Quanto ao escritor, para consumar a semelhança, é bom deixar bem claro o seguinte: quando ele sentir uma boa e bonita inspiração, e resolve registrá-la usando papel e caneta é uma coisa, mas se opta por digitá-la no seu computador, aí tudo muda de figura. Mas como assim? Perguntará o curioso. Uma vez que em ambos os casos, isto é, tanto no papel quanto no computador a ideia ficou registrada? Ora, a diferença neste caso trata-se da lapidação ou da maneira como o escritor transporta do seu cérebro tal objetivo para um desses meios que ele escolheu. Pois, quando usa o antigo meio do papel e caneta é como se transformasse uma atitude bem mais subjetiva do que quando usa uma máquina. Pois parece que, neste caso, o seu pensamento flui bem melhor e até mais rápido. Pois o PC, apesar das suas inúmeras facilidades e opções de acesso, o seu manuseio para este tipo de tarefa parece minimizar a criatividade, apesar da sua complexa mais rica interatividade. Mas isto se reduz no momento de uma criação literária. Quando for apenas para deixar registrada, gravada, o notebook e o computador pessoal simplesmente são incomparáveis para este tipo de ação.
Veja o caso do torcedor. Assistir uma partida no estádio é uma coisa completamente diferente de assistí-la no conforto do lar, primeiro pelo calor humano, pela euforia incontida, pela descontração, mas só que em compensação, em casa, pode até não ter nada disto, mas por outro lado, enquanto estiver passando o jogo ao vivo pela televisão, se por acaso, a pessoa sair um pouco da sala ou por outro motivo se distrair e perder o lance de um gol, ele não esquenta a cabeça e muito menos ficará frustrado, pois terá a certeza que o mesmo lance logo será mostrado logo a seguir ou durante o intervalo ou após o jogo. Em síntese: tudo é relativo.
João Bosco de Andrade Araújo
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