"Milhão" não é palavra neutra; é masculina. Basta lembrar que se diz "um milhão" (do que quer que seja) e nunca "uma milhão". Isso significa que se deveria dizer "duzentos milhões de mulheres" e não "duzentas milhões de mulheres"; "os duzentos milhões de mulheres" e não "as duzentas milhões de mulheres". O uso real, no entanto parece apontar para outro lado. Na imprensa, por exemplo, é cada vez mais comum o emprego de "as duzentas milhões de pessoas", o que evidencia uma certa neutralização do gênero da palavra "milhões" nesses casos. Em termos de língua padrão é conveniente fazer concordância no masculino "os duzentos milhões de mulheres", "os duzentos milhões de refeições".
MILITAR
Que vem a ser "democracia"? Ao pé da letra, "poder do povo". Em "democracia", temos dois elementos gregos ("demo"="povo"; "cracia"="poder". Pois bem, em ""estratocracia" temos o elemento grego "estrato", que significa "exército". A estratocracia, portanto, nada mais é do que o poder militar, o governo dos militares. Se ao ler "estratocracia", você pensou em "estratégia", pensou bem. O signficado inicial de "estratégia" é "Arte de conceber operações de guerra. A arte de usar os meios disponíveis ou as condições que se apresentam para atingir determinados objetivos. Ardil, manha, estratégia" . A palavra "estratégia" vem do grego e, ao pé da letra, significa "comando do exército".
MINA
Na década de 1970, o cantor e compositor Milton Nascimento (carioca de nascimento e mineiro de coração) lançou um disco chamado Minas. Um menino ( cujo nome era Rúbio) "descobriu" que o "Mi" de Milton e o "nas" de Nascimento formam a palavra "Minas" Muito bom, não? É claro que as pessoas acabaram associando o termo "Minas" a Minas Gerais. Pois bem, sabe como se chamou o disco do ano seguinte? Chamou-se Geraes, com "e" Porque essa era a grafia vigente até a reforma ortográfica de 1943. Até então, o plural de palavras em "al" (como "geral") era feito com a trocca do "l" por "es", "fundamental"/fundamentaes, "jornal/jornaes", "espeial/especiaes", "igual/iguaes", "normal/normaes" e assim por diante. Ao optar pela forma antiga (Geraes), Milton quis dar um toque de nostalgia, de volta às origens.
Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto
Dicionário da Língua Portuguesa
Gold Editora Ltda
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