domingo, 23 de novembro de 2008

DAR E RECEBER

Um lenhador, acostumado ao trabalho árduo de derrubar árvores, terminou casando-se com uma mulher que era exatamente o seu oposto. Delicada, suave, capaz de fazer lindos bordados com dedicação. Orgulhoso de sua mulher, ele passava o tempo todo na floresta, fazendo o seu trabalho de modo que nada faltasse em casa. Viveram juntos muitos anos. Tiveram três filhos que cresceram, estudaram, casaram-se e foram viver em lugares distantes, como, aliás, acontece sempre...
O casal continuava na mesma cabana, mas enquanto o homem sentia-se cada vez mais forte por causa do seu trabalho, a mulher começou a definhar. Já não bordava mais, perdeu o apetite, não fazia suas caminhadas diárias e viu desaparecer toda a alegria de sua vida. Seu estado de saúde agravou-se de tal maneira que já não se levantava mais da cama. O marido já não sabia mais o que fazer. Uma noite, quando uma febre alta fez com que o rosto de sua mulher ficasse de uma palidez quase mortal, ele tocou com suas mãos fortes os dedos delicados da mulher e começou a chorar, dizendo:
-“Não me deixe...” - soluçava o forte lenhador.
A mulher teve forças para dizer, no meio do delírio provocado pela febre:
-“Mas por que você está chorando?”.
- “Porque eu preciso de você!”.
O brilho nos olhos da mulher pareceu retornar, subitamente. Em seguida disse:
-“E só agora você está me dizendo isso?”. “Eu achei que, quando nossos filhos cresceram e partiram, minha vida havia perdido o sentido”. “Você sempre foi tão independente!”.
-“Sempre achei que não merecia tudo o que você fez por mim!”.
A partir deste dia, a mulher voltou a recuperar a saúde, recomeçou a andar na floresta e a fazer seus bordados. Sua vida voltara a ter sentido porque alguém precisava dela. Alguém era capaz de receber a melhor coisa que podia dar: SEU AMOR.
(autor desconhecido por mim)

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