sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                     CAPÍTULO XIII


                                                    SEMINÁRIO EXTERNO DE OEIRAS

                                                                           ANO DE 1965


                       Confesso que estava bastante ansioso para iniciar este ano letivo de 1965. Ambiente novo em dose dupla em todos os aspectos. Desde o prédio do seminário contíguo ao Palácio Episcopal ao Ginásio Municipal de Oeiras. Quer dizer,  no primeiro caso, eu já conhecia o prédio só de vista, pois quando eu vinha de Picos para minha cidade, passava bem em frente do Palácio Episcopal.
                      Portanto, quando cheguei, na companhia do Padre Agostinho, imediatamente fiquei muito impressionado com a arquitetura do palácio, cuja construção  parecia ser do século XVII, aproximadamente. Tudo ali era gigantesco, inclusive os móveis. Durante o dia, tudo bem, mas à noite, principalmente devido a iluminação que deixava a desejar, deixava o ambiente lúgubre e um tanto fantasmagórico até. O silêncio estava em toda a parte. Até um simples espirro causava eco. Tudo ali parecia mais um grande Templo.
                    Já o prédio ao lado, onde hospedava os poucos seminarista, era bem mais moderno e iluminado. Era novo e em algumas áreas ainda cheirava a tinta fresca. Ali funcionava o dormitório, banheiros, refeitório e uma área de lazer.
                    O primeiro dia de aula foi realmente bem atípico. Pois justamente neste dia chovia bastante. Então isto fez com que todos os alunnos, novatos e veteranos ficassem aglomerados no saguão de entrada do colégio. Foi o primeiro teste para nós seminaristas. Logo me lembrei das palavras do meu vigário. Mas não dava para disfarçar muito o constrangimento ficar assim, repentinamente, frente a frente com várias pessoas desconhecidas, principalmente onde havia muitas garotas bonitas e provocantes. Depois que as turmas foram se deslocando para as suas respectivas salas de aula, aí melhorou um pouco. Pouco a pouco fomos nos entrosando e o ano letivo efetivamente começou.
                   Um detalhe importante: o nosso reitor do seminário, o Padre Davi era, concomitantemente, o Diretor do ginásio em questão. Então, como ele próprio falou: Assim ficaria até mais fácil para nos "vigiar". Por sinal, ele era considerado no meio estudantil um professor de português bastante austero. Inclusive era muito sério e não gostava muito de repetir o que acabara de falar. Muitos ali não gostavam muito dele, devido o seu ar metódico e perfeccionista


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