quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A FLOR DA HONESTIDADE

Conta-se que, por volta do ano 250 a.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de coroado imperador. Entretanto, de acordo com a leli, ele deveria se casar. Sabendo disso, resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria o desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou, incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas ricas moças da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça! Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e, muito menos, louca! Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe. Isto só me tornará muito feliz!
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais lindas roupas, com caríssimas joias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de você uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos...
O tempo passou e adoce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura da sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisaria preocupar-se com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia realmente brotado. Então, consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à sua mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhi do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada; nunca havia presenciado tão bela cena!
Finalmente chegara o momento esperado e o príncipe observava cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todos, uma a uma, ele anunciou o resultado e indicaou a bela e pobre jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
-Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A FLOR DA HONESTIDADE, pois todas as sementes que entreguei eram ESTÉREIS.

Autor desconhecido

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