Olha só a diferença que faz uma simples letra. Neste caso específico, a letra "d", a qual muda totalmente o sentido de uma palavra, isto é, se esta realmente fizesse parte do nosso vernáculo. Afinal, "empresdar" é uma invenção da minha autoria. Sabemos então que o verbo emprestar existe sim, fazendo parte da nossa língua portuguesa e todo o mundo sabe o seu fácil significado, que éentregar alguma coisa a outra pessoa com a intenção de recebê-le de volta e, consequentemente, com a obrigação de quem a recebeu, devolvê-le no tempo hábil, de preferência. Esse é o seu real siginificado, porém dificilmente observado, acatado, entendido, respeitado ao pe da letra, desde os primórdios da humanidade. E a sua não observância, algumas vezes, é motivo de celeuma, dissensão, briga mais graves. Quantas inimizades principiaram por motivos banais de não cumprimento de uma palavra por não devolver certo objeto à pessoa que o emprestou de boa vontade até? Isso sem falar que esse tipo de contratempo já serviu de motivo para chacotas e mudanças até em adágios populares, como por exemplo, o famoso "Quem dá aos pobres, empresta a Deus!" que o egrégio Barão de Itararé, se não me falha a memória, alterou para os dia de hoje com o seguinte teor: "Quem dá aos pobres e empresta...adeus!"
Tentando então dissipar esta confusão, na minha opinião, poder-se-ia alterar esta conhecida e propalada palavrinha "emprestar" para "empresdar". Nem que a falasse a título de brincadeira, mas pelo menos, a pseudovítima, ou seja, a pessoa escolhida para ser enganada, ludibriada, não ficaria tão decepcionada ou frustrada, quando, por ventura, não tivesse de volta aquele objeto que o vizinho, o colega levou "emprestado" de sua casa, quer seja um livro, uma vassoura, um martelo, furadeira e até mesmo uma pequena quantia em dinheiro, o que seria mais grave.
Pois uma vez que alguém não pensou duas vezes para
empresdar algo, obviamente, depois não terá motivos para chorar "alguma lágrima de crocodilo", sentindo-se passado para trás, ludibriado, ou seja, sentindo-se um verdadeira
trouxa. Ninguém em sã consciência gosta de ficar numa situação assim.
Portanto, quando alguém vier lhe pedir algo, tenha a coragem e argumenta: você quer emprestado ou
empresdado? Se ela não se tocar, pode até ser que dará uma de "joão" sem braço, fazendo-se de desentendida, mas se absorver o sentido da pergunta, poderá até que arrumará uma desculpa e, sentindo-se ofendida, até nem levará o tal objeto, partindo para outra tentativa com outra pessoa...
João Bosco de Andrade Araújo
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