DETALHES IMPERCEPTÍVEIS – III –

O EXEMPLO DOS DEDOS DA MÃO.


Um gesto bastante comum que usamos sintetiza uma grande lição, a qual serve até de advertência e reflexão para pensarmos mais diante da vontade impetuosa de apontar um defeito alheio. Refiro-me aos dedos, mais precisamente o indicador da mão direita, quando se estiver falando mal de alguém ou apontando algo que não seja do nosso agrado. Eis o teste: ao se fazer tal gesto, perceber-se-á que, enquanto o dedo indicador estiver reto para algo que se acha que está errado ou um possível defeito de outra pessoa, os três dedos (médio, anular e mínimo), concomitantemente estarão apontados para o (a) autor (a) da crítica, como se a natureza humana simbolizasse o seguinte: “Enquanto um dedo da sua mão aponta o defeito do seu próximo, lembre-se de que no respectivo membro do seu corpo, isto é, na sua mão há mais três dedos apontando para você!”.
Esta verdade incontestável, praticamente, resume o que está escrito no Livro Sagrado: “Ao invés de tirar o cisco do olho do teu irmão, procure primeiro tirar o que está no teu”.


ÓCULOS EMBAÇADOS


A pessoa que sofre de alguma deficiência visual e, por conseguinte, usa óculos ininterruptamente estará sujeita a passar por uma pequena e fugaz situação constrangedora. Imagina só, quando alguém assim estiver num lugar público ou não e ao tomar um café (puro ou com leite, não importa) e ao assoprá-lo na tentativa de esfriá-lo, o que acontece? Imediatamente as lentes dos óculos ficarão embaçadas, correto? Ora, para que se desesperar? Tentar limpá-las naquele momento pode até cometer um pequeno vexame e, afinal, você poderá até está rodeado de amigos ou colegas de trabalho etc. Não compensa! Em poucos segundos, sem precisar fazer nada, as lentes estarão novamente límpidas.
Da próxima vez em que as lentes dos óculos ficarem embaçadas por causa do vapor do café quente, uma pessoa nessas circunstâncias terá uma chance de optar: para evitar este pequeno constrangimento: das duas, uma: ou tira os óculos e assopra o café normalmente ou então não os tira, não assopra o café quente e, no mínimo queimará a língua. Bem, mas aí já é outra história para algum masoquista, o que não deve ser o seu caso.


João Bosco de Andrade Araújo