sexta-feira, 7 de novembro de 2008

DETALHES IMPERCEPTÍVEIS PARA SE ATINGIR UM OBJETIVO – II

O COADOR ou FILTRO DE PAPEL


Este objeto de grande utilidade nos lares de todo o mundo, no silêncio da sua função do preparo de um saboroso café, assemelha-se ao apólogo A AGULHA E A LINHA do renomado MACHADO DE ASSIS, onde ele aborda com um estilo impecável a querela das duas sobre a vantagem de cada uma na confecção de um vestido. Quanto ao coador ou filtro de papel, principalmente este último, que é descartável, chegando a ser totalmente esquecido, após as visitas degustarem aquele cafezinho, ele será sempre jogado na lixeira, tudo bem, só que antes cumprirá direitinho com o seu imprescindível papel, literalmente! Quanto ao coador antigo, após cumprir a sua parte, será guardado e usado posteriormente, mas também, dificilmente nunca será lembrado...


O TREM E O PACOTE DE BISCOITOS


Será uma aberração comparar um pacote de bolacha e trem de passageiros? À primeira vista, sim. Mas há um detalhe imperceptível em que pode haver uma semelhança. Imagina você pegando uma bolacha do começo de um pacote e logo em seguida outro do meio ou do final. Pergunta-se: O sabor e o tamanho serão alterados? Lógico que não. Aqui se encaixa o bordão matemático: “A ordem dos fatores não altera o produto!”. E quanto ao trem, o que acontece quando um passageiro adentra no primeiro vagão? Por acaso, ele chegará ao destino antes daquele que entrou no último? Obviamente que não. Se ambos irão descer numa respectiva estação, os dois chegarão ao exato momento em que o trem estacionar na plataforma. São os objetivos sendo alcançados, independente de detalhes que pouca gente percebe.


O CORAL E A ORQUESTRA.

Duas turmas de profissionais que são capazes de levar as suas respectivas platéias ao deleite auditivo: os músicos de uma orquestra e os componentes de um coral. Em ambos os casos há uma palavra que os assemelha: HARMONIA. Nos dois grupos, como tudo na vida, na hora de uma apresentação, ninguém é melhor do que ninguém. Não importa o tamanho do instrumento ou muito menos o timbre de voz. Qual espectador dotado da mais acuidade invulgar que seja distinguirá a voz de algum parente que estiver naquele coral ou o som exato do instrumento que outro amigo toca naquela orquestra? São detalhes que quase ninguém procura conhecer, pois o mais importante é conjunto de ambas apresentações!


O SERROTE.


Alguém já escreveu o seguinte: “Quem não acredita em cooperação imagina a situação de um trem em movimento quando uma roda se desprende!”. Obviamente que ele continuará o seu trajeto como se nada tivesse acontecido. O mesmo detalhe quase imperceptível ocorre com um serrote. Se tal ferramenta sofrer a perda de um dente, os outros assumirão a função conjunta e o objetivo será alcançado, através das mãos hábeis do carpinteiro ou de outra pessoa que o estiver manuseando. Em resumo: não é que tanto no primeiro exemplo quanto no segundo, a roda e o dente, respectivamente, são considerados inúteis, mas sim, o que prevalece em ambos os casos é união do conjunto que os forma, atingindo o objetivo desejado, sem se importar com pequenos detalhes.

A PIPOCA


É muito difícil imaginar alguma pessoa, quando estiver numa sala de espera de um cinema, principalmente quando bem acompanhada e ao se deliciar com um saco de pipoca (seja doce ou salgada) pensar naqueles minúsculos grãos de milho, que há poucos instantes estavam intactos e agora, após passarem pelo calor de algum recipiente adequado, estão ali transformados numa apetitosa guloseima... Tal metamorfose repentina pode até não ser percebida e comentada por ninguém, o certo é que ela só existe se o ser humano tomar a iniciativa de processá-la, usando os próprios meios que ele criou menos o essencial: a matéria-prima, ou seja, o milho.


João Bosco de Andrade Araújo

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