segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                     FLERTE NO TEMPLO


                    Antes do padre Everaldo viajar para o encontro do clero, ele celebrou a missa dominical. Por ocasião deste ato religioso aconteceu um fato inusitado que jamais esquecerei. Pra começo de assunto é bom deixar registrado que nesta ocasião eu não estava ajudando a santa missa. A igreja estava lotada. Eu estava num local estratégico. Repentinamente, olhando assim como quem não quer nada, lembro-me que bem na hora do sermão, sintonizei os olhos de uma garota. A princípio cheguei a pensar que ela estivesse olhando para outro rapaz. Disfarcei um pouco para ter certeza. Sorrateiramente, voltei a olhar para a mesma jovem. Ela continuava olhando na minha direção. Como se tivesse sido flechado por Cupido senti meu coração bater descompassado e forte. Tentei voltar a minha atenção para o sermão do vigário, mas não conseguia. Algo me impulsionava a olhar novamente para aquela jovem.
                 Após a missa eu parecia um nefelibata. Só voltei a mim quando um colega e amigo me confidenciou que aquela jovem que estava olhando para mim era da cidade de Oeiras e estava passando as férias na minha cidade. Por incrível que pareça, coincidentemente, ela estava hospedada na casa de uma prima minha e ex-colega de ginásio. Resumindo: depois de saber disto, ficou mais fácil para eu conseguir mais alguma informação sobre aquela jovem, cujo nome logo fiquei sabendo: Marlene.
                 Passou um dia e eu sem coragem de me encontrar com esta jovem e me declarar. Ficava só na teoria, imaginando o que poderia falar. Não tinha menor ideia. O certo é que foi assim que nasceu no meu âmago este amor platônico que durou seis meses, aproximadamente.


                                Próxima postagem: continuação deste romance (quase proibido)

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