terça-feira, 8 de janeiro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                   CAPÍTULO 10

                                                     A MINHA METAMORFOSE (PARTE 2)

                                   Tudo o que o Padre Albano falou nesta oportunidade entrou por um ouvido e saiu pelo outro.Não levei nada em consideração. Pois no dia seguinte as brincadeiras praticadas por mim continuavam as mesmas ou piores. Os palavrões voltaram com mais intensidade. Parecia até que eu estivesse alienado, mas só que eu tinha plena consciência das trapalhadas que estava fazendo. Mesmo que, por algum momento eu pensasse em voltar atrás e ser o protótipo de aluno bem comportado, educado, exemplaar, por um orgulho bobo, enigmático e incontido, eu continuava agindo de maneira rebelde e de forma injustificável e sem motivo
                                  Procurava fazer tudo ao contrário, isto é, estava remando contra a maré. Não acatava nenhum conselho. Fingia que captava o que o Reitor ou alguma professora me diziam, mas tudo era falsidade. O tempo foi passando e a indisciplina aumentando. Até que o reitor me repreendeu de maneira mais drástica e falou que estava totalmente decpcionado comigo e que esta brusca mundança de personalidade estava sendo comunicada aos meus pais e ao meu vigário. Também não surtiu nenhum efeito positivo. Parece que o pior estava por vir.
                                 Certo dia, o Dom Gilberto Borge nos fez uma visita surpresa, uma vez que ele estava de passagem pela cidade de Picos. Por sinal, nesta ocasião, estávemos todos nas respectivas salas de aula. Sei que a minha péssima atitude neste dia já seria motivo para seu expulso do pré-seminário, mas o Padre Albano ainda confiava na minha recuperação e encontrou um meio do nosso Bispo não perceber que eu estava ali debruçado sobre a minha carteira, como se estivesse dormindo. Por mais que a professora me chamasse para ir pedir a bênção do DOm Gilberto, ali mesmo na porta da nossa classe, simplesmente, ignorei. Fui chamdo novamente à atenção, inclusive, ele me ofereceu um bom livro para eu ler. Dias depois o devolti, alegando que havia lido.
                                Por este tempo, foi montada e organizada uma pequena peça teatral e só para me castigar, não fui chamado para participar da mesma. E com toda a razão. Achando que aquilo era para me humilhar, comecei a revidar, perseguindo com deboche e gozação um dos escolhidos para aquela apresentação. Até que ele não aguentou mais e foi se queixar com a sua professora, por sinal, antes da minha crise, ela gostava muito de jogar pingo-pong comigo. Havia uma admiração mútua. Apesar de saber que ela tinha um carinho por mim, o que eu falei dela para o seu aluno, era tudo da boca pra fora. Falei só ra zoar mesmo. Mas ele falou para ela. A mesma veio tomar satisfação e a xinguei sem motivo. Lembro-me até que ela chorou e estas foram as suas palavras: "Você agora foi longe demais. Agora me ofendeu!"
                               -Dane-se! - murmurei para não dizer outra expressão pejorativa mais forte. E isto foi a gota d'água.


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