domingo, 23 de maio de 2010

A RECONCILIAÇÃO

Essa é, sem dúvida, uma forma que muitos casais encontram para continuar vivendo, mesmo que a família constituída seja só de “fachada”, mas pelo menos, não terá um fim trágico como, amiúde acontece por por esse mundo de meu Deus! Portanto, a vida do casal – Sílvio e Fátima – após os primeiros anos vividos entre as chamas ardentes da paixão carnal, caiu naquela rotina e porque não dizer, naquela monotonia total, a qual foi transformando, paulatinamente, num verdadeiro inferno e o que não dava para entender é que aquele casal tão bonitinho, na realidade, não tinha reais motivos para tanto desespero, briga, etc. Por exemplo: os dois trabalhavam, não tinham filhos, pelo visto, poucas dívidas. Ou seja, o que mais queriam? O certo ou errado foi que, de um momento para outro,até os vizinhos perceberam a metamorfose repentina daquela pequena família e lamentavam muito, principalmente por aquela jovem esposa, que parecia sofrer nas mãos do marido, mas só quando ele chegava embriagado, diga-se de passagem. Então, como sempre acontece em momentos assim, o indivíduo sobre o efeito do álcool arruma qualquer motivo para discutir, brigar e até bater em alguém totalmente inocente. E era isso que estava acontecendo na vida daqueles dois.
A convivência pacífica daquele casal estava ficando tão impossível, tão difícil que ela, seguindo a sugestão de vizinos e familiares contratou um advogado para dar entrada no divórcio. Com isso, pegou até o cônjuge de surpresa. Ele não acreditava que aquela mulher sem muita iniciativa, humilde tivesse a coragem de agir sozinha daquela maneira. E com isso, começou a ter desavença até com alguns vizinhos. Só que não dava em nada.
E assim esse casal foi vegetando até que, após algum tempo, a mulher que se considerava vítima, num diálogo com uma pessoa mais experiente e que lê bastante sobre esse assunto, mesmo sentindo injustiçada pelas ameaças e violência por parte do marido só quando bebia, começou a encará-lo com outros olhos. E foi percebendo que o dito cujo parecia maleável, principalmente quando estava sóbrio, é lógico. Quando a fase depressiva o atingia em cheio a esposa percebia que ele deixava o orgulho de lado e tentava reativar um diálogo, mas ela se mostrava irredutível. Porém, paulatinamente, conforme o seu “conselheiro” das horas vagas lhe dava sugestões, foi tomando consciência do valor dessa vida e passou então a ver o companheiro não mais com dó ou ódio e aos poucos, aquela porta do quarto já não deixava mais trancada, voltou a usar algumas roupas mais provocantes e então a vida de ambos foi melhorando e pouco a pouca foram se entendendo.
Certo dia, os dois passaram ao lado comércio daquele “conselheiro” e ele ficou muito feliz ao perceber que com uma pequena orientação na hora certa, algumas vezes, pode até salvar um casamento que estava à deriva. E foi isso mesmo que aconteceu. A RECONCILIAÇÃO daquele casal não foi postergada porque ambos captaram a sugestão do “conselheiro familiar” que usou uma frase que não era da sua autoria, todavia foi muito útil, quando assim se expresssou: “NÃO FAÇA DA SUA VIDA UM RASCUNHO PORQUE PODE NÃO HAVER TEMPO SUFICIENTE PARA PASSÁ-LA A LIMPO!”


João Bosco de Andrade Araújo

Joboscan50@yahoo.com.br

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