quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

AVALANCHE HUMANA

Estava eu aguardando a chegada de uma pessoa nas proximidades do setor das catracas de embarque e desembarque de uma estação da CPTM (Companhia Paulista de Trem Metropolitano). Ao chegar, logo constatei que aquele era um horário de pico. E põe pico nisso! Pois milhares de pessoas logo começaram a se deslocar para os respectivos trabalhos. O repentino turbilhão humano mais parecia um formigueiro incessante, desculpe a comparação. Enquanto a pessoa que eu aguardava não chegava até que, a princípio, tentei passar o tempo, lendo uma revista semanal que sempre carrego comigo, mas inútil. Eu disse tentei ler, pois com aquele turbilhão de pessoas apressadas transitando, com passos apressados bem na minha frente, jamais conseguiria me concentrar em nenhum tipo de leitura. Resolvi então deixar o precioso tempo passar, ao mesmo tempo, que prestava a atenção do outro lado da catraca, tentando localizar a pessoa que se prontificou se encontrar comigo naquele dia, local e hora.
Ali parado, esquivando os meus pés de algum pisão involuntário, eu só me contentava mesmo em observar o semblante, o jeito daquelas inúmeras pessoas, homens e mulheres se aglomerando e passando pelas várias catracas daquela estação ferroviária. A pressa era tanta que muitos passageiros nem percebiam que algluns bloqueios estavam assinalados com a luz vermelha, o que significa que por ali era apenas permitado às pessoas que estivessem desembarcando. E inutilmente tentavam passar o bilhete único ou convencional, ficando irritados por não conseguir o objetivo, aumentando, consequentemente o gra de seu estresse. Diante de tanta pressa e desatenção, neste ínterim, cheguei a pensar que aquelas pessoas iriam socorrer algum parente. E até cogitei numa hipótese inusitada. Por exemplo: se alguém deixasse cair algum objeto de valor naquele meio e tentasse se agachar para pegá-lo, no mínimo seria até pisoteado pelas outras pessoas que vinham logo atrás, sem a mínima intenção em desviar de nada. Todos só queriam pegar o trem como se ele fosse o último.
Quando a pessoa que eu estava esperando chegou e eu fiz tal comentário sobre aquele movimento fora do comum, como ela já conhecia mais do que eu a rotina daquela estação e de outras naquele horário, apenas desabafou:
- "Você chama isso de movimento? Que nada, rapaz, hoje está é muito tranquilo porque é sábado. Você precisa ver isso aqui é num dia de semana normal!"
Sinceramente, estou fora! E literalmente, após conversarmos o combinado, caí fora daquela avalanche humana que parecia não ter fim!...

Joboscan de Araújo

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