem tanto, por um julgamento errôneo e precipitado de uma pessoa que se autopromoveu líder, havendo até um resquício de humilhação, isto é, preconceito, discriminação, quando tal pessoa já o preveniu, alertou, acintosamente, que ele poderia ficar despreocupado, pois estaria isento de falar ou ler algo na hora da apresentação do trabalho. E falou isso com uma empáfia como se estivesse fazendo até um grande favor, sei lá! Santa ignorância!A princípio ele não deu nenhum crédito e nem se preocupou com aquele estúpido pedido, o que para ele, alguém já bem experiente, vivido, com idade de ser pai daquela pessoa que balbuciava aquelas “abobrinhas” entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Resolveu então simplesmente, como se costuma dizer, ficar na sua. Não reclamou e deixou o tempo passar. Como outros membros foram sendo, rapidamente, encaixados naquele grupo na última hora, foi aí que uma outra pessoa integrante falou: “E ele alí não vai ler nada?” Foi então que a pseudo líder resolveu reparar uma “injustiça” e marcou um pequeno trecho na apostilha daquele senhor e logo em seguido o referido grupo foi convocado para a apresentação. A jovem que se intitulava de líder a começou só que se empolgou tanto que levou tudo para o lado pessoal e o tema ficou logo desfocado, inclusive tomou bastante tempo. Em seguida, os demais membros foram lendo, cada um a sua parte, de modo sucinto. O certo foi que antes de chegar a vez daquele aluno mais idoso ler a sua parte, alguém na sala fez uma pergunta bem oportuna relacionada ao tema que estava sendo exposto. Como pegou praticamente todo mundo desprevenido, o professor indicou, aleatoriamente aquele aluno de mais idade para responder. O que realmente aconteceu e o fez de maneira brilhante, chegando fechar com chave de outro a apresentação do seu grupo, que em seguida foi bem ovacionado. Após isso, a tal líder, cuja apresentação tinha sido bastante pífia ficou envergonhada com a sua grande injustiça, quando pretendia deixar aquele senhor mudo, quando na realidade ele tinha ainda muita coisa para dizer, independente da leitura de algum mísero texto preestabelecido. E só não falou mais porque o tempo já estava esgotado e reconhecendo isso, não se estendeu ao fazer mais algum comentário. Assim sendo, aquela pessoa que tentou deixá-lo para “escanteio” se observou bem, concluiu a veracidade do adágio popular que diz: “De longe, todas as montanhas são azuis!”.


João Bosco de Andrade Araújo

Joboscan50@yahoo.co,.br

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