segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mentiras inofenivas & paradoxos corriqueiros - VII

- “ÚLTIMA SEMANA DE LIQUIDAÇÃO / SÓ ATÉ SÁBADO”.

É o tipo de mentira inofensiva apregoada por vários ramos comerciais, tentando induzir o consumidor a comprar seus produtos a curto prazo. É um slogan corriqueiro que mesmo assim consegue ludibriar certas pessoas incautas. É o mesmo que dizer que tal queima de estoque só acontecerá até aquele determinado sábado, o que nem sempre corresponde à verdade. Pois este dia há toda semana, o que corresponde dizer “só até amanhã” e, no entanto, no dia seguinte repetir a mesma palavra. Então não sai desse círculo vicioso, o que de alguma forma ilude o cliente, o consumidor menos atento, o qual agindo por impulso ou movido por uma sugestão imediata não programada, algumas vezes termina até comprando “gato por lebre”, neste mundo dos negócios repleto de cobras e lagartos!


- “É A SAIDEIRA!”.


É sempre muito difícil durante uma confraternização ou um simples encontro numa lanchonete ou bar com amigos, onde a bebida corre solta, não se ouvir de uma ou outra pessoa a famigerada frase:
-“SÓ MAIS UMA SAIDEIRA!”.
E assim por diante. O tempo vai passando rápido, pois como se costuma dizer, ele é inimigo das horas felizes. Por outro lado, o dono do ambiente onde esse tipo de encontro acontece, evidentemente ficará sempre contente com o bom movimento. Mesmo algumas pessoas mais alteradas pelo efeito da bebida, falando palavras sem muito nexo ou provocativas. Mesmo assim, a famosa “saideira” demora chegar ao fim. Quer dizer, é uma mentira inofensiva e que é sempre repetida em todos os lugares onde se vende bebida alcoólica, principalmente, cerveja.


- “MUITA OU POUCA VERGONHA?”.


- Geralmente, quando alguém se depara com um fato inusitado, para fazer uma crítica contundente, um desabafo intempestivo, mesmo se for para alguma emissora de rádio ou televisão, costuma-se usar a seguinte expressão: “Isso é muita pouca vergonha!”. A frase é tão corriqueira e falada tão naturalmente, que quase não se preocupa em saber se faz sentido ou não. Sem dúvida alguma, uma longa espera numa rodoviária ou aeroporto, por exemplo, ou filas quilométricas para se resolver determinadas pendências, tudo isso é irritante e, consequentemente torna-se num fato vergonhoso. Agora o que se deseja entender, compreender é se a vergonha num caso deste é pouca ou muita! Uma vez que estas duas palavras são antônimas. Portanto, ambas sendo usadas numa mesma linha ideológica é algo paradoxal. O que é interessante é que a omissão dessas duas palavras – muita/pouca – não vai alterar o sentido da crítica ou do desabafo, ficando mais resumida assim: “Isso é uma vergonha!”. É verdade que quando se usa outros adjetivos antes é simplesmente para realçar e dar mais ênfase à crítica.

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