terça-feira, 15 de setembro de 2009

GESTO INDIGESTO

Como uma atitude simples, corriqueira, educada e, acima de tudo, inocente pode prejudicar tanto a vida de uma pessoa ilibada?! Pois uma vez se tal fato acontece é porque é uma prova que o ser humano é, realmente bastante difícil de ser entendido, ou seja, é considerado um grande mistério...Sendo assim, a maldade ronda o cotidiano das pessoas vazia sem dó e piedade. De maneira gratuita, algumas delas soltam seu veneno verbal em forma de mentiras, calúnias, difamações, motividas por algo que viram ou ouviram e passam a julgar, interpretar, propalar à sua maneira nefasta e quando menos esperam, as intrigas totalmente deturpadas estragam, prejudicam a vida de alguém totalmente inocente. Senão, vejamos o que aconteceu com meu vizinho, um senhor responsável, ponderado, trabalhador, pai de família, pacato e, acima de tudo, alheio a fofocas e celeumas. Só que, à sua revelia, uma atitude sua foi mal interpretada por alguns fofoqueiros de plantão e os comentários maldosos se espalharam como um rastilho de pólvora pelo condomínio onde ele mora e adjacências. Vamos aos fatos:
Na rua onde esse senhor reside, assim como em várias outras iguais espalhadas pela periferia de São Paulo e demais capitais, há sempre um ponto disfarçado ou não, onde é comercializado um pronto ilegal de cosnumo rápido. Qualquer pessoa que me lê agora sabe do que se trata. Esse tipo de negócio se prolifera de maneira tal que eles mudam sempre de lugar, apenas para disfarçar. Após a ronda policial, tudo volta ao normal. As pessoas que não concordam com esse tipo de comércio ilegal e perigoso, sempre procuram fazer vistas grossas, isto é, ignoram e transitam normalmente por um meio assim sem importar ou muito menos, ser importunadas e vivem normalmente. Assim vivia esse meu vizinho até que, certo dia, inocentemente, foi jogado na boca do leões, através de comentários infundados e calúnias impiedosas.
Ele tem um vício: é tabagista. Há muitos anos fuma cigarros tradicionais e sendo precavido por natureza, sempre anda com isqueiro, justamento para evitar pedí-lo emprestado e pessoas maldosas achar que ele estava pedindo cigarro emprestado. Mas, justamente ao contrário, ou seja, certo dia, ao passar por um desses pontos que comercializam o tal produto proibido por lei, o rapaz que sempre fica escondido atrás dos balaústres de algum prédio da sua rua lhe pediu um isqueiro ou fósforo emprestado. Ele, educadamente não o negou. Só que, quem estava naquele momento na outra esquina, não titubeou e achando que aquele senhor estivesse comprando alguma droga, (que maldade!...) só que sem certeza alguma. Julgou simplesmente o gesto que, com o passar do tempo, ficou indigesto. Quando isso chegou aos seu conhecimento já era tarde. A casa já havia caído. Pergunta-se: Como ele poderia provar que não havia comprado tal produto proibido e sim, emprestado um simples isqueiro? Infelizmente, são fatos da vida que podem acontecer com qualquer pessoa. Fatos esses que, inclusive podem gerar consquências desagradáveis à vítima inocente. Tal qual esse senhor que chegou até a pensar em mudar de residência por causa desse calúnia. Tentar descobrir quem a inventou ser-lhe-ia inútil. O importante mesmo era a sua consciência tranquila.


João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

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