terça-feira, 15 de maio de 2012

ANEMIA CRÕNICA - EPÍLOGO

                         Muitas pessoas, esquecendo-se do dia de amanhã, costumam dizer que têm pavor e horror a hospitais, mesmo nunca tendo entrado num deles. Pura contradição. Ora, como se pode ter ojeriza a um ambiente que nem se conhece? Portanto, pode ser bobagem, exagero, imaturidade ou um pouco de tudo isso emais alguma coisa.
                         Quando passamos nas ruas próximas a um hospital, seja ele qual for, particular ou  público, percebemos facilmente placas advertindo aos motoristas quanto a buzina barulhenta, pois o silêncio é sempre fundamental no intetior de um nosocômio qualquer. Tanto para a concentração dos médicos, enfermeiros quanto para os pacientes que precisam de repouso constante.
                       Já no Pronto Socorro,  principalmente quando chega alguém gritando de dor, com razão é que o silêncio é quebrado. Mas logo que é atendido e medicado o silêncio volta a reinar num ambiente assim. Além do silêncio, outra característica inerente a um hospital é o cheiro intermitente de remédios no ar, nos  corredores e enfermarias em geral. Porém quando ficam doentes, talvez, muitas pessoas nem percbem tal cheiro dantes repugnável.
                        Parodiando ao egrégio escritor russo Tolstói, no primeiro parágrafo do seu famoso romance Ana Karenina, quando diz "Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira", posso dizer o seguinte; Todos os hospitais particulares se parecem quanto o atendimento; os da rede pública atendem cada um à sua maneira, muitas vezes, deficiente
                      Com relação a esse trabalho que escrevi na primeira pessoa, relatando uma experiência pessoal nada deleitável, fi-lo em tom crítico, mas sem nenhuma intenção de querer "cuspir no prato em que comi", principalmente quando narro alguns detalhes até certo ponto dispensáveis, quando relatei as internações nos dosi hospitais: Vasco da Gama e Nipo-Brasileiro, respectivamente, durante mais de 26 dias alternados, tratando de uma ANEMIA CRÔNICA, a qual estava tão avançada que, quando a primeira médica que me encaminhou para a primeira internação, ao ver o resultado do hemograma, achou incrivel como eu estivesse ali na sua presença, de tão debilitado como atestava o resultado do exame de sangue. Inclusive, chegou até me chamar de predestinado, homem de sorte e mais alguma coisa.
                       Então foi após esta súbita internação e, consequentemente as seguintes que a rotina da minha vida mudou radicalmente. Até um pensamento que sempre eu defindia e propalava quando o assunto era doença, hospital etc eu tive mudar um pouco o modo de encará-lo. O mesmo diz assim: " AS ÁRVORES SÃO COMO AS PESSOAS: NASCEM, CRESCEM...MAS COMO NÃO TÊM PÉS PARA IR AO MÉDICO, VIVEM MAIS". Passei a acreditar que num hospital, apesar dos pesares, o que acontece é que aqui a doença é PROSCRITA e a saúde PRESCRITA. Ações antagônicas, mas que estão sempre em todo ambiente hospitalar. E que ninugém pense em separá-las.


                                             JOÃO BOSCO DE ANDRADE ARAÚJO

                                                  São Paulo, Maio de 2012

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