A convivência pacífica daquele casal estava ficando tão impossível, tão difícil que ela, seguindo a sugestão de vizinos e familiares contratou um advogado para dar entrada no divórcio. Com isso, pegou até o cônjuge de surpresa. Ele não acreditava que aquela mulher sem muita iniciativa, humilde tivesse a coragem de agir sozinha daquela maneira. E com isso, começou a ter desavença até com alguns vizinhos. Só que não dava em nada.
E assim esse casal foi vegetando até que, após algum tempo, a mulher que se considerava vítima, num diálogo com uma pessoa mais experiente e que lê bastante sobre esse assunto, mesmo sentindo injustiçada pelas ameaças e violência por parte do marido só quando bebia, começou a encará-lo com outros olhos. E foi percebendo que o dito cujo parecia maleável, principalmente quando estava sóbrio, é lógico. Quando a fase depressiva o atingia em cheio a esposa percebia que ele deixava o orgulho de lado e tentava reativar um diálogo, mas ela se mostrava irredutível. Porém, paulatinamente, conforme o seu “conselheiro” das horas vagas lhe dava sugestões, foi tomando consciência do valor dessa vida e passou então a ver o companheiro não mais com dó ou ódio e aos poucos, aquela porta do quarto já não deixava mais trancada, voltou a usar algumas roupas mais provocantes e então a vida de ambos foi melhorando e pouco a pouca foram se entendendo.
Certo dia, os dois passaram ao lado comércio daquele “conselheiro” e ele ficou muito feliz ao perceber que com uma pequena orientação na hora certa, algumas vezes, pode até salvar um casamento que estava à deriva. E foi isso mesmo que aconteceu. A RECONCILIAÇÃO daquele casal não foi postergada porque ambos captaram a sugestão do “conselheiro familiar” que usou uma frase que não era da sua autoria, todavia foi muito útil, quando assim se expresssou: “NÃO FAÇA DA SUA VIDA UM RASCUNHO PORQUE PODE NÃO HAVER TEMPO SUFICIENTE PARA PASSÁ-LA A LIMPO!”
João Bosco de Andrade Araújo
Joboscan50@yahoo.com.br
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