quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

NAS BATIDAS DO CORAÇÃO

Todos nós sabemos que todos as partes do nosso corpo são importantes. Isto ninguém tem a menor dúvida. Mas existe uma que exige um cuidado todo especial. Estou falando do CORAÇÃO. Apesar dele ser considerado o termômetro da nossa sensibilidade, quando o assunto é paixão, amor e tudo mais relacionado à amizade, a sua função é primordial na vida de todo ser humano.
Por ocasião da minha admissão no meu segundo emprego aqui em São Paulo, mais precisamente num renomado hospital, o médico do trabalho foi rigoroso e tachativo, dizendo-me do seguinte:
-"Não posso aprovar a sua admissão porque estou percebendo que você está apresentando um sintoma de SOPRO NO CORAÇÃO!"

Esta anúncio caiu como uma bomba e no auge dos meus 21 anos de idade, simplesmente fiquei desnorteado, boquiaberto e triste. Poxa vida, tão novo e já vou morrer! Pensei com os meus botões. E logo perguntei:
- E o que é isso, doutor? Eu nunca senti nada!

-"É assim mesmo. O coração não doi. Quando isto vier acontecer a vida da pessoa está por um fio!"

-Sim, mas o que vai acontecer comigo?

-Calma, primeiramente vou pedir um Raio X e um Eletrocardiograma e depois analisarei o seu estado de saúde!"

E assim aconteceu. Como estava mesmo dentro de um hospital, tudo ficou muito fácil. Só que o resultado só sairia no dia seguinte. Então, estas 24 horas foram as mais angustiantes da minha vida. Praticamente não dormi e nem comi nada durante este período. Fiquei só na expectativa. Na hora exata, com os exames sobre a mesa, após dar uma rápida olhada, ele assinou uma ficha e me entregou dizendo:

-"Pode entregar no Departamento Pessoal e começar a trabalhar. A suspeita do SOPRO NO CORAÇÃO foi apenas um susto!"

Coincidentemente, após 15 anos deste fato acontecer, eis que me deparei com outro bem parecido. Após trabalhar quase um ano como temporário numa Indústria Fonográfica, quando o RH me convocou para eu providenciar os documentos e fazer exame médico para ser registrado, o médico do trabalho daquela empresa simplesmente me falou, com a maior tranquilidade:

-Para eu aprovar a sua admissão você precisa me apresentar um Eletrocardiograma de um cardiologista particular!"

Caramba! De novo a mesma história do Sopro no Coração? Não acredito. Como eu precisava urgente daquele emprego, pois só dependia dele para realizar o meu casamento, tomei dinheiro emprestado e lá fui eu procurar um cardiologista e fiz o tal exame do coração. O profissional até brincou comigo, perguntando quem me pediu para fazer aquele exame. Quando falei que foi o médico do trabalho, pois estava suspeitando que eu estivesse com alguma problema cardíaco, ele falou:

-Quem deve está doente do coração deve ser ele. Tome isto aqui e pode entregar a ele.

Em seguida escreveu algo num papel e juntamente com o exame levei ao médico do trabalho daquela firma. O qual olhou e falou igual ao primeiro médico, aquele do hospital, que me disse:
-Leve este ficha ao Departamento Pessoal e pode começar a trabalhar. Foi apensa um susto!

Depois disto, a minha desconfiança em alguns médicos aumentou. E agora, sempre que algum me pede algum exame, já fico logo com a pulga atrás da orelha e pergunto aos meus botões: Será que isto agora é só um susto também? Pensando bem, quem está certo é o autor deste pensamento que diz: "As árvores são como as pessoas: nascem, crescem, mas como não têm pés para ir ao médico, vivem mais!"


Joboscan de Araújo

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