sábado, 26 de fevereiro de 2011

TRABALHAR COM O PÚBLICO TEM LIMITE!!!

O ser humano é, sem sombra de dúvida, muito misterioso e enigmático. Assim como pode sucumbir a uma depressão fatal, pode ter momentos de inspiração e criar algo maravilhoso para o mundo. Alguém afirmou com bastante precisão e propriedade que "homem algum é uma ilha". Além do mais, por se tratar de um ser social, político, ele jamais se realizará profissionalmente tentando levar uma vida de modo solitário, isolado. Uma pessoa pode até passar certo período da sua vida como se fosse um eremita, o que a maioria logo o tachará de louco, alienado. Mas tudo é possível. Só que no caso normal, percebe-se na verdade é um convívio diário de pessoas num vai-vém frenético, cada um cuidando dos seus afazeres, apesar dos inúmeros contratempos e desentendimentos familiares.
Por outro lado, em toda a sociedade sempre haverá alguém tentando levar vantagem sobre o seu semelhante. E é nesse ponto que surgem as desavenças tempestuosas, onde em alguns casos, torna-se necessária a presença de advogado. Mas aí são outros quinhentos.
Em se tratando da rotina onde a presença das mesmas pessoas é certa, mais dia menos dia a paciência de uma pessoa, não importa o sexo, chega ao seu ápice e aí então, algumas vezes, chuta-se o balde e depois não adiantará depois chorar o leite derramado. Afinal, nem todo mundo nasce com aquele dom do personagem bíblico chamado Jó.
Por falar nisso, tive um vizinho que passou por uma situação desse tipo. Apesar de trabalhar muitos anos com o público em geral, desta vez, desta vez, após cinco anos sempre fazendo a mesma coisa, atendendo os mesmos fregueses, essa rotina enfadonha , chata e cansativa fez com que o mesmo tomasse uma súbita decisão irreversível, causando espanto ao comerciante que trabalhava ao seu lado. Mas, logo compreendeu aquela atitude, dizendo que, se pudesse, faria a mesma coisa. Afinal, aqueles mesmos assuntos sem nexo, o chamado papo-furado já estava levando o meu vizinho a um estresse. Inclusive, a sua esposa ao perceber isso, começou a lhe pedir que entregasse aquele ponto comercial para evitar uma doença muito pior. E foi o que ele fez. De uma hora para outra, arrumou alguém que se prontificou ficar no seu lugar e disse adeus àquele ambiente sórdido, que mais parecia uma pocilga insuportável.
Em sua casa, livre daquela rotina enfadonha e insatisfatória, após alguns meses, sempre que encontrava alguma pessoa que era a sua antiga freguesa, a pergunta era sempre a mesma, com sinal de deboche: "E aí, sumiu? Ganhou na loteria?" Para não se chatear, simplesmente respondia, laconicamente:
-GANHEI!
Na realidade, apesar de sempre fazer a sua fezinha em alguma loteria, não ganhara nenhum prêmio assim tão expressivo a ponto de ignorar ninguém, mas uma coisa mais rica e importante ele ganhou: uma paz de espírito a muito tempo desejada e merecida. Afinal, tudo tem o seu tempo e sua hora!

João Bosco de Andrade Araújo

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