Após vários meses da ocorrência daquele pequeno empréstimo, vi aquele senhor caloteiro num pequeno comérciio de doces e salgadinho, o qual parecia que tomava de conta temporariamente ou quem sabe, poderia até mesmo ser o seu proprietário. A princípio, pensei até em cobrá-lo, mas como já tinha feito isso em outras ocasiões sem êxito algum, ouvindo apenas desculpas esfarrapadas e promessas vazias de futuro pagamento, portanto, resolvi deixar pra lá e seguir o meu caminho sem olhar para trás. Pra ser sincero, cheguei a ter dó daquele senhor. Pensei com os meus botões: como pode uma pessoa, com aquela idade agir assim de maneira tão mesquinha e maquiavélica? Será que ele pensa que com o passar do tempo eu iria simplesmente esquecer aqueles dez reais que ele se comprometeu a me pagar naquele mesmo dia? Se ele abaixa a cabeça ou vira o rosto para o lado contrário qundo me aproximo é, talvez, até por vergonha, coitado. Portanto, resolvi perdoá-lo. Cobrá-lo, xingá-lo jamais iria resolver coisa alguma. Por isso resolvi dar tempo ao tempo e perdoar aquela pequena dívida.
Só resolvi narrar este fato para ratificar a veracidade do pensamento que diz assim: "Não respeitai os homens apenas por seus cabelos brancos, porque os canalhas também envelhecem!"
João Bosco de Andrade Araújo
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