sábado, 30 de março de 2013

APOSTASIA INVOLUNTÁRIA

                                                                        CAPÍTULO XVI


                                                          MUDANÇA PARA O SEMINÁRIO DE TERESINA


                               E foi mais ou menos neste clíma melancólico que chegammos ao epílogo do ano de 1965, principalmente ao tomarmos conhecimento que a partir do próximo ano não iríamos mais estudar em Oeiras. Se o nosso Bispo falou que a Diocese em questão não tinha mais condições de manter funcionando o seminário nesta cidade, quem seria capaz de discordar, uma vez que sentíamos diariamente as dificuldades financeiras que realmente estávamos passando?
                           Portanto, todos nós partimos de férias, mas já sabendo que no carnaval do ano seguinte voltaríamos à Oeiras apenas para um rápido encontro que seria uma preparação psicológica da nossa turma, ministrada por um neo-sacerdote, Pe. Anísio Leal, o qual estudara por muitos anos no seminário arquidiocesano de Teresina, o qual seria o nosso próximo destino. E neste encontro, ele nos deixou bem claro quanto alguns procedimentos discriminatórios, algumas aversões, ojerizas por parte dos demais seminaristas da capital e da arquidiocese de Teresina, principalmente da reitoria do novo celeiro religioso. Portanto. este encontro foi bastante profícuo e não tinha o objetivo de nos amedrontar, mas nos precaver e nos alertar dos possíveis problemas referentes à adaptação e convivência futuras. O principal problema que ele deixou bem claro foi com relação ao bairrismo infantil e algumas pequans vantagens que alguns futuros colegas poderiam demonstrar. E posteriormente, logo no início, percebemos, sentimos que tudo que ele nos falou era verdade, infelizmente. Mas, paulatinamente, fomos contornando alguns preconceitos e picuinhas que, por ventura, foram surgindo. Eu, particularmente, senti na pele, logo de cara um menosprezo por parte do reitor logo na minha chegada e nos dias seguintes também por parte de alguns seminaristas. Mas entreguei tudo nas mãos de Deus. Pois como diz o pensamento: "Se sofres injustiças, cala-te; a verdadeira desgraça é cometê-las".



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