terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                   CAPÍTULO XII


                                                                   ANO DE 1965



                           Neste final do ano de 1964, a nossa turma do quarto ano primário teria que permaecer mais alguns dias em Picos, estudando bastante para o famigerado EXAME DE ADMISSÃO AO GINÁSIO,  o qual era uma avaliação do MEC, para saber do grau de aproveitamento dos novos formandos e que estariam no ano seguinte frequentando o primeiro ano ginasial. Vale ressaltar que que o aluno que não alcançasse a média exigida, no caso 5, estaria automaticamente reprovado, o que o obrigaria a repetir de ano. Para se ter uma ideia, o ensino naquela época, anos 60, era mais exigente, só que trazia no seu bojo algumas ideias retrógradas, o que atrasava assustadoramente a formação do corpo discente.
                           E neste clima de expectativa e euforia, o ano letivo de 1964 chegou ao fim, inclusiva com a aprovação de todos da nossa turma. Saímos então de férias, antes porém nos despedindo dos nossos colegas que iriam continuar no Pré-Seminário São José de Picos. Pois no próximo ano de 1965 iríamos estudar no Seminário de Oeiras, onde já tinha uma turma, ex-colegas nossos que foram no ano passado. Só que, antecipadamente, já sabíamos que o regime ali era semi-internato. Quer dizer, iríamos morar no seminário, mas frequentaríamos as aulas no colégio da cidade.
                         Durante as férias de início de ano, o meu vigário, Padre Agostinho procurou me alertar sobre esta nova etapa da minha vida, enfatizando:
                         -"Olha, Leonam, neste novo ambiente, quando você irá conviver com os mesmos colegas do Pré-Seminário, é muito natural que sentirá uma grande diferença com relação aos estudos, visto que, irá frequentar um colégio externo, isto é, estudará com os demais jovens da cidade de Oeiras, ou seja, com rapazes e moçaas. Neste novo ambiente, vocês seminaristas terão uma prova de fogo quanto o ardor sacerdotal porque serão constantemene provocados de várias maneiras. Pelo menos nos primeiros dias. Depois se acostumarão e tirarão de letra. Desde que saibam viver em sociedade, sem precisar  ficar só com os colegas seminaristas, em grupinhos. Podem e devem se misturar com rapazes e moças, desde que o respeito e as boa maneiras estejam sempre presentes nas suas atitudes.


                                         Próxima postagem: Continuação do ano de 1965

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