domingo, 17 de novembro de 2013

NOVA ROTINA NO SEMINÁRIO NO ANO DE 1969

                                Logo no início deste ano letivo de 1969, percebemos facilmente que o ambiente estava totalmente diferente e para melhor. Tanto no "lay-out" do prédio em geral como na administração. Afinal, o padre Silvério, como era bem mais jovem do que os reitores anteriores tinha uma visão mais aberta e realmente diferente. Era a favor do diálogo, inovações, aceitava sugestões etc.
                               Pra começar, houve uma mudança radical na nossa rotina com a chegada à nossa comunidade de um grupo de freiras, as quais passaram a residir numa clausura apropriada numa das dependências do grande prédio. A pergunta que não queria calar entre nós era o porquê da permanência delas no seminário e não no convento das freiras. Mas o nosso reitor, antes que surgissem comentários maldosos sobre este assunto, procurou logo esclarecer de maneira objetiva o motivo da presença daquelas seis irmãs no nosso meio. Durante a missa dominical, com a presença de muitos fiéis que residiam na adjacência do seminário, assim o padre Silvério explicou:
                            -"Gostaria de aproveita esta oportunidade para esclarecer a todos que, atendendo uma determinação da Arquidiocese de Teresina e com a anuência do Vaticano, durante este anos teremos a satisfação de abrigar algumas irmãs religiosas, que vieram de Fortaleza com uma missão pastoral aqui na capital do Piauí, que se resume num trabalho sério e bonito de evangelização junto à juventude de um modo geral. Elas ficarão hospedadas aqui no seminário com direito a uma clausura especial. Aproveito o ensejo para convidar os presente, se por ventura desejarem, fazer uma breve visita para conhecer o ambiente."
                             Se alguém aceitou este convite não tenho certeza, o certo é que elas passaram a conviver no nosso meio, sempre procurando ajudar em alguma coisa, principalmente com relação à organização, limpeza da capela e refeitório. Vale ressaltar que elas eram jovens e não usavam aquele hábito tradicional, apenas roupas bem recatadas e com o distintivo da ordem que elas pertenciam, trazendo sempre  um crucifixo no pescoço. Entre elas, quero ressaltar, havia uma que se destacava pela beleza física, a qual, mesmo usando roupas simples e adequadas, não disfarçava o corpo que chamava a atenção de qualquer um. E sobre este assunto, haverá um capítulo especial que abordarei no segundo semestre deste ano.

                                               

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