sábado, 11 de julho de 2009

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS - XXV

“Essa Laranja é doce?” “E essa mexerica?”



É a pergunta corriqueira, automática e inocente que geralmente a freguesa faz quando está escolhendo algumas frutas na feira como essas! O feirante, que de bobo não tem nada, mesmo sem nenhuma pretensão mágica, responde incontinenti:
-“Sim, madame! É docinha, docinha!”
Veja bem, eu disse “pretensão mágica” porque, pensando bem, só uma pessoa com o dom da magia seria capaz de após chupar uma determinada fruta, nesta caso (laranja/mexerica) e logo em seguida fazê-la aparecer intacta na mão de outra pessoa!... Pois isso é o que parece!
Ora, se realmente, por acaso, devido a sua rotina, o seu costume, o feirante realmente provou alguma das frutas que ele vende, tudo bem. Provou, chupou e jogou o bagaço fora. Agora, garantir, categoricamente que todas as outras são, só pode ser uma mentira inofensiva e que qualquer freguês acredita, salvo algumas exceções, quando alguém faz questão de provar uma das frutas que pretende comprar ali mesmo, in loco. Caso contrário, se for confiar no vendedor, só mesmo quando chegar em casa e for se deliciar de alguma fruta é que a dona de casa saberá se aquele feirante tinha ou não razão!


“OLHA O FRIO / O CALOR!”


Parece até brincadeira ou gozação! Mas, na realidade, tal expressão passou a ser proferida no dia a dia das pessoas, independente a classe social. Só que quem fala assim, apesar de ser umaforça de expressão se esquece que tanto frio quanto calor não são coisas concretas, e sim um estado de temperatura, portanto, invisíveis, apenas medido por aparelhos apropriados. Ou será que tem gente que confunde tal expressão com a outra:”Olha a chuva!” Neste caso, sim, tem toda lógica e sentido. Pois chuva qualquer pessoa que não tenha deficiência visual conseguirá ver, ao mesmo tempo, sentir.
Por sinal, foi com uma frase assim que o cantor DEMÉTRIUS fez um grande sucesso com a música: O RÍTMO DA CHUVA” que começa assim: “Olho para a chuva que não quer cessar/ Nela vejo o meu amor. Essa chuva ingrata que não quer parar ....” Portanto, neste caso faz sentido, pois a chuva, além de molhar quem estiver na rua, pode-se sentí-la e vê-la, por que não? Já quanto o frio ou calor, não. Ou melhor, só se pode sentí-los. Vê-los, jamais!


João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

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