quarta-feira, 15 de maio de 2013

APOSTASIA INVLUNTÁRIA

                                                  DISCRIMINAÇÕES LOGO DE CARA


                    Por incrível que pareça, durante este primeiro semestre de 1966, logo de cara percebemos algumas atitudes discriminatórias. Isto nos foi lembrar imediatamente do Padre Anísio que nos alertou sobre estas coisas e algo mais. Portanto, estava coberto de razão.
                     Aqui estão algumas delas:

                    a) Na hora da missa, a leitura da epístola era feita geralmente por seminaristas, seguindo um rodíio elaborado pela "panelinha" que vivia bajulando o reitor em várias ocasiões. E os leitores eram quase sempre os mesmos, ou seja, veteranos e que pertenciam a Arquidiocese de Teresina. Quer dizer, nós da Diocese de Oeiras, dificilmente tínhamos alguma participação nestes momentos solenes. Era impressionante e notória a exclusividade (a parcialidade, a injustiça) nestas ocasiões.

                  b) No futebol dava para perceber certo desequilíbrio na formação dos times. Percebia-se um bairrismo grotesco, principalmente quanto a comemoração nas partidas vitoriosas. Como não havia juiz, perder não fazia parte do dicionário deles. Muitas vezes ganhavam no grito! E quem teria a coragem de provocar briga, celeuma por causa disto. Literalmente, nós levávamos na esportiva.

                 c) Na hora da limpeza do prédio, que era tinha corredores e salas enormes, as piores tarefaas, por exemplo, escadas, banheiros etc, ficavam sempre para os novatos, principalmente os da nossa Diocese. Mas vale ressaltar que isto só aconteceu mais no primeiro semestre. Posteriormente, começamos a exigir mais justiça nestas tarefas. O que é isso, companheiro?

                 Quer dizer, juntando uma coisa e outra chegava-se à conclusão que havia nesta nossa comunidade alunos que tinham mais regalias do que outros. Na hora do recreio, muitas vezes, percebia-se nas nossas conversas opiniões antagônicas, bairristas, por exemplo: qual era a região mais desenvolvida do que a outra e por aí vai. Quanta futilidade, quanta besteira! Opiniões repletas de menosprezo e críticas destrutivas. Em síntese: o primeiro semestre de 1966 não teve muita novidade. Serviu apenas para nos ambientar e ter uma pequena noção quem era quem em nosso meio, isto é, os puxa-sacos, os fofoqueiros, os preguiçosos, os estudiosos etc.



                                   Próxima postagem: 2º Semestre de 1966

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