segunda-feira, 18 de julho de 2011

COMENTÁRIOS ALEATÓRIOS SOBRE MÚSICAS INFANTIS

Por que algumas músicas infantis tradicionais trazem nas entrelinhas algum teor dúbio, maldoso e violento? Pode até ser que eu esteja exagerando. Mas, ao pé da letra, é o que dá para analisar e perceber facilmente. Ou não? Vejamos:

a) "Boi, boi, boi, boi da cara preta pega essa criança que tem medo de careta"

Se o objetivo do (a) autor (a) desta canção muito conhecida era rimar a palavra "preta" com "careta", até que tem lógica e, portanto, conseguiu. Assim como dizer que uma criança tem medo de careta, pode até ser. Mas, nos dias atuais, nem tanto! Com tanta coisa esquisita que passa na televisão e internet chega a ser difícil. Só alguma mais bobinha. Outra coisa, incitar um animal bravo ou potente, como neste caso, um boi, pegar uma inocente criança, só pode ser mesmo uma brincadeira de péssimo gosto. Naturalmente, alguém dirá: "mas é brincadeirinha, seu panaca!"

b) "Atirei o pau no gato to, mas o gato to não morreu reu reu; Dona Xica admirou se se do berro, do berro que o gato deu!"

Primeiramente, que eu saiba, gato mia, não berra. Isto quem faz é o cabrito, o bode , a cabra etc. Mas, voltando às entrelinhas da música, que maldade! Atirar, jogar um pau num animal tão inofensivo, neste caso, um gato é uma grande apelação. Sem falar na "admiração" de um personagem fictício, torna-se algo profundamente lamentável. Mas, vai fazer o quê? Está na boca da gurizada e dos pais e padrinhos!

c) "Um menino mau, pegou um pau, matou um gato pra fazer seu tamborim!"

Pelo menos o (a) autor (a) reconhece que o menino, neste caso, era "mau". Ou será que foi só pra também rimar com a palavra "pau"? Ainda bem que toda essa linguagem é repleta de sentido figurado. Menos mal. Contudo, poderia ser evitado.

d) "cai, cai balão, cai, cai balão aqui na minha mão!"

Outro teor de péssimo gosto. Mais uma vez, talvez, a ideia do (a) autor (a) foi rimar "balão e "mão". Até que dá para entender. Só que o contexto não justifica, uma vez que se trata de uma canção direcionada ao mundo infantil. Então, se no caso, ao invés de balão, fosse, por exemplo, "pipa", aí sim, não haveria controvérsia. Só que em compensação, teria que procurar outra palavra para rimar com esta. Pois, pensando bem, quem gostaria de ter um balão, geralmente aceso ao alcance da mão? Seria até um ato suicida. Portanto, há nesta antiga canção infantil, um sentido fulminante, literalmente e totalmente dispensável!


João Bosco de Andrade Araújo

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