segunda-feira, 31 de agosto de 2009

AS SETE REGRAS

O Brasil perdeu recentemente um grande pensador,um educador formidável e um democrata valente, com a morte de GOFREDO TELLES JUNIOR. Polêmico muitas vez, em razão de suas convicções e da forma como as expunha, formou gerações de advogados orientados pelo seu conceito de que a ciência do rietio é a ciência da comunhão entre os homens e também é a sabedoria da convivência.
Em uma aula de encerramento de curso na gloriosa São Francisco, o grande mestre fez questãod e deixaão um legado útil aos seus alunos,uma mensagem que também daria a seu filho se este lhe perguntasse quais as normas da convivência humana.
E as resumiu em sete regras que considerava essenciais:
Primeira regra: “SER SIMPLES DE CORAÇÃO E ATITUDE”.
Queria com isso dizer que por mais poderoso possa alguém ser deve banir do coração a arrogância e a insolência. Propunha abafar o orgulho porque a essência humana é uma só, e o poder é passageiro.
Segunda regra: “SER VERDADEIRO, MAS NÃO FALAR ORACULARMENTE”.
E nessa regra firmava osiçãoirredutível de compromisso com a verdade: nunca escamoteá-la, jamais traí-la, não adulterá-la, não se corromper. Sem a pretensão de ser o dono da verdade, é preciso entender que ela, por circunstâncias, pode até mudar, se prova cabal houver para isso. Portanto, pregar e praticar a verdade não significa ser oracular, absolutamento certo.
Terceira regra: “SABER OUVIR, SABER RECONSIDERAR, SABER CONFESSAR NOSSO ENGANO”.
Saber ouvir, segundo mestre, não é só escutar: é adentrar o espírito das palavras ouvidas, entendê-las sem preconceito, mesmo discordando ou enventualmente duvidando. Dizia que quem sabe ouvir aprende evoluir.
Quarta regra: “NÃO FERIR O AMOR-PRÓPRIO ALHEIO”.
Essa é uma regra de ouro, porque a ferida do amor-próprio não se cura. Daí que o cinismo e o sarcasmo sãoarmas violentas que matam o entendimento e a amizade. Zombar de outrem é uma agressão inaceitável e muitas vezes covarde.
Quinta regra: “NÃO ATORMENTAR O PRÓXIMO COM CRÍTICAS OU LAMÚRIAS”.
A crítica só faz sentido se for construitiva e nunca terá valor se praticada por inveja, despeito ou incapacidade de fazer bem feito. A crítica como incentivo, sim, mas com muito cuidado, para não ofender e diminuir. Quanto a lamúria, é sempre um desrespeito para o interlocutor otimista. O lamuirento é um chato, deve guardar suas penas só para si. Sua atitude é um lamento em si mesma.
Sexta regra: “EVITAR INTIMIDADE”.
E explicava que ser íntimo pode representar a invasão da alma, descerrar omistério do coração do amigo, e isso é perigoso. Se oferecida, a intimidade pode ser aceita com dignidade, mas buscá-la a qualquer preço destrói a amizade,inviabilizava a convivência. Vez por dentro a alma do amigo o transformava em vassalo, dominado, e isso é terr´vel para a relação.
Sétima regra: “SER PRESTATIVO, SEM SE TORNAR INTRUSO NEM SERVO”.
Aqui, o mestre pregava ao amor em sua essência, cristão esmo, buscando servir sem pedir compensação u esperá-la. E servir somente quando precisa da gente, não impondo o serviço. Nem deixando que abusem do dedicado espírito colaborador. Servir sempre, em nome do bem e da verdade.
Eis aí um senhor legado! Vale muitoa pena pensar nessas regras e aplicá-las para dar sentido à vida. Segui-las é também uma homenagem ao grande brasileiro que nos deixou.
Roberto Rodrigues (Publicado na Folha de São Paulo

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