segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A MULHER E O MELÃO

Fatos inusitados acontecem em todo lugar. Não é privilégio só das periferias das grandes cidades. Mas este realmente aconteceu na da zona leste de São Paulo. Numa segunda-feira ensolarada, eis que de repente, apareceu na quitanda do Sr. Miguel uma mulher aparentando 25 anos, morena e dotada de um corpo que despertava certa atenção dos homens, principalmente. Laconicamente, pediu um melão. Não perguntou nem o preço. Ao recebê-lo, ali mesmo em pé na calçada, em frente do estabelecimento, foi devorando, paulatinamente a deliciosa fruta. Foi o primeiro passo para chamar a atenção dos transeuntes e de quem estivesse no local. Mas tudo bem. Ninguém comentava nada. Apenas achava aquela cena muito estranha. A mulher em questão, muito menos. Seu olhar parecia não fixar em nada. Também não parecia ter pressa nenhuma. Após saciar o seu apetite, o seu desejo, a sua vontade ou a sua fome, efetuou prontamente o pagamento de 5.00 (cinco reais). Em seguida deixou o local sob os olhares curiosos dos presentes. Mas não andou vinte metros, parou, como se tivesse esquecido algo. E sem mais nem menos começou a se despir. Em poucos segundos ficou do jeito que nasceu. Naquele instante sim, chamou a atenção mais do que nunca, principalmente dos homens que passavam de carro ou a pé pelo local. Até que um conhecido seu passou e chamou a sua atenção por aquela atitude despudorada. Sem nada comentar, vestiu-se como se estivesse só no seu quarto e em seguida desceu a rua como se nada tivesse acontecido.
Segundo os curiosos de plantão, para complementar a sua paranóia, posteriormente ela foi vista deita na grama de um jardim numa pracinha ali perto. Só que desta vez não estava totalmente despida, apenas tirou a blusa, deixando o sutiã. Mesmo assim, continuava chamando a atenção de quem passava pelo local. Desta vez, não foi necessário chamar a polícia. Afinal, naquele estado ela não estava cometendo nenhum atentado ao pudor. Da primeira sim.
O certo é que, o restante daquele dia, na quitanda do Miguel e adjacência, o comentário foi o súbito strip-tease daquela mulher misteriosa, justamente após comer um melão de 2 quilos. Em tom de brincadeira e gozação, comentava-se até que aquela fruta continha algum alucinógeno, afrodisíaco. Ao que o quitandeiro, em tom bem humorado retrucava:
-“Alucinógeno eu não sei, mas agrotóxico eu não duvido nada”!

Posteriormente, o que foi apurado sobre aquela mulher, não é que ela sofria das faculdades mentais, mas sim, que era dependente de drogas e similares, infelizmente.

João Bosco de Andrade Araújo

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