domingo, 21 de abril de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                CAPITULO XVII

                                                   CHEGADA AO SEMINÁRIO DE TERESINA

              
             Devido a chuva forte que caiu durrante a fatídica viagem, houve muito atraso devido as péssimas condições das estradas. Chegando à capital piauiense já perto das 22 horas. Após pegarmos um táxi, o meu conterrâneo ia me mostrando alguns pontos interessantes da cidades, como por exemplo: "Aquele é o Colégio Diocesano, aquela é a Igreja São Benedito, ali é o Palácio Episcopal" e assim por diante. Mas sinceramente, no meu íntimo eu gostaria que ele falasse logo assim: "Aquele ali é o seminário". Pois a minha fome e consaço estavam me deixando agoniado e mais apreensivo. Pensava eu com os meus botões que quando chegássemos lá iríamos encontrar algo para comer e um lugar adequado para dormir. Mas foi tudo equívoco da minha parte. Pois, pelo horário que chegamos, 23 horas, todos já estavam dormindo e só havia água e inclusive nenhum colchão encontramos para dormir.
           Antes porém de certificarmos dessta dura realidade, primeiramente, ao percebermos a luz acesa no aposento do Reitor, fomos até lá para nos apresentar. Ele demorou um pouco abrir a porta. Estávamos quase desistindo qual nos atendeu com um semblante carrancudo de poucos amigos. Após cumprimentá-lo, pedindo a sua bênção, ele ele foi ríspido e sucinto:
            -De onde são vocês?
            -Somos da Diocese de Oeiras - respondeu o Adaílton, tentando complementar a apresentação, mas o que foi interrompido bruscamente pelo padre reitor:
            -Dá para perceber! Procurem por aí um lugar para passar a noite e não acendem as luzes, onde os seminaristas estão dormindo  e muito silêncio...
             A sua recomendação foi literal. Realmente procuramos um lugar para passar a noite e não dormir. E isto só conseguimos devido o cansaço da longa e incômoda viagem. Em seguida saimos dali decepcionados e parecendo duas baratas tontas. Mesmo assim, como o meu conterrâneo já conhecia o seminário igual a palma da sua mão, levou-me ao refeitório, mas aqui só encontramos água. Nenhum farelo ou códea de pão seco, muito menos outras iguarias. Ao voltarmos, o Adaílton querendo fazer graça, pelo o contrário, fez uma brincadeira de mau gosto. Ou seja, apressou o passo e à proporção que ia subindo as escadas, foi apagando as luzes, deixando-me, consequentemente no escuro e totalmente desorientado. O mesmo ficou escondido embaixo de uma escada só para observar, sadicamente, a minha reação. Após alguns minutos tentanto me assustar e apavorar, resolveu aparecer dando uma risadas sem graça. Só não o xinguei verbalmente, mas só Deus sabe a raiva que eu senti naquele momento.
            O meu raquítico corpo estava tão exauto da péssima viagem e acima de tudo com a fome que eu estava, sinceramente, não sei como passei aquela noite. Acordamos cedo, ao som de uma campainha estridente e após a higine matinal dirigimos à capela para assistir a missa. Em seguida, já no refeitório, na hora do café, os olhares críticos dos nossos futuros colegas já demonstravam o que viria pela frente.


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