sábado, 29 de dezembro de 2012

APOSTASIAS INVOLUNTTÁRIA

                                                                                 CAPÍTULO 8


                                                           MINHA INESPERADA METAMORFOSE


                                                                      29/04/1964 -


                          Neste dia, por sinal um lindo dia, despertei sem premeditar nada na minha vida de adolescente. Apesar de ser um dia da semana - quarta-feira - além do mais, não era uma data especial nem feriado. Mesmo assim, tomei a iniciativa de vestir a minha melhor roupa, sem mais nem menos. A princípio, apesar de alguma gozação, admiração de alguns colegas, eu nãoligava para nada disto. Simplesmente queria ficar diferente. Afinal, era o meu 14º aniversário. Quer dizer, agindo assim, em parte consegui atingir o meu objetivo, ou seja, chamei a atenção de alguém. Ninguém sabia que aquele 29 de abril era o meu aniversário. Também fiz questão de não falar pra ninguém. Então aquele fatídico dia transcorreu normalmente, sem maiores novidades, até a hora do recreio, após o jantar. E foi tudo mutio de repente, ou seja, nada programado ou premeditado. Por isso que ninguém deu muito crédito àquela minha atitude insólita e de mau gosto. E como passei a agir? Lembro-me muito bem que tudo começou quando um colega achou uma agulha no chão do refeitório.
                    -"Olha o que achei! Uma agulha! - falou um colega todo eufórico como se tivesse encontrado uma pérola ou outro objeto valioso.
                    -É minha - faleli sem pensar.
                    E foi através desta mentira repentina que me transformei em outra pessoa. E imediatamente, sem que ninguuém me provocasse ou falasse algo, comecei a assustar alguns colegas, usando aquele minúsculo objeto pontiagudo. No começo, só pedia para eu parar e isto para mim era como se estivesse me pedindo o contrário. Virei um pequeno sádico sem saber. Antes da oração da noite, ao tomar conhecimento daquele meu péssimmo comportamento, o prefeito da nossa turma veio falar comigo e me pediu explicações para aquela minha atitude sem fundamento. Eu pensei: como poderia lhe dar uma explicação coerente se nem mesmo eu soubesse o porquê de tal comportamento? Imediatamento, sentindo hostilizado e sem mais nem menos, mandei-o para aquelo lugar impróprio. Quando me ameaçou entregar ao Reitor tão logo ele chegasse, falei outro palavrão mais feio ainda. Aí percebi que uma súbita metamorfese estava realmente consumada. Mesmo assim, na minha imaturidade, eu achava que se no dia seguinte eu voltasse a ser o mesmo aluno educado, bem comportado, exemplar de antes, os colegas iriam tirar algum sarro: ledo engano. Aí então tomei a atitude mais errônea até então: pus na minha mente que iria me rebelar em todos os sentidos, mas sem prazer ou motivo algum.
                    Quando fomos dormir, mesmo sabendo que pelo regulamento, naquele horário era silêncio total, naquela noite eu puxava conversa fiada com os colegas mais próximos, mas todos se esquivavam, o que eram chamados de convarde, trouxas, medrosos etc. Só parei quando o Padre Albano tão logo foi comunicado do meu comportamento e ao adentrar no dormitório, ouvindo aquele burburinho, foi direto à minha cama. Com educação, mas com uma voz séria, chamou-me ao seu quarto. Segui-o sem hesitação. Já previa o que ele iria me falar. Iria me chamar a atenção. E foi o que aconteceu. Como neste momento chovia bastante, primeiramente ele resolveu fechar todas as janelas e portas do refeitório e salão de recreio. Enquanto isto, a tempestada aumentava acompanhada de relâmpagos e trovões. Cheguei, através do meu pensamento compara aquela tempestade com o que estava sentindo no meu âmgo. Por fim, ali mesmo, no refeitório, sem que ninguém nos ouvisse teve a primeira conversa sérias comigo:
                       -Olha, recebi uma reclamação muito séria contra você, mas não deu muita atenção. Eu achei que o prefeito estava se enganado, mas pelo que eu vi agora, lá no dormitório, parece que é infelizmente é uma verdade que eu não gostaria de acreditar. Posso saber o que está acontecendo? Você está com a tal agulha ou alfinete aí?
                     -Não. Joguei fora! - menti  - para complicar a minha crise.
                     Como não o fitava, através da sua psicologia ele tinha absoluta certeza que eu estava mentindo e finalizou:
                    -Olha, eu tenho certeza que esse objeto ainda está com você. Mas não posso obrigá-lo a me entregar. Só lhe peço que desfaça do mesmo e não repita as brincadeiras de mau gosto com os seus colegas, certo, meu jovem. Agora pode ir se deitar e durma com Deus. Vamos desconsiderar esses contratempo, pois nada dito combina com você, ouviu?



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