sábado, 30 de abril de 2011

COMO A TRILHA FOI ABERTA

Um dia, um bezerro precisou atravessar uma floresta virgem para voltar a seu pasto. Sendo aninal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas.
No dia seguinte, um cão que passava por ali, usou essa mesma trilha para atravesar a floresta. Depois foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho que, vendo o espaço já aberto, fez seus companheiros seguirem por ali.
Mais tarde, ho homens começaram a usar esse caminho: entravam e saíam, viravam à direita, à esquerda, abaixavam-se, desviavam-se de obstáculos, reclamando e preguejando com toda a razão. Só que não faziam nada para criar uma nova alternativa.
Depois de tanto uso, a trilha acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se cansavam sob cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em 30 minutos, caso não seguissem o caminho aberto por um bezerro.
Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se a rua principal de um vilareja e, posteriormente, a avenida princiapl de uma cidade. Todos reclamavam do trânsito, porque o trajeto era o pior possível. Mas ninguém fazia nada para criar outra alternativa.
Enquanto isso, a avelha e sábia floresta ria, ao ver que os homens têm a tendência de seguir como cegos o caminho que já está aberto, sem nunca se perguntar se aquela é a melhor escolha. É a famigerada opção pelo comodismo barato e cômodo. Enquanto a criatividade vai ficando sempre postergada! Até quando, ninugém sabe!

Paulo Coelho

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