domingo, 26 de janeiro de 2014

O ESTIGMA DA TRAIÇÃO

                             Fala-se, comenta-se, muitas vezes, em tom jocoso e debochado que Adão e Eva foi o único casal que não cometeram adultério, simplesmente, por falta de opção. Tem lógica, não resta dúvida. Pois tão logo a população foi aumentando, crescendo, desde os primórdios, a infidelidade, a traição, o adultério foi consumado e sua proliferação se expandiu até o mundo hodierno e a tendência é aumentar, diga-se de passagem.
                           Pois considerando que ninguém, em sã consciência, jamais saberá o que lhe aguarda no dia seguinte, consequentemente, as circunstâncias vindoura, os encontros fortuitos e, obviamente, uma súbita atração física, qualquer pessoa estará fadada a trair. a cometer uma traição amorosa, quando menos ela espera. E cada um encara esse fato à sua maneira. Ora com resignação, embora com ressentimentos, ora com atitudes violentas, drásticas sem ao menos ter tempo disponível para se arrepender ou pagar pelo que fez. Nesses casos gera sempre uma situação sine qua non em que dificilmente haverá vencido ou vencedor. Quando isto acontece, ou seja, uma traição, seja entre namorados, noivos ou pessoas casadas o que ocorrerá, logo no início é uma quebra de confiança total e na maioria das vezes uma desestruturarão familiar sem precedentes.
                        Por mais que se diga que isso é algo normal, pode acontecer com qualquer um, que não é o fim do mundo, tudo é muito fácil e bonito desde que não seja com a gente. Fica aquela história "pimenta nos olhos dos outros é refresco". Afinal, na prática, um ato de traição amorosa, tanto por parte do homem como da mulher, deixa em ambos um estigma indelével que toda a tentativa para minimizá-la será inútil, debalde. Não adianta nenhum dos dois partir para a retaliação, vingando-se com outra traição, viajar para outro lugar ou até mesmo cometer assassinato ou suicídio. Pois uma vez traída, sempre traída, para não dizer outro nome mais chulo. Qualquer pessoa sabe que nome é esse. Por exemplo: Se foi traído (a) e partir para a vingança pagando com a mesma moeda, ou seja, traindo, tornar-se-á numa pessoa traída-adúltera, concomitantemente. Se por outro lado, optar por viajar, passará a ser uma pessoa traída-fugitiva. Se então fizer a loucura de cometer assassinato, automaticamente, carregará o estigma de pessoa traída-assassina. Se finalmente cometer o suicídio, lamentavelmente transformar-se-á numa pessoa traída-suicida. Quer dizer, qualquer coisa que se faça para disfarçar, amenizar, encobrir, apagar um ato de traição será totalmente em vão. E ainda tem gente que acredita que o tempo  faz esquecer, apagar tudo. Ledo engano. Ele, o tempo apenas tira de foco aquilo que foi alvo de comentários maldosos e que muito machucou, feriu a pessoa atingida, ou seja, a vítima.

                                                     Joboscan de Araújo

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