Entre o seu local do seu humilde trabalho e o seu barraco tinha uma olaria. Aqueles blocos ali empilhados ao relento, bem no seu trajeto transformou-se numa provocação, uma espécie de convite para um pequeno roubo. Então, o que ele fez? Resolveu, diariamente levar um daqueles blocos, de maneira sorrateira, dentro de uma bolsa que ele resolveu carregar já com esta maléfica intenção. E passou agir assim duas vezes ao dia. Durante 5 meses ele conseguiu juntar 250 blocos, o que seria suficiente para levantar dois cômodos. E foi o que ele fez. Construiu-os num terreno ilegal. Como ele se esqueceu que o roubo nunca compensa, não demorou muito, por coincidência ou não, após um pedido de reintegração de posse, tudo o que estava construído ali, foi desativado e o sonho de um lugar só seu foi, literalmente, ao chão.
Para não ficar ao léu, seu Nonô não teve outra alternativa: regressou ao seu velho e antigo barraco, como se costuma dizer, com "o rabinho entre as pernas". Só que, como Deus escreve direito por linhas tortas, não demorou muito, ele arrumou uma colocação naquela mesma olaria de onde surrupiou aqueles blocos e para resolver um problema de consciência, pouco a pouco, de uma maneira disfarçada, procurou pagar bloco por bloco. Depois disso, começou a dormir mais tranquilo e em paz com a sua consciência, graças a Deus!
João Bosco de Andrade Araújo
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