terça-feira, 29 de outubro de 2013

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS

"FOI BOM PRA VOCÊ?"

                      Esta pergunta poderia ter sido feita após a assinatura de um acordo comercial ou então numa disputa por algum bem material ou até pessoal. Pois após a consumação da sentença do mediador ou do Juiz, um dos advogados de uma ou de ambas as partes costuma fazer a fatídica pergunta:
                     -"FOI BOM PRA VOCÊ?"
                      Ela se refere, é óbvio,  ao desfecho do caso litigioso que ocasionou aquela audiência. Neste caso, nada de anormal e muito menos comentar.
                     Só que este mesmo tipo de pergunta pode ser inoportuna quando feita por um dos membros de um casal, quando se encontra entre quatro paredes de uma residência ou de um motel. Refiro-me quando logo após uma relação sexual, ele ou ela, perdendo a chance de ficar calado, diz ainda com a voz melosa:
                    -"FOI BOM PRA VOCÊ?"
                     Veja só quanta insegurança, quanta imaturidade desta pessoa! Pode ser homem ou mulher, diga-se de passagem. Afinal, que diferença faz querer saber se o (a) companheiro (a) ficou ou não satisfeito (a) com o êxito, o prazer daquela transa fortuita ou não? E também, como ele (a) vai ter certeza se a outra pessoa responderá que sim, dizendo a verdade ou simplesmente fingindo? E tem mais, e se a dita cuja for coerente e não tiver receio de magoar ou ofender o (a) parceiro (a) e responder negativamente, confessando que aquela relação íntima não foi totalmente do seu agrado ou que nem sentiu prazer algum? A pergunta que fica é a seguinte: Farão nova tentativa, procurando ser mais romântico (a), carinhoso (a), audacioso (a)? E se acontecer algo mais desagradável como, por exemplo, uma DE (Disfunção Erétil) da parte dele ou uma súbita ausência de orgasmo da parte dela?
                      Portanto, após uma relação sexual, o melhor mesmo é cada um ficar no espasmo silencioso ou então dizer palavras carinhosas envoltas de sorrisos marotos ou até apalpações audaciosas, o que seria, sem dúvida, mais um preâmbulo para recomeçar e prosseguir aquele idílio, aquele romance. Desde que nenhum dos dois estiver cometendo um adultério, tudo é válido quando um casal estiver entre quatro paredes, por que não?

                                                   Joboscan de Araújo
               
             

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